Santa Cruz do Sul

Saúde mental é fator de risco para a indústria; veja o que diz especialista

A saúde mental ainda é tratada com receio na sociedade, com reflexo dentro das empresas. O excesso de preconceito e a falta de medidas preventivas fazem com que o setor produtivo seja afetado. Por outro lado, uma rede de proteção pode significar maior qualidade de vida para os profissionais e rentabilidade para os empreendedores. A afirmativa é da especialista na área da saúde mental e inovação do Sesi, Graziela Alberici.

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A profissional palestrou no Hotel Águas Claras na tarde dessa quarta-feira, 24, dentro da programação da 2ª Semana da Indústria. Ela reforçou a questão do tabu, que faz com que dificuldades do tipo logo sejam associadas a transtornos. “A saúde mental é multifatorial. Ninguém adoece por um só fator”, afirma.
Os números confirmam que o problema deve ser atacado de frente. Graziela mostrou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontam que uma em quatro pessoas será afetada durante a vida. E o Brasil apresenta números impressionantes. É líder mundial em ansiosidade, o segundo em estresse e o quinto em depressão.

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Esses males acabam representando menor produtividade, mesmo que o profissional consiga continuar cumprindo sua carga horária. Levantamento mostrado por Graziela diz que as perdas podem somar US$ 78 bilhões somente por causa da depressão. Há, porém, mecanismos que podem amenizar a situação.

Os fatores e a proteção psicossocial nas empresas

A psicóloga e especialista na área de saúde mental e inovação do Sesi, Graziela Alberici, apontou a distinção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a formação de um ambiente de trabalho saudável e cooperativo. “Tem questões como a segurança, que se refere a equipamentos e estrutura adequada; as condições, que tratam sobre a organização do trabalho; o psicossocial, com referência ao bem-estar, transmissão de tarefas claras e respeito à diversidade; o desenvolvimento pessoal, com possibilidade de plano de crescimento profissional dentro do ambiente de trabalho,”.

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Ela acrescentou que a instituição de mecanismos de proteção psicossocial possibilitam mais saúde, bem-estar e produtividade, tendo como consequência menos afastamentos e redução na rotatividade. “O presenteísmo é um exemplo atual de que as pessoas atuam com problemas na saúde mental. Eles continuam indo para o trabalho, mesmo sem ter condições físicas para isso, o que representa menor rendimento do profissional”, exemplifica. E isso vale tanto para o chão de fábrica – em menor volume – quanto para setores de gestão.

As empresas podem, como forma de minimizar essa situação, estabelecer políticas e programas de inclusão e valorização da diversidade, promover a criação de cultura que incentive o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal do funcionário. Importante é possibilitar a ideia de segurança psicológica, que, de acordo com Graziela, permite que o colaborador tenha a ciência de que pode ser o que pensa e ter participação ativa na empresa.

As ações, no entanto, não são exclusivas da área de administração. Elas podem, explica a psicóloga, ser implementadas por todos os entes que integram a organização. Os colegas, por exemplo, podem apoiar em momentos de socialização, como a comemoração de aniversários, estabelecer cronograma de ações fora do ambiente de trabalho, entre outras medidas capazes de fazer a diferença.

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Aos líderes também cabe a responsabilidade de suporte para a equipe, com a celebração de conquistas e reconhecimento dos méritos, por meio de elogios sinceros. “Está no líder a responsabilidade de representação do fator psicossocial, com incentivo de interação no ambiente de trabalho, dando suporte, explicitando convicções claras, com comportamento ético, empregando clareza em suas falas e dando autonomia à equipe”, cita.

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As empresas podem recorrer ao Sesi, por meio do telefone 51 3740 1800, para obter orientações sobre mecanismos para criar ambientes mais saudáveis para seus colaboradores e resultados mais consistentes.

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Programação

A Semana da Indústria de Santa Cruz do Sul começou terça-feira, 23, com o Workshop Projeto Gerir, que teve a participação do ex-governador e presidente do Instituto Reformar de Estudos Políticos e Tributários, Germano Rigotto; do presidente da Federasul, Rodrigo de Souza Costa; e o deputado federal e presidente da Comissão da Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, Heitor Schuch. Ontem, as atividades seguiram com palestras do agente de investimentos Ancord, Alexandre Dallmann; do sócio da Origem Invest/Safra Invest, Luiz Guilherme Arend; do superintendente-executivo da área de câmbio do Banrisul, Verno Luiz Kirst; do gerente de câmbio do Banrisul, Felipe Ferri Dagostini; do administrador de empresas, Guilherme Silva; do diretor de inovação e empreendedorismo da Unisc, Rafael Kirst; e do diretor de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Stricto Sensu da Unisc, Adilson Ben da Costa.

O encerramento será nesta quinta-feira, 25, com o Tá na Hora especial Dia da Indústria, com o presidente do Conselho de Administração Fras Le Mobility e diretor de Planejamento, Economia e Estatísticas da CIC-Caxias do Sul, Astor Milton Schmitt; e do presidente-executivo da Dália Alimentos, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas.

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