A Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA) se reuniu na manhã desta sexta-feira, 24, no auditório do Memorial da Unisc. O Encontro Regional das Américas reuniu as delegações do Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Argentina e República Dominicana, autoridades locais e regionais e imprensa para um ciclo de palestras sobre o setor tabaco e outros setores agrícolas.
O evento contou com a presença do presidente da ITGA, Daniel Green, do presidente da Amprotabaco e prefeito Telmo Kirst, de Santa Cruz, dos presidentes do Sinditabaco, Iro Schünke, e da Afubra, Benício Werner, e de representantes de outros países. Entre os assuntos discutidos estão o aumento do contrabando, as campanhas anti-tabagistas, o mercado internacional e a economia dos municípios produtores de tabaco.
Segundo Green, embora tenha existido um leve declínio na produção desde 2009, são 30 milhões de produtores de tabaco em 25 países. “Precisamos encontrar medidas de apoio para promover boa vida a essas famílias”, afirmou. “O que estamos vendo é um controle e eliminação do tabaco sem preocupação com alternativas”, completou. Ao falar sobre as demandas futuras para o tabaco mundial, o presidente da ITGA destacou a importância de não aumentar a produção, de acompanhar os impactos da Convenção-Quadro, a discussão sobre as alternativas para os produtos do tabaco (cigarro eletrônico) e como a saúde pública os vê e o contrabando.
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O presidente do SindiTabaco apresentou um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) sobre a Sustentabilidade na Cadeia Produtiva do Tabaco, que mostram a qualidade de vida, a economia e sobre a propriedade fumicultora do Brasil. O uso de agrotóxicos também foi apresentado por meio de um estudo da Universidade de São Paulo (USP), que aponta diversos produtos, inclusive arroz, trigo/aveia, tomate e maçã, que utilizam mais agrotóxicos que o tabaco. “Foi um longo caminho para chegarmos a um uso mínimo de agrotóxicos no tabaco”, disse Schünke. Como desafios do setor, o presidente do SindiTabaco apontou a sustentabilidade do setor, as medidas restritivas, a Convenção-Quadro, o contrabando e a valorização social e econômica da cadeia produtiva.
O chefe-executivo da Itga, António Abrunhosa, abordou a Conferência das Partes (COP7) e as perspectivas para a COP8, e os Novos Produtos do Tabaco. “Estava prevista discussão sobre diversificação e nós, produtores, ficamos esperando para poder sermos ouvidos. E isso não aconteceu”, disse Abrunhosa. Ele enfatizou que é preciso acompanhar as decisões da COP7, principalmente quanto aos artigos 17 e 18 e 9 e 10 e preparar estratégias para a COP8, que será em Genebra, em 2018. Sobre o cigarro eletrônico, Abrunhosa revelou que o primeiro modelo foi criado anos 60. O equipamento foi evoluindo no decorrer dos anos. “A previsão é de expansão, mas enfrenta problemas com as legislações dos países”, explicou.
Em seu pronunciamento, o prefeito Telmo Kirst ressaltou sobre a necessidade dos líderes políticos se empenharem em ações mais enérgicas em relação ao contrabando de cigarros. “Vamos convocar todos os 600 prefeitos dos municípios produtores de tabaco para irmos a Brasília e cobrar ações mais efetivas do governo federal”, assegurou Telmo. Organizado pela Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), prefeitos, deputado, senadores e secretários deverão ir a Brasília em abril. Além disso, uma série de encontros estão sendo agendados pela senadora Ana Amélia Lemos com o Ministério das Relações Exteriores e Agricultura, Polícia Federal e Receita Federal.
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