A série de assassinatos em Santa Cruz do Sul tem chamado a atenção da comunidade. Somente nos últimos dez dias, foram quatro homicídios decorrentes de disparos de arma de fogo. Ao longo do último fim de semana, mais dois casos foram registrados. O primeiro ocorreu por volta das 23h40 de sexta-feira, no chamado Corredor Muller, no Bairro Bom Jesus. Geovani dos Santos, de 34 anos, morreu com disparos de arma de fogo. O crime teria acontecido após uma briga entre a vítima e outro indivíduo. Após a luta corporal, um deles saiu do local. Mais tarde, teria voltado com seu irmão, sendo que ambos abriram fogo contra o homem de 34 anos. Os autores fugiram.
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O homicídio mais recente foi ao final da tarde de sábado. João Rogério de Oliveira, de 55 anos, conhecido como João Tamanco, foi executado a tiros na Rua Padre Landel de Moura, no bairro Pedreira. Por volta das 18h30, dois indivíduos armados chegaram em um Peugeot cinza e efetuaram disparos contra o homem. João tentou fugir, mas não resistiu aos tiros e morreu ao tentar pular um muro, vindo a ficar pendurado na estrutura. Depois, os autores fugiram. Em ambos os casos, Brigada Militar, Polícia Civil e Instituto-Geral de Perícias (IGP) foram acionados, compareceram nos locais e coletaram evidências para as investigações.
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Além destes dois, na última quinta-feira, o instrutor de autoescola Rostem Luiz dos Santos Fagundes, de 52 anos, foi assassinado a tiros na Rua Johanes Karl Klemm, Bairro Santo Antônio. E no dia 21 de agosto, João Igor da Silva Rodrigues, de 24 anos, foi morto com disparos enquanto dormia, em uma residência da Rua Projetada Nove, no Loteamento Berçário Mãe de Deus, Bairro Santuário. Naquela mesma noite, houve ainda um caso de tentativa de assassinato, de um jovem que foi raptado em Santa Cruz e levado para uma região de interior, onde foi baleado após ser mandado correr por criminosos armados.
Somado a esses casos, a polícia ainda monitora uma série de assaltos a estabelecimentos. Somente ao longo de uma semana, uma sorveteria, uma loja de beleza, uma distribuidora e uma padaria foram alvos de bandidos à luz do dia. Todos os casos foram registrados na delegacia e estão sob investigação. No entanto, atendendo determinação da Associação dos Delegados de Polícia no Rio Grande do Sul (Asdep), que suspendeu entrevistas e o repasse de informações à imprensa em protesto pelo reajuste que o governo do Estado propôs para o salário dos delegados – considerado baixo pela categoria – , as delegacias distritais, que investigam esses delitos, estão proibidas de se manifestarem sobre as apurações.
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O homicídio ocorrido na noite de sexta-feira encerrou um período de três anos e meio em que o Bairro Bom Jesus não registrava um assassinato. O último havia ocorrido em 21 de março de 2021, e gerou grande repercussão, pois a vítima, o jovem Deangellis dos Santos Zinn, de 23 anos, foi morto com 56 disparos de pistola calibre 9 milímetros, nas imediações do campo de futebol do bairro. Os autores desse crime jamais foram identificados pela Polícia Civil.
Com os homicídios de sexta e sábado, chegam a 11 os assassinatos registrados em Santa Cruz do Sul em 2024. Foram dez mortes de homens e uma de mulher, em nove pontos diferentes do município, nos bairros Progresso (2), Bom Jesus, Dona Carlota, Santuário, Pedreira, Santo Antônio, Centro, distrito de Rio Pardinho (2) e localidade de Alto Paredão. A média aponta que pelo menos um assassinato tenha acontecido a cada 22 dias em Santa Cruz.
Com base nessa análise, pode-se ter a impressão de que os casos revelam uma média alta. No entanto, na comparação com anos anteriores, é possível notar uma queda acentuada. Em 2018 foram 27 homicídios no município; em 2019 houve 22; e em 2020, mais 30. Em 2021 os casos diminuíram pela metade, com 15; e caíram ainda mais, para dez, em 2022. Em 2023 voltaram a subir, chegando a 12. As forças de segurança trabalham para evitar que o número aumente ainda mais neste ano.
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