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Santa Cruz tem primeira morte suspeita por coronavírus

Um paciente faleceu nessa quarta-feira, 8, em Santa Cruz do Sul, com sintomas semelhantes aos causados por coronavírus. A pessoa, que não teve o sexo divulgado, apresentava outras complicações de saúde. O quadro teria se agravado nos últimos dias, depois que apareceram alterações que se enquadram para Covid-19.

Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul confirmou a morte de um paciente com suspeita de coronavírus. O Município afirma que aguarda o resultado do exame que será feito pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). Segundo apurado pela reportagem, o resultado da testagem para a doença deve sair até o fim de semana.

Conforme a Prefeitura, trata-se de uma pessoa com 89 anos, que estava com câncer com metástases. Em razão da idade avançada, passava apenas por cuidados paliativos. Em decorrência do câncer, o paciente apresentou um derrame pleural (água no pulmão), que, consequentemente, provocou tosse e falta de ar no último domingo, 5. Não apresentava nenhum outro sintoma de Covid-19, nem teve contato com qualquer pessoa suspeita. Além da idade, fazia parte do grupo de risco por ter histórico de hipertensão.

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O paciente foi internado no Hospital Ana Nery na terça-feira, 31, devido a dificuldade respiratória. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) ainda esclareceu que todos os pacientes internados que apresentam sintoma de Covid-19 passam pela coleta para exame de novo coronavírus, por isso, esse paciente idoso foi notificado com suspeita. O teste foi encaminhado ao Laboratório Central do Estado (Lacen) e a Vigilância Epidemiológica aguarda resultado.

Por causa das recomendações feitas pelo Ministério da Saúde, o corpo precisou ser enterrado com uso de um caixão lacrado. Não houve velório e a família não pôde se despedir do familiar.


Caso é o primeiro com regras para sepultamento

Desde essa quarta-feira, 8, Santa Cruz passou a adotar medidas determinadas pela Justiça para velórios e sepultamentos. Na segunda, 6, uma liminar do juiz Hilbert Maximiliano Akihito Obara, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, estabeleceu que os sepultamentos no Estado sejam realizados com caixões fechados, com ou sem visor, independentemente da causa da morte.

Ele atendeu a um pedido feito pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Prestação de Serviços Funerários do Rio Grande do Sul. O Ministério da Saúde já havia expedido uma recomendação para a realização de velórios. A intenção é evitar a disseminação de coronavírus. Pelas regras, os atos fúnebres devem ter duração máxima de três horas e ser realizados apenas no período diurno, com presença de até 10 pessoas.

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Em caso de paciente que faleceu com Covid-19 ou com suspeita da doença, o sepultamento ou cremação devem ser realizados tão logo o corpo seja liberado. Nestes casos, estão proibidos velórios e técnicas de conservação dos corpos.

Além disso, existem regras até para a remoção dos corpos de pessoas que faleceram por coronavírus ou mesmo que apresentaram sintomas de contaminação. Os agentes funerários precisam utilizar roupas apropriadas e com diversos equipamentos de proteção. Quando é confirmada a morte, o corpo precisa ser envolvido em lençóis e embalagens plásticas duplas.

Os caixões são lacrados com silicone e seguem direto para o cemitério, sem passar por capelas. No local, os funcionários responsáveis pelo enterro também precisam utilizar macacão em polipropileno com touca, máscara, luvas e bota, além de óculos ou protetores faciais.


Atestado de óbito

Ainda em março, o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério da Justiça publicaram uma portaria conjunta que determina que mortes por doença respiratória suspeita para coronavírus, mesmo que não confirmadas por exames, devem ser atestadas pelo médico como “provável para covid-19” ou “suspeito para covid-19”.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) e o Conselho Estadual de Secretarias Municipais da Saúde (Cosems) também estabeleceram uma série de orientações a serem seguidas durante o preenchimento do atestado de óbito. A recomendação é que a causa da morte para pacientes com suspeita seja colocada como “morte a esclarecer – aguarda exames”.

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Ronaldo

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