Diariamente, o Rio Grande do Sul registra uma perda de água potável equivalente a 524 piscinas olímpicas. Em todo o Estado, 41,6% do que sai das estações de tratamento acaba não chegando às residências, de acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Para reduzir esses números, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), administrada pela Aegea, implementou tecnologia que faz a busca ativa de vazamentos. Trata-se de um satélite israelense, criado para identificar a presença de água em Marte.
Composto por um programa inteligente acoplado a radares, ele verifica o subsolo com a emissão de micro-ondas, em até três metros de profundidade. Com isso, a detecção se torna mais rápida – podendo diminuir de 18 para três meses – e 90% mais precisa. Também minimiza a quebra de pavimento para localizar o problema.
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Inicialmente, a operação percorreu mais de 3,3 mil quilômetros de redes na Região Metropolitana de Porto Alegre. Foram apontados indícios de vazamento em 330 quilômetros, os quais serão investigados e identificados com uso de geofones (equipamentos utilizados para escutar ruídos no solo) para que os reparos sejam feitos. Segundo a Corsan, lá, 60% da água potável é perdida antes de chegar às torneiras. O índice está acima da média brasileira, de 40%.
Conforme o gerente dos projetos de perdas da Companhia, Rudolfo Fuchs dos Santos, 75% das fugas de água precisam ser procuradas com tecnologia acústica e outros métodos. Destacou que, em um ano, podem ser desperdiçados mais de 36 milhões de litros de água. A tecnologia aplicada para a busca de falhas na rede foi apresentada na tarde dessa segunda-feira, 18. Ela integra o Programa de Combate às Perdas Hídricas da Companhia e será aplicada, gradualmente, nos 317 municípios atendidos pela Corsan.
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No Centro de Operações Integradas (COI) da Companhia, a equipe realiza de forma mais inteligente e eficaz o monitoramento da rede de distribuição de água em todo o Estado. Por ele é possível saber, em tempo real, se há problemas no sistema – desde a captação, tratamento, distribuição, pressão até a qualidade. Caso seja localizado, um alarme é disparado na central para que providências sejam tomadas.
O COI – que funciona 24 horas – recebeu um investimento de R$ 55 milhões. Além da implantação do sistema de verificação do solo para identificar vazamentos, também houve a automatização do sistema.
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De acordo com a Corsan, um levantamento do Instituto Trata Brasil revela que as perdas de água no País são alarmantes. Com base nos dados de 2021, diariamente, foram desperdiçados cerca de 7,3 bilhões de metros cúbicos de água tratada. A quantidade daria para encher cerca de 8 mil piscinas olímpicas. Caso essa perda fosse controlada, poderia abastecer até 67 milhões de brasileiros em um ano. Segundo o mesmo estudo, quase 35 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso à água. Entre as regiões, a Sul tem o terceiro maior índice de desperdício, de 37,5%. Norte (55,2%) e Nordeste (45,7%) estão na frente. O Rio Grande do Sul, com quase 42%, é o estado da região com maior quantidade de perda.
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