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Santa-cruzenses aproveitam distanciamento e adotam práticas sustentáveis em casa

Com todas as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, uma das únicas vantagens foi que as famílias puderam passar mais tempo em casa. Foi comum dedicar esse período a melhorias domésticas e muitos moradores de Santa Cruz do Sul também aproveitaram para implementar iniciativas mais sustentáveis em seus lares.

Práticas positivas como a separação de lixo, o uso de composteiras, instalação de energia solar, implantação de hortas domésticas e plantio de árvores e flores são algumas das medidas simples que contribuem para um planeta mais limpo.


De acordo com a embaixadora do Instituto Lixo Zero no município, a engenheira ambiental Débora Leonhardt, a maior presença das famílias em casa, para respeitar o isolamento social, é um bom momento para se adotar ações mais sustentáveis. “Lembrando que ser sustentável não é somente cuidar do meio ambiente, mas manter as nossas três casas – nosso corpo e mente, nosso lar e nosso planeta – em harmonia”, frisa.

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Débora: hora de botar a mão na massa


Para a especialista, é preciso ter um olhar mais dinâmico para as atividades diárias da casa, como a produção de resíduos sólidos. Conforme Débora, se há muito lixo reciclável é sinal de muita comida industrializada; e se há poucos resíduos orgânicos, poucas frutas e verduras, isso aponta para a necessidade de mais cuidados com os hábitos alimentares.

“Aproveite também o momento para colocar a mão na massa e implantar uma composteira ou até mesmo comprar um minhocário. Assim você reduz em aproximadamente 50% os seus resíduos, que irão ao aterro sanitário. Em casa, os rejeitos podem se transformar e nutrir suas plantas”, conta.

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A compostagem também é uma ótima ideia na hora de criar uma pequena horta doméstica, que pode ser feita em vasos de plantas ou em um pedacinho de terra, com algumas mudas de chás e temperos. Além de dar um sabor especial aos alimentos, a mudança também representa o uso de menos embalagens na hora de comprar esses produtos.

Outras pequenas atitudes no cotidiano do lar também podem gerar benefícios. “Neste momento, analise também o seu consumo de água e energia elétrica, reavalie suas ações, repense onde pode economizar. Reutilize sempre que possível a água da chuva para limpeza de pisos e calçadas. Lembre-se que grandes mudanças nascem de pequenas atitudes individuais”, destaca a engenheira ambiental.

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Bons exemplos com plantio orgânico e energia solar

Para os aposentados Ana Marlene Kannenberg e Sérgio Kannenberg, de Santa Cruz, uma das alternativas para seguir trabalhando e aproveitar o espaço da chácara foi a plantação de produtos orgânicos. Quando Ana parou de trabalhar, há cerca de três anos, o esposo já havia começado a fazer as estufas para o plantio de morangos. No ano passado, já durante a pandemia, eles investiram também nos tomatinhos.

Junto com os morangos e tomatinhos, o casal também cultiva outros alimentos para subsistência. Verduras para salada, como alface, e cebolas e temperos de todos os tipos podem ser encontrados na chácara. E todo o plantio é realizado de forma orgânica, sem o uso de agrotóxicos ou pesticidas. “O cultivo que a gente faz é totalmente sem veneno e, na minha opinião, não difere muito. O que difere é que precisa ter mais atenção com a plantação, olhar todos os dias e, se surgir alguma praga, eliminar imediatamente”, explica.


A iniciativa criada para aproveitar o espaço da propriedade gera alimentos para consumo da família e amigos. O excedente é vendido na cidade, onde os proprietários fazem entregas a domicílio. “É uma coisa muito gratificante. A gente começou também a ter uma ocupação para não ficarmos tão ociosos. Como trabalhamos a vida inteira, não queríamos ficar totalmente sem fazer nada”, explica Ana Marlene. Ela avalia como positiva a prática nesses tempos de confinamento, já que as atividades na terra permitem uma vida mais livre.

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Na casa da esteticista Angela Teresa Wartchow, o período de pandemia também foi a oportunidade para fazer algumas melhorias no lar, com viés sustentável. “A ideia de implantar energia solar surgiu antes da pandemia, mas foi efetivada em outubro de 2020. A iniciativa foi pela economia e o conforto que poderíamos ter, sem prejudicar o meio ambiente”, conta.

Segundo Angela, que reside com o filho Rafael, a família avalia as mudanças como muito benéficas até agora. “No verão extremamente quente, usamos o ar-condicionado sem estresse ou preocupação com a conta de luz, e ainda colaborando com o meio ambiente.”

Além do uso das placas de energia solar, ela também realiza a separação do lixo e possui um pequeno canteiro com chás e temperos. Entre os objetivos da família está a instalação de uma composteira e um sistema de captação de água da chuva.

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