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Santa-cruzense pode ter animação concorrendo ao Oscar

Ao lado de Robyn Campbell e Cindey Chiang, Ana Cláudia Gusson (de preto) foi a diretora da animação Pivot e aguarda o resultado de votação para estar na festa do cinema

Uma designer gráfica santa-cruzense vive a expectativa de ter uma de suas produções audiovisuais concorrendo ao Oscar. E representando o Canadá. Há sete anos radicada em Vancouver, cidade de 700 mil habitantes da costa oeste da Colúmbria Britânica (a 4,3 mil quilômetros da capital canadense, Ottawa), Ana Cláudia Gusson foi a diretora do curta de animação Pivot, qualificado para concorrer, em sua categoria, à maior festa do cinema.

É um momento especial na ainda relativamente recente carreira dela, e que a estimula em seus projetos em equipe, como ressalta, formada por mulheres. Concluído em outubro de 2021, o curta já obteve importantes premiações em festivais naquele país e nos Estados Unidos, além de exibições na Europa. A vários desses eventos, na América do Norte, ela compareceu.

Ana Gusson (dir.)., com Cindey Chiang (esq.), diretora de arte, e Robyn Campbell, roteirista

» Assista aqui ao curta Pivot

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Já qualificado para o Oscar, o filme tem exibição temporária no YouTube e pode ser assistido pelo público até o dia 23 de dezembro. Ali também será conferido pelos especialistas (vencedores de edições anteriores, críticos etc.) nominados pela Academia, e que definirão, até meados de dezembro, os 15 curtas de animação que estarão efetivamente habilitados a concorrer ao Oscar.

Para Ana, que foi a diretora da animação, e para suas colegas, só estar nessa etapa já é uma grande conquista. Como salienta, o roteiro é de autoria da amiga e colega Robyn Campbell, enquanto outra colega, Cindey Chiang, assina como diretora de arte. Ele resulta do chamado ACE-Programm, projeto que, primeiro com abrangência em Vancouver e depois estendido a todo o Canadá, financia trabalhos propostos por mulheres. A meta é que, até 2025, ao menos 50% das produções sejam lideradas por mulheres, numa indústria, a do audiovisual, ainda dominada pelos homens.

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Ana frisa que as mulheres já são maioria nas escolas e nos ambientes de formação. No entanto, os cargos de esferas mais altas na tomada de decisão ainda estão em mãos de homens. É esse cenário que os organismos públicos e privados pretendem alterar, com mais equidade e oportunidades iguais para os dois sexos. Isso começa por um investimento maior em treinamento e qualificação, a fim de que mulheres liderem todas as etapas ou funções também nesse segmento.

Para Ana, de 33 anos, nascida no Hospital Ana Nery em 18 de dezembro de 1989, é uma oportunidade valiosa de aperfeiçoamento e expansão do olhar de mundo. Ela é filha do médico Neori José Gusson, atual presidente da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo, e de Márcia Bohn Gusson, que atuou no ramo bancário. Tem ainda o irmão João Vitor, mais novo, que é produtor rural. Em Santa Cruz, Ana fez sua caminhada de estudos no Colégio São Luís.

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Concluído o Ensino Médio, transferiu-se para Porto Alegre, onde concluiu Design Gráfico na ESPM em 2012. Nos anos seguintes, trabalhou junto à indústria do audiovisual na capital gaúcha. Por essa época, em 2014, um curta de 11 minutos, Cassandra, de cuja produção participou, foi premiado no Festival de Cinema de Gramado. E em um projeto acadêmico, ainda na graduação, elaborou um curta chamado Sério, dedicado a recuperar suas raízes familiares associadas a essa cidade gaúcha, em especial para homenagear o avô, sapateiro, e que se esmerava em inventar objetos para presentear aos netos.

Em 2016, viajou ao Canadá, atraída por um programa de especialização que era referência mundial, mantido em Vancouver, direcionado a interessados em investir numa carreira de filmes de animação, área para a qual se sentia vocacionada. Justamente quando ela se fixava no extremo norte da América, em sua terra natal começava a ganhar forma o Festival Santa Cruz de Cinema.

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Cartaz de divulgação do filme de animação
Ana Gusson é a diretora do curta Pivot

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Entusiasmo com a visita dos pais ao Canadá

Se a saudade em relação à terra natal e a outras regiões do Brasil era grande, há duas semanas Ana Gusson recebeu uma visita muito especial, que lhe permitiu demorados abraços. É que seus pais, Márcia e Neori, foram vê-la em Vancouver, e estavam em vias de chegar quando ela conversava, por WhatsApp, com a equipe da Gazeta do Sul. Em completa expectativa para acolher os pais, ela enfatizou que há sete anos é casada com um gaúcho, Marcel Junges, porto-alegrense que se fixara em Florianópolis, e que partilha do mesmo entusiasmo dela pelo audiovisual, no segmento da animação.

Ana e o marido Marcel com os pais dela, Márcia e Neori, que os visitaram em Vancouver

Ela ainda comenta sobre a sinopse do curta-metragem Pivot, qualificado para a votação dos que devem concorrer no Oscar. Conforme ela, a roteirista Robyn Campbell tomou por base circunstâncias da própria história de vida, e ainda de uma amiga. No enredo, uma menina, de nome Ashley, que tem por volta dos 11 a 12 anos, chega ao dia de seu aniversário. E nos anos anteriores uma situação fora recorrente: a mãe sempre a presenteara com um vestido.

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Nesse ano específico não é diferente. Só que ela não quer mais saber de tal item, e gostaria, isso sim, de receber outras coisas. No entanto, com medo de magoar a mãe, fica sem saber como agir. A partir disso, inquieta e chateada, começa a encarar o vestido, que mais uma vez ganhou, como um monstro. A acolhida, ressalta Ana, tem sido bastante entusiástica em todos os festivais e eventos.

Uma das cenas do curta, em que uma menina enfrenta dilema associado a um vestido

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