Santa Cruz do Sul conta com 32 contemplados de 57 inscritos no Prêmio Trajetórias Culturais Mestra Sirley Amaro, um reconhecimento para aqueles que transformam a vida com arte e cultura no Rio Grande do Sul. Ao todo, 1,5 mil pessoas em 12 segmentos culturais foram valorizadas na iniciativa, com prêmio bruto de R$ 8 mil cada, distribuídas nas nove regiões funcionais dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes). No total, houve mais de 5 mil inscrições.
O edital foi executado pelo Instituto Trocando Ideia, em parceria com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) – formalizado através de chamada pública e financiado pela Lei Aldir Blanc. A seleção contemplou pontuação específica para diversidade e pessoa física, sendo 51% para cotas sociais – autodeclarados pretos, pardos, indígenas, quilombolas, ciganos, mulheres e homens trans, travestis e pessoas com deficiência (PCDs).
Renato Sperb foi reconhecido na categoria música. Para ele, o sentimento é de felicidade pelo trabalho e trajetória valorizados. “Ser agraciado com um prêmio dessa importância me enche de orgulho e me dá o suporte necessário para continuar construindo minha história”, declarou. “Gostaria de agradecer a todos os músicos que tocaram e ainda tocam comigo e que enriqueceram muito essa trajetória ao longo dos anos, além das pessoas que sempre me apoiaram”, complementou.
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O escritor e jornalista Mauro Ulrich é um dos premiados na categoria diversidade linguística, livro, leitura e literatura. Ele se inscreveu por sugestão de Eduardo Spall, do teatro Espaço Camarim. Para Ulrich, brincar com a palavra e viver dela é algo absolutamente prazeroso. “A poesia é o gênero literário pelo qual eu transito. Tem me premiado desde que eu aprendi a ler e escrever. A poesia me escolheu. De todos os gêneros literários, é onde eu me sinto mais à vontade”, destacou. Conforme Ulrich, o prêmio é motivo de orgulho pelo sentimento de reconhecimento. “Meu compromisso profissional com a Gazeta e tudo o que tenho feito com o aval desse veículo para a divulgação e a propagação da cultura em nosso Estado colaboraram muito para a distinção”, avaliou. “Nesse segmento, o da literatura, a Gazeta é hoje um dos mais importantes veículos, de fomento, valorização e descoberta de novos autores”, complementou.
O prêmio homenageou a mestra griô Sirley Amaro, pelotense, nascida em 1936 e falecida em 2020, por ter contribuído significativamente com os saberes tradicionais, a cultura popular e o programa Cultura Viva, do extinto Ministério da Cultura. Sirley disseminou e protegeu os conhecimentos ancestrais do povo negro do Rio Grande do Sul, durante anos, e ficou conhecida em outros estados do Brasil por sua atuação na conservação e na perpetuação do conhecimento da cultura negra.
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Dona Sirley era descendente de escravizados, carnavalesca e costureira de profissão. Foi educadora, ao descobrir a arte de contar histórias, por meio das próprias histórias e de seus antepassados, na reconstituição dos saberes aprendidos nas vivências cotidianas. Contava histórias dos bailes de carnaval, das costuras, das antigas charqueadas em Pelotas. Em 2007, recebeu o título de Griô de Tradição Oral por meio da Ação Griô Nacional, do Programa Cultura Viva (Ministério da Cultura). Os griôs são reconhecidos pela sua própria comunidade como representantes e herdeiros dos saberes e fazeres da cultura tradicional de transmissão oral.
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