Os santa-cruzenses que estão na faixa dos 60 anos ou mais ainda lembram de duas siglas que faziam parte do seu dia a dia: o Saps e o Samdu. O primeiro era um grande armazém, que vendia todos os tipos de mercadorias quase a preço de custo. O outro, um serviço de ambulância e atendimento médico de urgência, uma espécie de Samu dos dias de hoje.

O Serviço de Alimentação da Previdência Social (Saps) foi implantado em agosto de 1940 pelo presidente Getúlio Vargas e objetivava melhorar as condições alimentares da população. Para isso, foram criados os armazéns em cidades com grande contingente de trabalhadores.

Além de alimentos, vendiam produtos de higiene e limpeza. O governo comprava direto dos fornecedores e comercializava com acréscimo não superior a 10%. Nas cidades grandes, ainda foram instalados restaurantes com pratos de qualidade e preços acessíveis.

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Foto: Reprodução
Armazéns do Saps tinham muito movimento: vendiam quase a preço de custo

Em 2 de agosto de 1958 (sábado), a Gazeta do Sul noticiou a abertura do Saps, ato que teve a presença do prefeito Walter Kaempf, do deputado federal Fernando Ferrari e de líderes do PTB. Ele ficava na Rua Ramiro Barcelos, 336, e o gerente era Valmo Camargo. O funcionamento era no sistema de auto-atendimento.

Já na segunda-feira, a Associação Comercial procurou o Executivo para reclamar da abertura nas tardes de sábado, quando os armazéns da cidade não podiam funcionar. A entidade queria a revogação da Lei do Sábado Inglês ou que o Saps se adequasse à regra. Depois de reuniões com a Câmara, varejistas e a direção estadual do Saps, o prefeito Kaempf anunciou que o armazém não abriria mais sábados à tarde.

O serviço tinha muito movimento e, em pouco tempo, transferiu-se para um prédio mais amplo, na Rua 28 de Setembro (imediações da Marlene Calçados). A partir de 1964, começaram a surgir queixas de falta de produtos e, em 1967, o governo acabou com a rede.

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