Santa Cruz do Sul tem 145 casos positivos de dengue. Os registros começaram a aparecer no dia 4 de março e são associados ao aumento do volume de chuva juntamente com temperaturas altas neste início de outono, quando os casos dispararam.
Com isso, um mutirão com agentes de saúde e soldados do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB) será realizado neste sábado, 9, em 2.485 imóveis, entre 8 horas e 17 horas. O objetivo é reduzir a incidência do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças. Além do Centro, onde está concentrada a maior parte dos casos, os bairros Arroio Grande, Pedreira, Senai, Bonfim e Ana Nery serão contemplados.
Na última segunda-feira, a Gazeta do Sul esteve na Rua João Martim Buff, no Senai, e encontrou situações críticas em terrenos baldios por conta de entulho e materiais de descarte. Há casos de moradores com dengue hemorrágica, a forma mais grave. Onze pessoas estão internadas.
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Conforme o coordenador da Vigilância Sanitária, Tainã Bartel, em entrevista à Rádio Gazeta, foram registrados somente quatro casos em 2020. A força-tarefa deste sábado será semelhante a de 2019, quando os bairros visitados foram Universitário e Santo Inácio. “Hoje, os dois não estão na lista atual de casos. É sinal de que o trabalho feito na época foi bom. Esperamos resultados positivos na região central”, sublinhou. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dor nas articulações e manchas na pele. Para diagnosticar, é necessário fazer um exame de sangue no sétimo dia a partir do aparecimento dos sintomas.
Segundo Bartel, muitas pessoas solicitam a aplicação de fumacê para matar os mosquitos Aedes aegypti. No entanto, o veneno deve ser usado com cautela. Por mais que tenha a utilização aprovada pelo Ministério da Saúde, ele destaca que não deve ser empregado de forma indiscriminada. “Solicitamos a pulverização de ultrabaixo volume (UBV) ao Estado para o Centro. Mas não é uma ação que possa ser feita como rotina. Temos que ter em mente sempre que a melhor forma para evitar a dengue é a prevenção”, enfatizou.
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Outros bairros devem receber o mutirão na sequência. Representante dos moradores do Bairro Goiás, Jeferson Peres salienta o número expressivo de pessoas que afirmaram estar com dengue no grupo do bairro no WhatsApp. Os casos estão concentrados na região entre as ruas Tiradentes e Salgado Filho, já no Bairro Avenida. “No local há uma sanga. Acredito que o foco é naquela região. Tem lixo acumulado em alguns pontos. Na Rua São José, por exemplo, existe um espaço com carros abandonados que também pode influenciar na disseminação de mosquitos”, comenta.
A Gazeta do Sul também encontrou lixo acumulado no Arroio das Pedras, próximo da nova ponte do Bairro Santa Vitória, na Rua Léo Winterle. Outro ponto com resíduos descartados, até com móveis antigos, é no Bairro Schulz, no canteiro da BR-471 onde começa a Rua Henrique Wickert.
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Região também está atenta às incidências
A preocupação com a dengue tornou-se regional. O prefeito de Vera Cruz, Gilson Becker, confirmou dois casos na última quarta-feira. De acordo com o especialista em saúde e coordenador das atividades ambientais na 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Luis Casseres, Venâncio Aires estava em situação preocupante no ano passado, quando atingiu 171 casos. Também há casos suspeitos em Passo do Sobrado e Rio Pardo. “Procuramos dar suporte aos municípios, com mutirões de limpeza. Também intensificamos as ações com os agentes de endemias. A comunicação com a população igualmente é importante para a eficácia no combate”, disse em entrevista à Rádio Gazeta.
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Conforme Casseres, dias de chuva intercalados com outros de forte calor são propícios para a proliferação do mosquito. “A população deve ficar atenta a qualquer material a céu aberto que possa ser um depósito de água”, ressaltou. No ano passado, o pico do número de casos foi no fim de abril e início de maio.
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Do foco, o mosquito se movimenta por até 200 metros. Mesmo com temperaturas baixas, o cuidado deve permanecer. O mosquito já foi encontrado em camadas de geada, em uma demonstração de adaptação ao clima gaúcho. Os ovos podem resistir por até 450 dias em ambientes secos. A transmissão é por meio das fêmeas, que buscam sangue para maturar os ovos. O período de maior atividade do Aedes é durante o dia, especialmente no início da manhã e ao final da tarde.
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