No decorrer dos últimos quatro anos, 663 eleitores de Santa Cruz do Sul filiaram-se a partidos políticos. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que siglas até então pouco expressivas em nível local cresceram em número de integrantes de lá para cá, enquanto legendas tradicionais do município registraram ligeiros encolhimentos de seus quadros.
A Gazeta do Sul comparou números de junho de 2016, ano da última eleição municipal, com junho deste ano, que são os mais recentes disponibilizados pela Justiça Eleitoral. Segundo os dados, Santa Cruz conta atualmente com 103.397 eleitores, dos quais pouco mais de 10% (10.547) têm filiação partidária. No mesmo mês em 2016, eram 9.884 eleitores filiados. A evolução do eleitorado com filiação foi maior do que a registrada entre 2012 e 2016 (395 eleitores), porém menor do que a contabilizada entre 2008 e 2012 (1.006).
Uma das legendas que mais se fortaleceram no último ciclo é o PSD, partido que cresceu a reboque da filiação do prefeito Telmo Kirst, há um ano. O próprio Telmo articulou a transferência de boa parte de seus apoiadores mais próximos para a sigla. Partidos como o Cidadania (antigo PPS) e o Republicanos (antigo PRB) também se expandiram na órbita do prefeito. Outra sigla que deixou a obscuridade foi o PSL, na esteira da eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Embora Bolsonaro tenha se desfiliado ainda no ano passado, a legenda ainda agrega parte do eleitorado alinhado à direita e tem planos de lançar candidatura própria a prefeito.
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Alguns partidos tradicionais também conseguiram engordar suas fileiras desde o último pleito. Esse é o caso do MDB, que também se prepara para disputar o Palacinho e teve o maior crescimento em número absoluto de filiados entre todas as legendas. PSDB e PTB também cresceram.
Na contramão, outras siglas históricas, como PP e PDT, chegam ao ano da eleição com efetivos suavemente menores. Embora mantenham-se como os dois maiores partidos do município, ambos perderam quadros, o que também é decorrência dos movimentos liderados por Telmo Kirst desde o ano passado. Na mesma situação estão o PT e o PSB. Único partido que não existia em Santa Cruz na eleição de 2016, o Novo conta hoje com 197 integrantes.
O pleito está marcado para 15 de novembro. Embora as agremiações ainda possam agregar nomes até lá, somente poderá concorrer quem se filiou até o dia 4 de abril.
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Efetivo não garante êxito eleitoral
Embora seja um indicativo da densidade eleitoral dos partidos, o volume de filiados não guarda relação direta com o êxito nas urnas. O PDT, por exemplo, que há vários anos ostenta a posição de partido com maior número de integrantes em Santa Cruz do Sul, com mais de 2 mil, elegeu apenas um vereador em 2016. Já o Solidariedade, que reúne menos de 200 integrantes, conquistou duas cadeiras na Câmara no último pleito. Outras siglas com mais filiados do que o Solidariedade, como PSB e DEM, não elegeram representantes no Poder Legislativo.
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