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Saúde confirma dez casos de leptospirose em Santa Cruz

Santa Cruz do Sul já contabiliza dez casos de leptospirose neste ano. O número foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, após a confirmação de mais quatro diagnósticos somente em fevereiro. A Prefeitura suspeita que as últimas infecções aconteceram após um grupo de adolescentes de 12 a 16 anos invadirem uma propriedade particular para tomar banho de açude no Bairro Monte Verde. Só neste ano, conforme o secretário Régis de Oliveira Júnior, foram 24 casos suspeitos, dez confirmados, sete descartados e mais sete que aguardam o resultado da análise.

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Ainda que os números não destoem do histórico de diagnóstico apresentado pelo município nesse período, a Secretaria de Saúde faz um alerta para o risco da infecção. “A leptospirose é transmitida pela urina de roedores, especialmente em dias dechuva. Por isso recomendamos que as pessoas evitem o contato com lagoas, rios, terrenos baldios e até com a lama”, esclarece. Hoje boa parte dos casos da doença pode ser tratada diretamente nos postos e nas unidades de saúde.

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Segundo a médica da família e comunidade, Clauceane Venke Zell, os principais sintomas da doença são dores musculares e de cabeça, mal-estar, vômito e falta de apetite. “A pessoa sente uma dor muito forte na panturrilha, que a impossibilita até de caminhar.” Em quadros mais severos, explica a médica, a urina vem mais escura e a pele fica amarelada. “Nesses casos, somente o tratamento na unidade de saúde não basta. É preciso internar para que o paciente receba antibiótico na veia”, explica. Já nos diagnósticos menos agressivos, a pessoa recebe analgésicos ou antitérmicos para alívio dos sintomas e, posteriormente, é orientada a tomar algum tipo de antibiótico via oral. 
 

Foto: Lula Helfer
Clauceane: dores musculares e mal-estar

 

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Quadros mais graves podem evoluir para óbito

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A médica da família Clauceane Venke Zell alerta para os casos mais graves. Segundo ela, quando a leptospirose evolui para um quadro mais severo, ela pode prejudicar o funcionamento de órgãos vitais como pulmão, fígado e rins. Se não for logo tratada, a doença pode causar a morte. “Quando a pessoa elimina sangue pelas vias respiratórias, deixa de urinar ou apresenta uma pele muito amarelada, é porque a enfermidade já chegou em um ponto bem grave e a internação é necessária”, reforça a profissional. 

CONTÁGIO

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O contato com a água parada é a principal forma de transmissão da leptospirose. “A água da chuva leva a urina do rato, portanto, se a pessoa entrar em contato com essa água, é importante que use botas de borracha e lave bem os pés depois.” O contágio, porém, não é assim tão simples. Para a doença ser contraída, a leptospira – bactéria que causa a doença – precisa penetrar no corpo pela pele, principalmente por meio de ferimentos ou até arranhões.

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Clauciane chama a atenção dos agricultores, especialmente os produtores de arroz, que podem estar mais em contato com criadouros de ratos. “Sem dúvidas, a população da zona rural acaba sendo mais afetada. É por isso que orientamos que todos utilizem os equipamentos de proteção individual e, quando possível, roupas impermeáveis.” O controle de criadouros e o cuidado com a água ou lama proveniente de enchentes são outras medidas necessárias. 

Prefeitura fará uma análise ambiental​

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O proprietário da área já foi notificado verbalmente pela prefeitura. Ainda houve um quarto caso, mas a suspeita é de que a infecção tenha acontecido após o jovem tomar um banho nas águas da ponte que faz divisa entre Santa Cruz e Vera Cruz. Dos quatro casos diagnosticados em fevereiro, apenas um paciente continua internado. Os demais realizam o tratamento em casa. 

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