Não é de hoje que talentos santa-cruzenses despontam no basquete nacional. Desde os tempos em que o Corinthians figurava entre os melhores do País, Santa Cruz se tornou berço de jogadores deste esporte. A novidade, no entanto, é que agora o município também se destaca em uma variação da modalidade: o basquete sobre rodas. A Associação Santa-Cruzense de Pessoas com Deficiência (Aspede) há pouco mais de dois anos conta com uma equipe e forma grandes talentos. Um deles, inclusive, foi convocado para a seleção brasileira sub-23 da modalidade. Roger Rodrigues de Oliveira, de 21 anos, foi chamado pela primeira vez para representar o País no Torneio Qualificatório, que será disputado em Buenos Aires, na Argentina.
O talento do armador Roger não surgiu cedo. Ainda que ele tenha sido apresentado ao basquete sobre rodas aos nove anos, quando o time do município ainda era vinculado ao Centro Ocupacional de Deficientes de Santa Cruz do Sul (Codesc), em um primeiro momento o jovem não se interessou pelo esporte. “No começo eu era muito pequeno, era muito difícil pra mim”, explicou ele. No entanto, com o passar do tempo, Roger cresceu e começou a se destacar. “Começamos a participar de mais campeonatos. Joguei o Campeonato Brasileiro por outra equipe e ganhei visibilidade. Assim cheguei à seleção”, comenta.
Há duas semanas, Roger está no Recife, em Pernambuco, treinando para a competição, que acontece a partir do dia 22 até o dia 29 deste mês. No certame, seis seleções disputarão duas vagas para o Mundial, que será no Canadá, no meio do ano. Em um primeiro momento, 19 jogadores foram pré-convocados e, após uma semana de atividades, apenas 12 permaneceram e representarão o Brasil na competição. Entre eles, Roger. “Quando eu entro na quadra para jogar, me sinto realizado. Eu dou sempre meu máximo”, conta.
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Depois desta fase, Roger não pretende parar. “A minha motivação só aumenta com esta convocação”, comemora. Ele, que diz ter realizado um sonho ao compor a seleção sub-23, já pensa no futuro: “quem sabe mais pra frente eu não consiga uma seleção principal?”, almeja o garoto. “Eu sei da importância da Aspede na minha trajetória. Agora, temos um time forte, firme. E minha evolução se deve a isso: não parar e ter quadras pra treinar”, ressalta.
Roger: “quem sabe mais pra frente eu não consiga uma seleção principal?”
Aspede
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A Aspede trabalha principalmente prestando assistência a cadeirantes. No entanto, há dois anos os dirigentes da associação decidiram que era hora de criar uma equipe de basquete sobre rodas ligada à Aspede. “Existia um time vinculado a Prefeitura. Mas achávamos que precisávamos ter mais autonomia”, explica o presidente da entidade, Alisson Geller. Conforme ele, nos últimos anos, a equipe, que conta com 19 jogadores, tem evoluído muito. “Antes brigávamos para não terminar em último lugar. Mas nos últimos campeonatos, temos ficado entre os três primeiros. Em um campeonato em Erechim, em dezembro, ficamos em primeiro”, comemora Geller.
Agora, a Aspede está com uma equipe de bocha adaptada. Mas para continuar realizando seu trabalho, precisa de apoio, conta Geller. “Depois das Paralimpíadas, temos tido mais visibilidade. No entanto, aqui em Santa Cruz ainda falta um pouco de ajuda”, finaliza ele.
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