O santa-cruzense Inacio Nestor Etges é a principal liderança da Província Marista Brasil Sul-Amazônia, desde 2009. Encerrou sua gestão provincial na instituição em evento realizado na última terça-feira, no Recanto Marista Medianeira. Deixa legado de trabalho e apostolado, como marcas na história da missão marista no Rio Grande do Sul, Brasília e Amazônia. Agora, abre caminhos para novos nomes, como seu sucessor Deivis Fischer (triênio 2022/2024), que iniciou seus trabalhos como provincial nesta semana. A atuação como presidente da Rede Marista começará em 2 de janeiro de 2022.
Filho mais velho de uma família de 12 irmãos, Etges teve o incentivo dos pais para seu desejo de seguir a vida religiosa, iniciando a caminhada vocacional aos 12 anos, no Juvenato de Bom Princípio. Antes de assumir a liderança provincial, por 17 anos atuou como professor de Matemática e, desde 1993, ministra aulas em cursos de Psicologia, sua segunda área de formação. “O meu chão é sala de aula. Independente da função que eu estava assumindo dentro da Província, nunca abri mão da docência”, afirma.
O religioso fez parte do grupo que trouxe da Colômbia a iniciativa de organizar um movimento de pastoral juvenil, a Juventude Marista (Jumar), mais tarde, Pastoral Juvenil Marista (PJM). Também atuou como mestre de noviços, na formação dos candidatos à vida religiosa e na orientação vocacional. “Eu acredito que um dos principais fatores que me trouxeram até o provincialato foi esse apostolado desenvolvido junto com os jovens, em especial com os noviços. Eu tinha muita credibilidade entre todos os irmãos da Província pela forma como conduzia a formação deles”, avalia.
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Quatro gestões consecutivas
O prazo da gestão da Província é de um triênio. Ser o líder é como ser a expressão máxima de zelar pelas pessoas da instituição. O ingresso de Etges na área administrativa teve início na década de 1980. Em 1982 foi eleito pela primeira vez como conselheiro provincial. Após o período em que esteve em Roma, em formações na área de Psicologia, retornou para o Brasil e, em 1994, foi novamente eleito como conselheiro provincial e dessa vez assumiu o cargo de vice-provincial. Desenvolveu essa função ao longo de sete anos até ocorrer o processo de unificação das Províncias Maristas de Santa Maria e Porto Alegre, formando a Província Marista do Rio Grande do Sul.
Após a junção, foi o período em que atuou como mestre de noviços. Como a função exigia uma dedicação grande para o acompanhamento dos jovens, ele solicitou que não ficasse em nenhum cargo de gestão institucional durante esse período. Sua dedicação foi exclusiva para a formação de novos religiosos.
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A partir desse trabalho, os olhares de todos os irmãos se voltaram para o então formador Inacio Etges. “Em 2009, houve o momento de consulta a todos os irmãos para as indicações de nomes para que o instituto definisse quem seria o novo provincial. Foi uma convergência de tantos irmãos em torno do meu nome que eu fiquei assustado. Não esperava essa indicação, muito menos com a adesão tão grande como foi”, afirma.
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Decisão para o crescimento e a vitalidade da instituição
Até o fim de 2009, a Província vinha sendo gerida em um formato bem familiar. A partir de sua visão de futuro, Etges entendia que aquele era o momento para iniciar uma mudança que traria mais crescimento e vitalidade para a instituição. “Eu estava atento ao contexto de que muitas organizações religiosas e outras empresas estavam se modificando, profissionalizando a gestão, e eu percebia que nós também precisávamos de uma inovação”, explica.
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A partir daí inicia-se uma jornada de estudo, avaliações, consultorias e reuniões para construir um novo modelo de governança e gestão para a Província. O início exigiu resiliência e muito foco. “Não sabia como, nem qual o modelo, mas eu sabia que precisávamos mudar e caminhar para um profissionalismo. Resolvi iniciar com os mais próximos, trabalhando firmemente com o Conselho Provincial para nos colocarmos dentro de um alinhamento conceitual de governança e gestão.”
Segundo o religioso, esse período inicial foi o mais desafiador dos 12 anos de gestão. “Lembro de alguns workshops que fizemos, com mais de 80 pessoas, que foram reuniões extremamente tensas, em que eu terminava pensando que nada ia dar certo. Tinha convicção de que aquele era o caminho, mas tinha dúvidas de como iria acontecer e como seria a adesão das pessoas”, recorda.
Todo o caminho desenvolvido ao longo dos seis anos iniciais como provincial fez de Etges uma referência de liderança inovadora. Novos passos ainda precisavam ser dados, e sua ousadia em trabalhar sem temer os desafios deu-lhe a oportunidade de desenvolver mais um momento para a instituição: unir atuações distantes geograficamente e ligadas pelo amor à missão marista, como o Distrito Marista da Amazônia. Isso resultou na unificação e formação da Província Marista Brasil Sul-Amazônia, em dezembro de 2015.
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