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Pandemia

Santa-cruzense fica dois meses isolada em cruzeiro

Há um ano, Myrella trabalha como garçonete em cruzeiros

Depois de 72 dias isolada em um cruzeiro em Miami, nos Estados Unidos, a santa-cruzense Myrella Allgayer, de 27 anos, conseguiu chegar nessa quarta-feira, 27, a Porto Alegre. Ela trabalhava no navio como garçonete quando a pandemia do novo coronavírus chegou. Os passageiros tiveram que descer e ela e mais cerca de 600 colegas tiveram que ficar no navio.

Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta quinta-feira, 28, Myrella explica que o cruzeiro fazia rotas pelo Caribe. Ela embarcou em dezembro e ficaria no navio até metade do ano. “Mas a pandemia começou. Em 15 de março o governo dos EUA disse que todas as companhias de cruzeiro deveriam encerrar as atividades. Voltamos imediatamente para Miami, os passageiros desembarcaram e parte da tripulação foi para casa e outra ficou. Eu fui uma que tive que esperar. Os aeroportos estavam fechados e a empresa não conseguiu fretar logo um avião. Fomos para as Bahamas, ficamos um mês lá, mas como o aeroporto também estava fechado, retornamos para Miami.”

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Paixão por viagens fez com que Myrella optasse por trabalhar durante cruzeiros | Foto: arquivo pessoal

Ela lembra que o governo impôs uma regra que a tripulação não poderia pegar voos comerciais. “Até a empresa conseguir esse fretamento demorou. Mudei de navio duas vezes e quando isso ocorreu fui colocada junto com outros 178 brasileiros. Fomos em cinco ônibus até o aeroporto, escoltados por policiais desde o navio. Lá o ônibus nos deixou direto na pista, para que não tivéssemos contato com as áreas comuns.”

Já em Porto Alegre, Myrella está no apartamento emprestado por um amigo para fazer quarentena. “Moro em Santa Cruz e meus pais também. Para evitar levar alguma coisa para eles, vou ficar esses dias por aqui. Foi um tempo de espera muito grande, de tédio, frustração, não esperávamos que demoraria tanto para voltarmos.”

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Número reduzido
Myrella conta que, normalmente, cruzeiros como o que ela estava chegam a ter cerca de 1,6 mil passageiros e em torno de 800 pessoas que trabalham no interior do navio. “Por causa da pandemia que já havia começado, muitas pessoas cancelaram a viagem e tínhamos em torno de 600 passageiros.”

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Sobre possíveis contaminações, ela diz que algumas pessoas tiveram sintomas gripais e o médico da tripulação não tinha muita certeza do que poderia ser. Então essas pessoas ficavam isoladas por 14 dias, em um espaço diferente do navio, que ninguém poderia acessar.

Colaborou o jornalista Ronaldo Falkenback

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