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EDUCAÇÃO

Santa-cruzense conquista bolsa de doutorado na Alemanha

Brandon da Rosa cultiva o gosto pela cultura germânica, que foi incentivado pela família

Foi por meio do interesse pela língua alemã que Brandon Jahel da Rosa, de 24 anos, conquistou uma bolsa para cursar doutorado na cidade de Bonn, na Alemanha. O apreço pela cultura germânica vem de casa. No entanto, foi na sala de aula que esse olhar em torno da cultura se intensificou. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Duque de Caxias, do Bairro Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, Brandon intensificou o aprendizado e teve um contato ainda maior com o idioma.

“Aos 13 anos, na então 5ª série, durante as oficinas de língua alemã, pude ter contato com um universo amplo da cultura alemã, como a sua literatura, por meio de autores como Thomas Mann, Johann Wolfgang von Goethe e Hermann Hesse; na música clássica, através de compositores como Ludwig van Beethoven e Johann Sebastian Bach, e também na Filosofia, com Friedrich Nietzsche e Immanuel Kant. Todo esse contato me encantou para que eu continuasse os estudos dentro das Ciências Humanas, área extremamente valorizada na Alemanha”, contou.

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Na época, segundo ele, o ensino da língua ocorria na forma de oficina extracurricular. “Hoje as escolas do município já contam com o alemão na grade curricular. A Luciani Vogt, que foi minha professora de alemão por muitos anos, preocupava-se não somente em repassar os aspectos formais da língua, como a gramática e a estrutura. Dessa maneira, as aulas ofereciam uma verdadeira imersão.”

Estudante e pesquisador, Jahel da Rosa é natural do Bairro Santa Vitória, em Santa Cruz. Hoje ele reside no Bairro Bom Fim, em Porto Alegre. A mudança para a Alemanha está marcada para o fim deste mês. Ele irá primeiro visitar um curso intensivo de alemão acadêmico no instituto de idiomas Kreuzberg Bonn – Sprachinstitut, antes do semestre de inverno que começa em outubro. “A bolsa compreende um curso de alemão antes do doutorado, mas ela cobre todo o tempo do doutorado na Alemanha. Desde as passagens, as taxas universitárias e um salário para me manter lá. O intuito é financiar a pesquisa de doutorado”, frisou.

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As movimentações para essa conquista iniciaram-se por meio de um projeto de pesquisa. “Após concluir a graduação em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e ingressar no mestrado em Filosofia, também na PUC/RS, comecei a montar uma candidatura e um projeto de pesquisa para tentar o doutorado. Após contatar professores de várias universidades, recebi confirmação de três. Optei pela Rheinische Friedrich-Wilhelms-Universität Bonn, a Universidade de Bonn, por sua ótima posição nos rankings na Alemanha e pelo professor doutor Markus Gabriel, que aceitou orientar o meu projeto e ser um dos grandes nomes da Filosofia na atualidade”, explicou Jahel.

O doutorado será custeado pela Katholische Akademische Ausländer-Dienst – uma instituição da Igreja Católica alemã que oferece bolsas de estudos para jovens pesquisadores qualificados de países em desenvolvimento. “Em março deste ano, recebi a confirmação de que a minha solicitação para o projeto de doutorado havia sido aceita”, orgulha-se.

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Motivo de orgulho na escola

Para a professora de Letras e Literatura em Língua alemã, Luciani Vogt, ver o ex-aluno conquistar a bolsa para doutorado é motivo de felicidade. “Estou com muito orgulho dele, e isso me faz acreditar no que faço. Eu entro na sala de aula e mostro que o alemão é um diferencial.”

O ensino da língua passou a ser oferecido na Emef Duque de Caxias em 2008. Em 2014, a disciplina chegou aos alunos do 6º ao 7° ano, uma hora por semana, e mantendo a oferta em forma de oficina para interessados dos 8º e 9º anos com foco na qualificação. “Eu procuro oferecer o ensino me apoiando nos mais modernos métodos didáticos/pedagógicos de aprendizagem, com livros atualizados. Estou constantemente me atualizando”, disse a professora formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc).

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Ela possui pós-graduação em metodologia e didática no ensino e aquisição da língua estrangeira moderna, e realizou aperfeiçoamento e especialização na Alemanha, onde também já morou. “O ensino do idioma leva em conta as quatro habilidades: conversão, escrita, audição e leitura. Durante as aulas, é dado ênfase na conversação para um melhor aproveitamento do aluno. Além do livro didático, o ensino se dá através de música, filmes, poesia e internet”, finalizou.

Dicas e incentivo

O ex-aluno Brandon Jahel da Rosa compartilhou a experiência com estudantes do 6º e 7º anos da Emef Duque de Caxias, por meio do Google Meet. Para ele, é motivo de alegria trocar ideias com a comunidade escolar sobre língua e cultura do país europeu. “Falei sobre as oportunidades incríveis não somente no âmbito profissional, mas para colocarmo-nos em contato com ideias diferentes, pessoas de outros lugares e, principalmente, pensarmos o desenvolvimento de nossas sociedades, no fortalecimento da democracia e na promoção do bem comum”, disse.

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Ele salienta a importância de aprender novas línguas e que as ferramentas atuais têm prejudicado o incentivo. “Com a tradução simultânea, muitas pessoas desistem de procurar aprender um novo idioma. Acho importante não esmorecer nas primeiras dificuldades que o estudo de uma nova língua oferece, principalmente uma com uma estrutura tão diferente do português, como o alemão.”

Como incentivo, ele sugere que a pessoa tente ligar o estudo do idioma com algum interesse pessoal. “Se você se interessa por artes, procure ler textos sobre a língua que está estudando; se você se interessa por engenharia, procure por conceitos importantes na língua do seu interesse. Com um pouco de paciência e esforço, as dificuldades iniciais podem ser contornadas. Há um ditado em alemão que diz Übung macht den Meister, que significa ‘a prática faz o mestre’, ou ‘a prática leva à perfeição’, e isso certamente serve para o estudo de línguas estrangeiras”, concluiu.

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