O departamento de Vigilância e Ações em Saúde de Santa Cruz do Sul iniciou nessa segunda-feira, 12, mais uma etapa do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que visa mapear a proliferação do mosquito transmissor da dengue. A atividade é essencial para entender como o inseto está se espalhando, especialmente com as condições climáticas atípicas deste ano.
“Pelo número de casos, estamos em queda na curva de infecções, mas isso não significa que podemos relaxar. Não existe mais uma época específica de proliferação, apenas períodos em que a reprodução do mosquito é mais rápida devido ao calor, aumentando os casos. Mesmo no frio, ele continua se reproduzindo, embora de forma mais lenta”, disse a coordenadora Francine Braga em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.
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Santa Cruz do Sul soma 3.115 casos positivos de dengue até o início deste mês. É um aumento expressivo em comparação com os 105 registros do mesmo período do ano passado. Segundo Francine, isso é reflexo de maior incidência nacional. “Este ano foi muito atípico, com estações indefinidas, o que complica a comparação entre 2023 e 2024” comentou.
Para agilizar a identificação das larvas, a Vigilância Sanitária de Santa Cruz vai contar com um laboratório próprio. A estrutura deve começar a operar em outubro. Hoje as amostras coletadas no município são encaminhadas para o Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen/RS), o que exige de dois a três dias para se ter o resultado.
“Com o laboratório local, poderemos identificar na hora se a larva é do Aedes aegypti, trazendo mais agilidade às nossas ações”, destacou Francine Braga. O serviço no laboratório, que vai atender apenas Santa Cruz, será realizado pelos agentes de endemias. Esses profissionais receberão capacitação para operar o novo equipamento.
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Em relação à vacinação contra a dengue, a coordenadora disse que a adesão da população apta é baixa. O imunizante está liberado para o público-alvo de 10 a 14 anos. “Aplicamos apenas 663 doses das 1.755 disponíveis. Nossa vacina tem validade até 2025, mas é preocupante ver tão poucas pessoas imunizadas”, disse.
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