Santa Cruz registra 1.041 novas empresas nos primeiros quatro meses do ano

Período mais duro da pandemia, a criação de empresas em Santa Cruz do Sul desacelerou no primeiro quadrimestre deste ano. Dados da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS) apontam para uma estabilização na abertura de novos negócios, na comparação com o mesmo período de 2021.

Os números indicam que, entre janeiro e abril, 1.041 empresas foram constituídas no município. Em 2021 haviam sido 1.033. Embora tenha se mantido estável, o patamar ainda é bem superior ao de antes da eclosão da Covid-19: em 2019, 768 empreendimentos foram abertos no período. Já o volume de fechamento de empresas teve uma variação ligeiramente maior: 405 foram extintas no período, ante 387 no ano passado – ou seja, 4,6% a mais.

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Empreendimentos pequenos e voltados à prestação de serviços destacam-se entre os novos negócios. Quase 99% foram registrados como microempresas (ME) ou empresas de pequeno porte (EPP). Além disso, cerca de 76% das são do setor de serviços, enquanto aproximadamente 20% são estabelecimentos comerciais.

Na visão do presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RS), Mário de Lima, se o grande volume de empresas criadas em 2020 e 2021 refletia o “empreendedorismo por necessidade” – ou seja, pessoas que perderam o emprego e abriram pequenos negócios para sobreviver –, a estabilização resulta, ao menos em parte, de um processo de retomada econômica. “Essa estabilização ocorreu pela forte redução do desemprego no início de 2022, que se aproximou ao patamar pré-pandemia, ainda que acompanhado de redução da renda”, observou.

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Segundo ele, o fato de a maioria das novas empresas serem prestadoras de serviços ocorre porque o setor foi o mais afetado pela pandemia e, agora, apresenta uma significativa recuperação. Lima lembra ainda que, como reação à crise deflagrada pela pandemia, muitas medidas foram tomadas pela União, estados e municípios para facilitar a abertura de empresas.

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Para o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), César Cechinato, o grande número de negócios abertos no período revela a aposta de empreendedores em alguns setores – como o de eventos – e o que chamou de “sensação de pós-pandemia”, ou seja, um sentimento de que o pior da crise já passou. “Mesmo com a alta substancial da taxa de juros e o processo inflacionário, as pessoas continuam otimistas e com desejo de empreender”, analisou.
De acordo com os analistas, porém, a melhora do ambiente de negócios do País dependerá dos rumos da economia e, sobretudo, do cenário eleitoral.

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Guilherme Bica

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