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Santa-cruzense realiza o sonho de gravar com um bandoneon

Há cinco anos, o fisioterapeuta e bandoneonista Fábio Pivetta Hörbe entrou em uma loja para ver camisetas de bandas de rock, em um shopping de Santa Cruz do Sul. No som ambiente, tocava Pink Floyd. Rafael Campos trabalhava no estabelecimento e conversou com Fábio sobre música. Nas folgas dos atendimentos em Santa Cruz – Fábio mora em Candelária –, ele passou a ir até a loja para encontrar o amigo. Guitarrista, o compositor e cantor Rafael revelou que tinha composições próprias e mandou algumas para Fábio. Sobre a música Anti-Herói, que teve o clipe lançado na última quarta-feira, Rafael explicou que era uma forma de homenagear o pai falecido.

Fábio mandou uma versão com bandoneon e Rafael gostou. Disse que sempre teve o sonho de gravar com bandoneon. Porém, as intenções de entrar em estúdio realizaram-se somente no ano passado. Edinho Nascimento foi convidado para integrar a banda, na percussão e violão solo. A gravação aconteceu em dezembro, em Venâncio Aires, no estúdio do músico Thomás Lenz. “O Thomás é um grande músico e colaborou no arranjo e no backing vocal. O Edinho deu a pegada diferente que queríamos. A vibe no estúdio foi muito boa. Assim nasceu a versão de Anti-Herói. Gravamos em uma quarta e em uma sexta”, relata Fábio.

O nome “RockNeon” para a banda foi inspirado na pegada roqueira com a sonoridade única do bandoneon. Fábio revela que o solo da música surgiu durante uma viagem de Cachoeira do Sul para Candelária. Sem o instrumento no carro, cantarolou no celular para não perder. “Queremos uma chance de levar o pop rock gaúcho para todos os cantos. Sei que a tarefa não é fácil. É muito difícil conseguir expandir neste cenário hoje em dia. Mas somos movidos a realizar sonhos! As pessoas sentem falta desse tipo de som”, observa Fábio.

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O clipe conta com direção e fotografia de Ricardo Pohlmann e assistência de direção de Roberto Pohlmann, irmão de Ricardo. “O fato de termos gravado com os filhos foi algo muito emocionante e gratificante. Sempre quis ser músico. Gravar o clipe teve um significado muito especial”, finaliza Fábio.

O instrumento

O bandoneon é um instrumento musical de palhetas livres, semelhante a uma concertina, utilizado principalmente na região do Rio da Prata, Uruguai e Argentina, onde é o principal instrumento da orquestra de tango. Ele foi inventado pelo músico alemão Heinrich Band (1821-1860). O nome original “bandonion” refere-se ao sobrenome de Band. Foi criado para ser usado na música religiosa e na música popular alemã, ao contrário da concertina, que era um instrumento mais utilizado na música folclórica. Imigrantes alemães levaram, no início do século XX, o bandoneón para o Rio da Prata, onde foi incorporado à música local.
O bandoneon produz o som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal que podem ser de zinco ou alumínio. Na execução do tango, é preferível o instrumento com chapas de zinco pelo peso, que permite versatilidade no staccato típico da marcação do tango, bem como pela doçura tímbrica.

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