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Santa-cruzense é vacinada contra Covid-19 em Israel

Em Israel, onde a campanha de vacinação contra a Covid-19 teve início há cerca de duas semanas, o processo avança rapidamente e o país já contabiliza cerca de um milhão de pessoas que receberam a primeira dose. Além dos grupos prioritários, que são profissionais da área da saúde e idosos com 60 anos ou mais, o imunizante também está sendo aplicado na população em geral. O país, que registra a melhor taxa de vacinação por cem habitantes, cerca de 9,18 pessoas, não mede esforços para atender à demanda: por dia, chegam em média 800 mil doses da Pfizer/Biontech e uma força-tarefa para aplicação foi montada em postos de saúde e outras estruturas, algumas com atendimento 24 horas e todos os dias da semana. A previsão é de que, nos próximos dias, a vacina do laboratório Moderna também passe a ser aplicada no país.

Em entrevista à Rádio Gazeta, a santa-cruzense Ana Maria Piazera-Davison, de 63 anos, que reside há 13 na cidade de Raanana, onde atua como tradutora e escritora de conteúdos em português para uma revista eletrônica, contou como foi a sensação de fazer a vacina. Na tarde de domingo, às 17h12 (11h12 no horário de Brasília), ela e o marido Michael Davison, de 70 anos, que é norte-americano, receberam a primeira dose em um ambulatório improvisado com 10 cabines para aplicação. O procedimento foi feito por agendamento prévio. A segunda aplicação está marcada para o dia 24 deste ano.

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Ana Maria conta não ter sentido nenhum efeito colateral. “O procedimento foi super calmo e organizado, a vacina em si não dói nada e até agora não senti nada de diferente. Não tive nenhum receio em fazer, até porque pertenço a uma geração que foi vacinada desde pequena contra a tuberculose, sarampo, varíola, poliomielite e todas aquelas doenças infantis que são perigosíssimas e não tenho medo de vacina. Eu confio na ciência, nos pesquisadores e acho que está na hora de as pessoas pararem de pensar que somente a divindade protege, pois no momento em que existe uma vacina à minha disposição, que me previne contra doenças, essa é exatamente a ajuda que eu posso dar a mim e a divindade se encarrega do resto, contando que eu faça a minha parte”, disse.

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A santa-cruzense também comentou a resistência de parte da população do Brasil em relação à vacina e aos protocolos sanitários. “O povo brasileiro tem que pensar desta forma, seguir as diretrizes de segurança e mesmo que o mau exemplo venha de cima, cada um tem de pensar por si e pelos seus” ressalta.

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“Governo não fez pouco caso do problema”
Para a santa-cruzense, a maneira como o governo israelense conduziu os procedimentos para frear a contaminação do vírus foram fundamentais para que o país conseguisse despontar na imunização.“O governo israelense não fez pouco caso do problema. Assim que a Organização Mundial da Saúde decretou oficialmente a pandemia, todas as providências foram tomadas, inclusive o lockdown e fechamento de fronteiras. Suspenderam todos os voos de entrada e saída e todas as pessoas que entravam no país tinham que ficar duas semanas em hotéis especialmente designados para quarentena”, afirma.

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As restrições sanitárias, como uso obrigatório de máscaras, bem como o álcool em gel seguem em vigor em todos os estabelecimentos e locais de acesso público. Quem insistir em descumprir as regras, é multado e corre o risco de sofrer outras penalidades. “A economia do país está quebrada, muitos comércios e negócios estão fechando as portas. É triste de ver tantas pessoas perdendo o emprego e tanta gente pedindo auxílio governamental. Mas pelo menos a importância à vida humana foi maior que a economia e, com um serviço de saúde universal, acessível a todos os cidadãos estrangeiros em situação legal no país, posso dizer que tudo foi e está sendo feito da melhor maneira possível”, finaliza.

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A partir do dia 17 de janeiro, os israelenses imunizados com as duas doses começarão a receber o passaporte verde, o que prevê a liberação dos vacinados da quarentena, mesmo se expostos a um portador diagnosticado com o vírus. O salvo-conduto também deve dispensá-los da obrigatoriedade de realização de testes antes e depois de viagens e conceder permissão a eles para frequentar locais como restaurantes e cinemas, bem como eventos públicos sem restrições.

E se não tomar?
Em Israel , a aplicação da vacina não é compulsória, até porque existem casos de pessoas que não podem ser vacinadas, como gestantes, pessoas com doenças autoimunes, pessoas em quimioterapia, pessoas alérgicas, etc. No entanto, segundo Ana Maria, aqueles que não quiserem se vacinar sofrerão restrições. “A questão aqui não é em relação ao meu direito de não tomar vacina. Você tem todo o direito de não querer se vacinar, só não tem o direito de contaminar outras pessoas. Seu direito tem que ceder para o direito de uma comunidade, essa é a questão”, observa.

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