Santa-cruzense vai de moto até o deserto do Atacama

Percorrer mais de 5 mil quilômetros em cima de uma moto. Foi o que fez o santa-cruzense Volnei Norberto Kurtz, de 26 anos, para realizar o seu sonho de conhecer o deserto do Atacama, localizado no Chile. Na viagem, que durou 20 dias, o motoboy enfrentou dificuldades devido à locomoção e o clima, mas o trajeto também lhe compensou com belas passagens, novas experiências e até uma paixão.

A ideia de viajar ao Atacama já fazia parte dos planos de Kurtz há muito tempo. Ele, que tem paixão por passeios de moto, viaja com seus amigos por cidades da região e de Santa Catarina. Seu lugar preferido é a Serra do Rio do Rastro, onde já foi dez vezes, sete de moto e três de carro. O motoboy nunca havia saído do País, e foi durante conversas com os amigos que o sonho de ir ao Chile começou a tornar-se realidade.

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Inicialmente, Kurtz iria com um amigo para essa aventura, mas ele acabou embarcando sozinho na viagem. Antes de pegar a estrada no dia 6 de janeiro, preparou-se olhando vídeos na internet e conversou com outras pessoas sobre o assunto. “No início, a ideia de ir sozinho me deixou assustado, ainda mais com uma moto de baixa cilindrada, como é a minha de 150 cilindradas.”

O motociclista também estava preocupado em relação ao idioma e ao dinheiro, questões que foram superadas com tranquilidade ao chegar no destino. Antes disso, o longo trajeto foi desafiador para Kurtz. Ele teve que enfrentar as adversidades climáticas, como fortes chuvas e temperaturas escaldantes, com sensação térmica de quase 50 graus. “A ida durou seis dias e o que eu vivi durante o caminho foi indescritível. Até Uruguaiana foi tranquilo, depois começaram as dificuldades, e chegou a bater o desânimo”, disse.

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A viagem não podia parar, então o motoboy seguiu seu objetivo. Até chegar ao Chile, fez paradas estratégicas em postos de combustíveis e restaurantes para se alimentar, e se hospedava em hotéis para descansar. Lembra que o pior momento foi em uma rodovia reta, com quase 800 quilômetros. “Ali passei calor e minha água havia acabado. O ponto mais próximo para descansar ficava a 140 quilômetros de onde eu estava. Foi desesperador, mas consegui.”

O santa-cruzense passou à Argentina, onde parou em algumas cidades, como San Salvador. A partir desse ponto, a altitude começou a ser sentida pelo viajante. “Eu estava a 1.250 metros em relação ao nível do mar. Precisava me preparar para quando chegasse em São Pedro de Atacama, onde são 2,5 mil metros de altitude”, ressalta.

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Seu corpo deu sinais em razão da altura em que se encontrava. “Comecei a sentir dor de cabeça e me senti mal. Eu precisava me acostumar, pois tinha que fazer a travessia da Cordilheira dos Andes, na fronteira entre Argentina e Chile”, disse Kurtz.

Ao chegar no destino, o motociclista disse que se encantou com tudo que viu, como lindas paisagens desérticas e animais diferentes, como a lhama. “Ali eu vi que minha viagem de fato iniciou”, comemora. Para entrar no país, Kurtz teve que fazer sua documentação na fronteira chilena. Cenários exuberantes e icônicos também chamaram a atenção dele, como o vulcão Licancabur, que pode ser visto da cidade de Atacama.

Encontro não programado

Ao chegar em São Pedro de Atacama, Volnei Kurtz se hospedou em uma casa alugada pela internet. Para conhecer melhor o lugar, ele procurou uma agência de viagens. Ao conversar com uma vendedora, percebeu uma conexão diferente entre os dois e viu que algo a mais estava começando.
A vendedora de passeios é natural do Rio de Janeiro e trabalha em home office. Durante conversas, ela decidiu ir também ao Atacama para os dois se conhecerem. Hoje eles estão namorando e fazem planos para o futuro.

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