A doméstica Luciana Kist, 41 anos, pede ajuda da comunidade para sustentar os nove cães que mantém em sua casa, no Residencial Viver Bem, situado no Bairro Dona Carlota. Resgatados doentes das ruas de diferentes regiões da cidade, todos foram tratados por ela e acabaram se tornando parte da família.
O que para muitos seria um incômodo, para Luciana é motivo de alegria. Na casa, os animais ocupam o pequeno pátio e também os cômodos, dividindo o espaço com a dona, que não esconde a paixão que tem pelos bichos. “Eu vivo sozinha há 10 anos. Minha única filha mora em Porto Alegre, e, assim, os cães são a minha companhia”, conta.
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Segundo ela, sete dos nove cães são castrados, e os outros dois aguardam apenas a normalização dos serviços para passar pelo procedimento, além de ficarem todos presos dentro do pátio. “Eles não saem para a rua, dormem dentro de casa, e não incomodam os vizinhos. Só fazem barulho quando chega alguém no portão”, afirma.
Pertencente ao grupo de risco, e sem trabalhar desde o início da pandemia da Covid19, a doméstica sobrevive com os R$ 600,00 do auxílio emergencial oferecido pelo governo federal, e, em virtude desse contexto, enfrenta dificuldades. “O auxílio dá para pagar as contas, mas não chega para alimentar os cachorros. A despesa é grande, e as poucas doações que recebo não são suficientes”, relata.
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Luciana pede a ajuda da comunidade santa-cruzense com doações de ração para os animais, alimentos e produtos de higiene e limpeza para ela, que está disposta até mesmo a dividir a própria comida com os companheiros. Apesar de todas essas adversidades, ela afirma que não pretende se desfazer dos cães. “Não abro mão de nenhum deles de forma alguma. São os meus filhos; se precisar, passo necessidade por eles”.
Quem na comunidade tiver interesse em fazer doações ou ajudar Luciana Kist de alguma maneira pode entrar em contato pelo telefone 99788 7102.
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O que diz a legislação
A lei municipal nº 7132, de 2014, permite a posse de até 10 animais, caninos ou felinos, em cada residência. Excedendo esse número, o local caracteriza canil ou gatil de propriedade privada e deverá obedecer às normas legais para este fim. A lei diz, ainda, que é de responsabilidade do proprietário manter as devidas condições de alojamento, higiene, alimentação e bem-estar dos animais.
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