A Defesa Civil de Santa Cruz do Sul apresentou nessa quarta-feira, 22, um relatório detalhado sobre os danos materiais que as chuvas provocaram aos setores público e privado do município. O prejuízo estimado é de R$ 306 milhões e considera a cidade e o interior, nas áreas residencial, comercial, industrial, agrícola, pecuária, extrativismo vegetal e turismo. O número de desalojados ultrapassou os 11,3 mil e também serve para entender o tamanho da tragédia humanitária.
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, José Joaquim Dias Barbosa, explicou que foram registrados episódios de queda de granizo, chuvas intensas, vendaval, alagamentos, enxurradas e deslizamentos no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, usado pela Defesa Civil Nacional e Ministério da Integração para prestar auxílio aos atingidos e permitir acesso aos programas federais.
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Na categoria danos humanos, foram dois mortos, 85 feridos, dois enfermos, 284 desabrigados e 11,3 mil desalojados. São consideradas desabrigadas as pessoas que precisam sair de suas residências e não têm para onde ir, sendo encaminhadas a abrigos organizados pelo poder público ou instituições voluntárias. Já os desalojados são aqueles que também precisaram sair das próprias moradias, mas conseguiram se instalar na casa de familiares ou amigos.
Os danos materiais contemplam unidades habitacionais e instalações públicas de saúde, ensino, prestadoras de serviço, de uso comunitário e também infraestruturas públicas. No total, 322 casas foram destruídas e 3,6 mil danificadas. Segundo Barbosa, as que permanecem de pé mas estão condenadas pela Defesa Civil foram contabilizadas como destruídas.
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O maior prejuízo, calculado em R$ 130 milhões, está relacionado às infraestruturas públicas, entre elas estradas, pontes, pontilhões, galerias e bueiros que foram danificados pelas águas.
Já no setor privado – agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços – a estimativa de perdas chega a R$ 162 milhões. Para se ter uma ideia da relevância do número, o montante de R$ 306 milhões corresponde a 79% do orçamento anual de Venâncio Aires, segunda maior economia do Vale do Rio Pardo. “E pode ter certeza que ainda vai aumentar, e muito. A cada dia estamos atualizando e essa conta continua crescendo”, afirma Barbosa.
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Um custo já previsto é o descarte dos entulhos removidos das regiões atingidas. “Somente na Várzea, em um único dia, foram retiradas mais de 50 cargas”, acrescenta o secretário. De maneira provisória, esses materiais estão sendo acondicionados em uma área do Parque de Eventos e posteriormente serão movidos para um local adequado. “Por incrível que pareça, nós ainda estamos recolhendo.” Um dos motivos, observa Barbosa, é que algumas pessoas tentaram restaurar móveis e eletrodomésticos em um primeiro momento, mas não conseguiram e estão descartando definitivamente agora.
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