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Santa-cruzense vai gastar mais este ano, diz levantamento

Com inflação mais baixa e o emprego dando sinais de reação, os santa-cruzenses estão preparados para abrir a carteira em 2017. Ao menos é o que indica o levantamento anual feito pela IPC Marketing para medir o potencial de consumo no País. Em relação ao ano passado, são R$ 300 milhões a mais que vão circular no município. 
Ao todo, R$ 3,6 bilhões serão desembolsados até dezembro em Santa Cruz, o que representa um crescimento de 1,33% sobre 2016. Na prática, isso significa que as famílias estão com mais dinheiro no bolso.

“Consumo depende de renda. E renda depende de emprego”, observa o diretor da IPC, Marcos Pazzini. Um dos sinais disso é que, do ano passado para cá, o número de empresas no município aumentou: foram 688 novas unidades, sendo 123 indústrias, 570 prestadoras de serviços e quatro no segmento do agronegócio.

Outro indicativo é que houve uma transferência de famílias de classes mais baixas para classes mais altas. A parcela da população inserida nas classes D e E caiu de 13,2% para 11,2%, enquanto a parcela inserida nas classes B e C aumentou de 81,4% para 86,1%. Apenas a classe B vai responder por mais de 50% do consumo no município este ano. Somado a isso, conforme Pazzini, está o alívio na inflação, que em 2015 chegou a bater na casa dos 11% e no ano passado fechou em 6,5%.

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O estudo mostra ainda que despesas com a manutenção do lar – que incluem aluguel, impostos e contas de luz, água e gás – são as que mais vão consumir o orçamento das famílias. No topo também aparecem gastos com alimentação, em casa e fora, além de gastos com veículo próprio e materiais de construção.

RAIO X DE SANTA CRUZ

112,9 mil    população urbana
14,4 mil    população rural
42,2 mil    domicílios urbanos
5,1 mil    domicílios rurais
R$ 63,6 mil    PIB per capita
16,6 mil    empresas

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Cauteloso, consumidor volta às compras

Depois de pesquisar por algumas semanas, a operadora financeira Jéssica Raenck, de 22 anos, finalmente vai renovar os móveis da cozinha. A família – além dela, o marido Edson e o filho Matheus – resolveu voltar a comprar após o medo do desemprego ter passado. “Agora não sinto mais que meu trabalho está em risco”, alega. No entanto, o orçamento ainda está apertado. “Começamos a comprar de novo, mas a prioridade é pagar as contas”, comenta.

Aposentada, Cleusa Almeida, de 59 anos, também sentiu os efeitos da crise. “Tudo ficou mais caro. O salário não chegava ao fim do mês”, lembra. Segundo ela, a situação ainda não é confortável, mas aos poucos, começa a melhorar.  “Eu só compro aquilo que preciso e quando está em promoção”, conta.

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Para o presidente da CDL de Santa Cruz, João Goerck, o perfil do consumidor mudou depois da crise. “O consumidor não quer jogar o dinheiro no lixo. É exigente. Ao mesmo tempo, quer preços que caibam no orçamento”, ressalta. De acordo com Goerck, no setor de serviços foi notado um aumento no consumo este ano. “A nossa expectativa neste momento é bem otimista. Este ano deve ser muito melhor do que os anteriores.” 

Crescimento foi superior à média nacional

Os números são positivos porque indicam uma virada na tendência da economia. No ano passado, auge da recessão, o consumo em Santa Cruz havia encolhido em R$ 188 milhões na comparação com 2015. “É um sinal de que as coisas estão melhorando”, analisou Pazzini. 

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O crescimento em Santa Cruz foi, inclusive, bem maior que a média do País (0,42%), e a participação do município no consumo nacional voltou a subir, de 0,08654% para 0,08769%. Mas Santa Cruz também perdeu posições no ranking nacional de potencial de consumo, caindo do número 171 para o 173. Conforme Pazzini, isso significa que outras localidades registraram crescimentos maiores, com uma ascensão mais expressiva de famílias à classe A, que é o principal motor do consumo. Em Santa Cruz, a classe A reduziu de 3,2% para 2,8% da população. Já no ranking estadual, a cidade manteve a 14ª posição.

Para o País, o crescimento, embora pequeno, também é uma bota notícia, se considerado que o potencial de consumo havia caído 4% em 2015 e 4,2%% em 2016. “Voltamos ao patamar de 2011. Foram cinco anos perdidos”, completou Pazzini.

NO QUE VAMOS GASTAR

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Manutenção do lar    R$ 856,5 milhões
Alimentação no domicílio    R$ 401 milhões
Gastos com veículo próprio    R$ 196,1 milhões
Materiais de construção    R$ 176 milhões
Alimentação fora do domicílio    R$ 156,2 milhões
Medicamentos    R$ 115,6 milhões
Vestuário confeccionado    R$ 112 milhões
Outras despesas com saúde    R$ 99,3 milhões
Eletrodomésticos e equipamentos    R$ 77,5 milhões
Mobiliários e artigos do lar    R$ 70,9 milhões
Higiene e cuidados pessoais    R$ 67,8 milhões
Transporte urbano    R$ 61,9 milhões
Viagens    R$ 58,6 milhões
Recreação e cultura    R$ 57,9 milhões
Matrículas e mensalidades    R$ 57,8 milhões

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