As colunas da semana passada e de hoje estão recordando dois serviços que foram muito populares em Santa Cruz do Sul (e em todo o Brasil): o Saps e o Samdu. As duas siglas ainda são lembradas por quem está na faixa dos 60 anos.

No início dos anos 50, os vereadores iniciaram mobilização para que a cidade fosse contemplada com uma unidade do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência. O Samdu foi criado em dezembro de 1949 pelo presidente Gaspar Dutra. Ele contava com ambulâncias e assistência médica domiciliar, socorro urgente e ambulatório para segurados dos Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões.

Em maio de 1954, a direção do Samdu solicitou à Prefeitura um prédio com no mínimo oito salas e uma verba anual de 500 mil cruzeiros para abrir o serviço. Mas em agosto daquele ano, o presidente Getúlio Vargas se suicidou e muitas ações do governo federal quase pararam.

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Somente em 1960, o assunto foi retomado pelos vereadores do PTB, que tinham ligações com o vicepresidente João Goulart, que prometeu apoiar o pedido. Em maio de 1961, o deputado Siegfried Heuser confirmou a instalação. Mas o serviço só começou a funcionar dois anos depois, pois havia dificuldades para contratar médicos.

O funcionamento era 24 horas nas casas dos pacientes e em ambulatório. As ambulâncias não paravam. O volume de chamadas tornou-se tão grande que as idas às residências foram canceladas. As pessoas recebiam atendimento no Samdu e então eram levadas ao hospital.

A sede ficava na Rua 7 de Setembro, onde havia prédios da Prefeitura (ao lado era o Corpo de Bombeiros). Em 1967, o governo acabou com o serviço. Samdu praticamente tornou-se sinônimo de assistência médica urgente. Por muito tempo, depois da extinção, quando alguém passava mal, a recomendação era para “levar no Samdu”.

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Foto: Divulgação
Flâmula do antigo Samdu hoje é objeto de coleção. Funcionamento parou em 1967

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