A Polícia Civil do Estado deflagou na manhã desta terça-feira, 14, a Operação Astúcia. O objetivo é combater a lavagem de dinheiro cometida por um dos líderes de uma organização criminosa com grande poder econômico e que atua no Estado. Ao todo, 23 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Estrela, Lajeado, Porto Alegre, Osório, Novo Hamburgo e Campo Bom.
Em Santa Cruz, segundo o delegado Marcelo Chiara Teixeira, foram cumpridos mandados em cerca de dez locais, entre empresas e residências. Um dos pontos foi uma distribuidora de bebidas localizada na rua Gaspar Bartholomay, esquina com a São José. Já em Venâncio Aires, a polícia esteve em um estabelecimento comercial na Rua Armando Ruschel.
As investigações duraram cerca de um ano. A coleta de provas fez com que o Poder Judiciário autorizasse diversas medidas cautelares que atingiram o grupo. O Ministério Público também participa através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo de Lavagem de Dinheiro. Ao longo desse período, foram autorizadas cerca 200 ordens judiciais.
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Segundo o delegado Filipe Bringhenti, titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD) do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), o objetivo da ação policial de hoje, com o cumprimento das medidas, é “congelar” o patrimônio do grupo investigado, além de ampliar o número de provas e avançar na apuração dos crimes cometidos por cada um dos investigados.
A justiça ainda autorizou o bloqueio de bens ligados ao grupo que totalizam cerca de R$ 9 milhões. São imóveis e veículos que pertenciam a quadrilha. “Ao todo, 120 pessoas físicas e jurídicas têm participação apurada”, adianta o delegado Bringhenti.
Durante as investigações, a Polícia Civil também comprovou atuação de exploradores do jogo do bicho no financiamento dessa facção. Eles forneciam dinheiro para a compra de armas, além da parceria comercial nos estabelecimentos em que o jogo de azar é explorado para que a facção diversificasse o faturamento. “Aqui, a aparente baixa lesividade dessa atividade deu lugar à atuação em prol do crime organizado faccionado, financiando o incremento do poder bélico dos criminosos investigados”, finaliza Bringhenti.
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A investigação tem contribuição da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Santa Cruz e a coordenação dos trabalhos executados na operação foi compartilhada pela 16ª Delegacia de Polícia Regional do Interior/Santa Cruz, Draco/Lajeado e DRLD/GIE. Mais de 120 policiais civis participaram da operação.
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