A quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados atualmente em Santa Cruz do Sul é superior às projeções feitas no início da década. No entanto, o aumento é considerado normal, visto que com o crescimento da população, há maior produção de lixo. Segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 a população era de 118.374 habitantes. Já em 2019, esse número chegou a 130.416 habitantes.
“O crescimento populacional de um determinado território ocorre por meio de dois fatores: a migração e o crescimento vegetativo. Esse último é a relação entre as taxas de natalidade e as de mortalidade. Quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade, tem-se um crescimento vegetativo positivo”, explica a engenheira ambiental Gabriela Ottmann, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass).
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Conforme Gabriela, outro fator que deve ser observado é o aumento na quantidade de embalagens plásticas e de papel usadas atualmente. As facilidades domésticas para proteção de alimentos, os utensílios e as embalagens em geral para produtos novos também fazem com que as pessoas deixem mais resíduos.
Em 2010, em torno de 2,3 mil toneladas por mês de resíduos sólidos eram geradas no município. A projeção para este ano seria de aproximadamente 2.534 toneladas ao mês, próximo das 2,6 mil toneladas de resíduos hoje produzidas mensalmente. “Está dentro da normalidade comparando com o crescimento populacional e a geração encontrada durante este ano”, afirma Gabriela.
Poderíamos reciclar mais
O aumento do descarte de materiais também foi notado pela Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat). “O consumo vem crescendo gradativamente mesmo”, conta o responsável pela comunicação da Coomcat, Jonathan Santos. A cooperativa percebe uma melhora no descarte correto e mais consciência ao lidar com os recicláveis, no entanto, ainda é possível melhorar. “Os números de reciclagem ainda são baixíssimos. Poderíamos ser melhores se levarmos em consideração a facilidade de acesso à informação que se tem hoje.”
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A destinação final dos resíduos em Santa Cruz tem um custo de R$ 90,00 por tonelada, de acordo com a Semass. Isso significa que a Prefeitura gasta aproximadamente R$ 236.880,00 mensais em destino para aterro sanitário.
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Pandemia
Para a Semass, não houve aumento na geração de resíduos que possa ser relacionada aos efeitos da pandemia em Santa Cruz. No início do ano, inclusive, observou-se o contrário, já que nos meses de fevereiro, março e abril houve queda nas pesagens. “Independentemente das limitações relacionadas à pandemia, a vida continua normalmente, as pessoas têm acesso aos supermercados, lojas presenciais e virtuais, alimentando-se e gerando praticamente a mesma quantidade de resíduos sólidos, quando se trata de média anual com relação aos últimos anos”, diz Gabriela Ottmann.
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Na Coomcat, em função do distanciamento social e para evitar a exposição dos catadores, a cooperativa reduziu o sistema de recolhimento. Por isso, o volume também teve queda.
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