A última sexta-feira, 30, era de folga para a segundo-sargento Joseane de Castro Carvalho, de 41 anos. Moradora de Santa Cruz do Sul desde 2009 e comandante da Brigada Militar (BM) de Mato Leitão há um ano, a PM havia estacionado seu carro no Centro, na Rua Júlio de Castilhos, no início da tarde, por volta de 13 horas, e seguia a pé pela Rua Tenente Coronel Brito na direção de uma loja. O objetivo era comprar uma roupa de festa junina para o filho Lucas, de 7 anos, participar de um evento na escola.
Foi quando um homem, usando uma máscara branca, passou correndo pela calçada, carregando um objeto brilhante. Em seguida, um senhor apareceu correndo atrás dele, gritando que era um ladrão. “Nessa hora, eu não pensei duas vezes. Mesmo sem estar de farda e com bota de salto, disparei atrás dele”, disse Joseane. A policial feminina de folga foi a responsável direta pela captura do ladrão, que já tem uma histórico de crimes na cidade.
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Na tarde anterior, ele havia furtado duas peças de picanha de um atacarejo na divisa dos bairros Ana Nery e Arroio Grande. No início da tarde de sexta-feira, o homem tinha cometido mais um furto, em uma ótica e joalheria na Rua Marechal Floriano. Havia levado uma corrente masculina de ouro 10 quilates, que custa aproximadamente R$ 3 mil. Não contava, no entanto, com a agilidade e o instinto policial de Joseane.
Nessa segunda-feira, 3, ela recebeu a Gazeta do Sul na sede do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Vale do Rio Pardo (CRPO/VRP) e contou os bastidores do caso inusitado. “Eu vi que o senhor perdeu o autor do crime de vista. Fui atrás e o enxerguei tirando a máscara e se camuflando no meio da população que transitava pela calçada. Fui na direção dele, vi que estava com algo dourado no bolso e disse: ‘Parado! Polícia! O que tu tem na mão?” Nesse momento, o ladrão saiu correndo, descendo a Rua Júlio Castilhos em direção à Rua Venâncio Aires.
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Na perseguição ao criminoso, a PM gritou que era um ladrão correndo. Então um rapaz, que estava na frente da sede dos Correiros, na Venâncio Aires, conseguiu interceptar o homem. “Dei voz de prisão e perguntei o que ele tinha na mão. Ele só dizia que não tinha nada, que iria processar. Liguei para o 190. Em menos de 30 segundos, chegou a viatura de uma guarnição que havia recebido a informação de moradores que uma mulher havia sido assaltada”, disse Joseane. Na verdade, diferentemente do que pedestres pensaram ao ligar para a BM, a suposta mulher assaltada era a policial feminina no encalço do ladrão.
“Nesse momento, eu tinha dois problemas: primeiro, que tinha sumido o objeto furtado, e segundo, que eu não sabia quem era a vítima, pois o senhor que estava correndo ficou para trás e desistiu de acompanhar o autor do crime. O suspeito só dizia que não tinha feito nada. Saímos perguntando no comércio e descobrimos que o crime tinha acontecido em uma ótica e joalheria. Fui até o local e o dono confirmou.”
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Referência para a comunidade
Imagens de câmeras comprovaram o furto na joalheria e também o lugar onde o autor, já durante a perseguição, havia jogado a corrente masculina de ouro, próximo de uma árvore. Os policiais encontraram o objeto. Algemado, o homem foi levado pela BM para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e teve a prisão homologada pelo delegado Róbinson Palomínio. Depois, foi conduzido ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
As autoridades mantiveram seu nome em sigilo. A corrente furtada foi restituída ao empresário. Natural de Sobradinho, Joseane de Castro Carvalho ingressou na BM em 2008 e é casada com o primeiro- tenente da reserva Paulo Ricardo de Oliveira. Em casa, depois do fato, chegaram a comentar a possibilidade até de o criminoso ter consigo uma faca, que pudesse ter atingido a policial feminina.
“Na hora, a gente não pensa. Vi o rapaz correndo, o senhor atrás, e pensei em ir atrás dele. Podia ter algum perigo, mas todos os dias vamos de encontro ao perigo. E o policial é uma referência para a comunidade”, enfatizou a PM. “Quando a gente entra na Brigada Militar, não existe distinção de treinamento, seja para homem ou para mulher. Ao vestir essa farda, mesmo na folga, não deixamos de ser policiais.”
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