Muito além de um exercício físico, a ioga é uma busca por autoconhecimento. Uma prática que nasceu na Índia há cerca de 5 mil anos e atualmente é difundida no mundo inteiro, levando diversos benefícios para corpo e mente dos praticantes. Assim, a busca pela melhoria de vida faz aumentar a cada dia o número de interessados.
A mistura da movimentação corporal com exercícios de respiração, meditação e relaxamento auxilia no desenvolvimento físico por meio do aumento da força, equilíbrio, postura e concentração. Além disso, contribui no tratamento de doenças como depressão, ansiedade e insônia, entre outros atributos positivos para o corpo e a mente.
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Como resultado, em Santa Cruz do Sul, também cresce o número de adeptos da ioga, assim como os profissionais que se empenham em espalhar os conhecimentos de uma cultura milenar precisam estar bem preparados. É nesse contexto que o professor de ioga David Nóbrega, de 56 anos, embarcou com destino a Rishikesh, na Índia, na última segunda-feira, 30. A cidade é considerada a capital da ioga.
É a quarta vez que Nóbrega vai para esse local, a fim de ampliar os estudos e reproduzir o conhecimento para os alunos no estúdio Mayura, situado no Bairro Higienópolis, onde atua em conjunto com a esposa Letícia. Foi ela quem inspirou o marido a começar a praticar ioga. “As pessoas associam com a prática física, mas não é isso. Ioga é um sistema de filosofia. Eu comecei muito novo, sempre gostei de filosofia, e a filosofia oriental me chamava mais a atenção. Eu já tinha lido muita coisa sobre ioga, mas nunca tinha sido praticante”, comenta o professor.
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Professor de ioga há seis anos, David Nóbrega subiu no avião nessa segunda-feira, 30, com destino a Rishikesh, situada no Norte da Índia e próxima da fronteira com o Nepal. A primeira vez em que ele esteve no país foi em 2018, e a viagem se repetiu em 2019 e 2020. “Cada vez que viajo é um curso novo dentro da área, mas com estilos e filosofias diferentes. E isso a gente consegue refletir dentro da nossa sala de prática.”
Nas três primeiras viagens, Nóbrega foi acompanhado da esposa Letícia. Desta vez, por enquanto, ela permanece em Santa Cruz lecionando para os cerca de 90 alunos que têm aulas no estúdio do casal. Entretanto, ainda neste ano, Letícia também viajará para a Índia.
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Em Rishikesh, o professor participa de um curso na World Peace Ioga School. A cidade é referência no estudo de ioga e recebe pessoas interessadas de todo o mundo. Chineses, australianos e norte-americanos são encontrados com facilidade no local, que também recebe muitos europeus, como franceses, italianos e espanhóis.
Ele conta que durante os estudos na Índia chegou a conhecer pessoas de países como Burkina Faso, na África, e Montenegro, no sudeste europeu. “É uma cidade internacional. Já estudei com gente do mundo inteiro. Até 2020, eu nunca tinha me encontrado com brasileiros dentro da escola, e éramos cinco brasileiros da última vez. É muito legal, cada país tem uma visão absolutamente diferente.”
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Cada vez que foi para a Índia, Nóbrega estudou um tipo diferente de ioga. Por isso, ele é capacitado para formar outros professores e já estudou as técnicas do Hatha Ioga, Vinyasa, Ashtanga, Kundalini e até a Ayurveda, ciência medicinal milenar. Após realizar o curso, onde tem uma rotina de aulas diárias das 5h30 da manhã até as 21 horas, David retornará para Santa Cruz no final deste mês.
A musicista santa-cruzense Grace Bender, de 39 anos, já esteve na Índia por 21 dias em 2018, quando também dava aulas de ioga. Ela viajou com um grupo de 30 professores e alunos de Santa Catarina e do Paraná, que visitaram diversas cidades do país e puderam ter boas experiências com professores de ioga da Índia e até com a população local.
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Durante o tempo em que permaneceu lá, Grace participou de aulas práticas diárias. “Tivemos a oportunidade de contar com um professor da Índia nos acompanhando, juntamente com professores aqui do Brasil. Tivemos aula de música clássica indiana e culinária e visitamos Rishikesh. Fizemos contato direto com pessoas que moram lá e pudemos visitar vários templos, principalmente da religião Sikh”, relembra.
Uma das experiências mais marcantes foi a visita a uma vila composta exclusivamente por mulheres e crianças. “As mulheres que se separam, cujo marido morreu, são renegadas da sociedade. Espera-se que, quando o marido morre, a mulher também se mate, é uma coisa da cultura deles. As mulheres que se negam a seguir esse sistema juntam-se a pequenos vilarejos. Pudemos conhecer um e foi uma das experiências mais tocantes de toda a viagem, porque algumas são muito jovens, com crianças.” Contudo, mesmo com a falta de recursos do local, Grace conta que as moradoras do vilarejo fizeram um banquete para receber os visitantes brasileiros.
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A Índia é o segundo país mais populoso do Planeta – detém cerca de 20% da população mundial, com mais de 1,4 bilhão de habitantes. É marcado pela pobreza: cerca de 70% da população vive em áreas rurais, praticamente sem água tratada ou saneamento básico. Mesmo assim, os habitantes têm a alegria como marca. “Eles dançam muito, tivemos inclusive aulas de Bhangra, um ritmo muito tocado. É um povo que, por maiores que sejam suas dificuldades, tem um grande alto astral. Ter esse contato direto foi, para mim, a parte mais rica da viagem”, define.
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