Quando se fala em longevidade – quer dizer, estar bem para viver mais tempo -, é comum pensar apenas na saúde física. Mas, a saúde financeira também é importante para ter uma vida mais longa. Uma pessoa está com saúde quando o corpo dela está em pleno funcionamento, tendo todas as possibilidades físicas para que ela desenvolva suas atividades. Da mesma forma, uma pessoa com saúde financeira está em equilíbrio nas receitas e despesas, realiza sonhos e projetos de vida, consegue recuperar-se mais facilmente em momentos de crise, sente satisfação pessoal e segurança.
Nas finanças pessoais ou familiares, geralmente as pessoas sabem que estão com dificuldades financeiras, mas não tem uma exata dimensão do problema e onde estão errando. Falta o diagnóstico do problema.
Ter pleno conhecimento sobre a real situação financeira – pessoal ou familiar – é o principal ponto de partida para poder planejar uma saída de eventual endividamento ou inadimplência e, no passo seguinte, encaminhar um futuro mais confortável financeiramente. Vários sinais podem indicar que a pessoa não tem uma vida financeira saudável:
Mas, como saber diagnosticar objetivamente a saúde financeira pessoal ou familiar? Desde meados de 2021, no site da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), existe uma ferramenta para medir a situação financeira dos brasileiros: o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro (I-SFB). O objetivo é permitir ao próprio cidadão realizar um diagnóstico de sua situação financeira e acompanhar a evolução ao longo do tempo.
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O I-SFB é medido a partir das respostas a um questionário de 18 perguntas – 15 obrigatórias e 3 opcionais – que pode ser acessado, de forma gratuita, no site da Febraban. O índice é calculado em uma escala de 0 a 100 pontos e indica o nível de saúde financeira do usuário entre sete faixas: ótima, muito boa, boa, ok, baixa, muito baixa e ruim. Quanto maior o valor apurado, melhor é a situação financeira.
No relatório referente ao ano de 2022, para 56,1% dos que calcularam os índices, as finanças são motivos de estresse, afetando a vida familiar. De forma geral, ter um bom I-SFB significa atender a vários itens, abrangidos pelo questionário, como:
Além de calcular o índice geral da pessoa, o I-SFB ainda mostra a pontuação em cada uma das quatro dimensões que compõem o conceito da saúde financeira, concebido pelo estudo da Febraban/Banco Central :
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É importante observar a pontuação individual de cada uma dessas dimensões, pois eventuais descompassos entre elas podem comprometer a saúde financeira. Por exemplo: a pessoa pode ter informações (habilidade) para tomar decisões financeiras assertivas, mas não consegue controlar-se para evitar gastos desnecessários ou inoportunos, naquele momento. A pontuação de cada uma dessas dimensões vai mostrar em que a pessoa está falhando.
Quem não atingiu um bom resultado geral no I-SFB e, em particular, em cada uma das quatro dimensões citadas anteriormente, é aconselhável buscar a educação financeira, já oferecida por muitas instituições brasileiras, como a DSOP – Educação Financeira, para melhorar as finanças.
A implantação de índices de saúde financeira é uma tendência mundial e já existe em outros países, como Estados Unidos, Escócia e Cingapura. A maior diferença do modelo brasileiro para os internacionais está na base socioeconômica da população, o que influi no sentimento de segurança financeira, na habilidade para se informar e na capacidade de se engajar em bons comportamentos.
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Uma pessoa organizada, por exemplo, que controla suas contas, tem conhecimento e disposição para a necessidade de poupar, mas pode não ter dinheiro sobrando para realizar esse aporte, simplesmente porque a realidade financeira dela não o permite. O I-SFB leva isso em conta. O I-SFB serve também como indicador, ajustado a nossa realidade socioeconômica, que pode proporcionar uma análise mais abrangente da saúde financeira de toda a população brasileira, ensejando o aperfeiçoamento de políticas públicas e ações privadas.
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