Influenciada pelo desempenho da indústria de tabaco, a economia de Santa Cruz do Sul cresceu menos do que a média do Rio Grande do Sul em 2019, o que levou o município a perder uma posição no ranking do Produto Interno Bruto (PIB), passando do sexto para o sétimo lugar no Estado. Os números foram divulgados nessa sexta-feira, 17, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE).
O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos por uma localidade. Segundo o estudo, Santa Cruz cresceu 3,8% em 2019, alcançando um valor nominal de R$ 9,8 bilhões, enquanto a média dos municípios gaúchos foi de 5,5%. Em função disso, a participação da cidade polo do Vale do Rio Pardo no PIB estadual oscilou de 2,1% em 2018 para 2%.
A redução no ritmo do crescimento está relacionada a um encolhimento do setor de comércio, em linha com o restante do Estado, e a uma queda na produção de tabaco. Esta exerce forte peso nas variações da economia local e naquele ano sofreu impacto de problemas climáticos em regiões de Santa Catarina e Paraná – o que também determinou o recuo de outros municípios da região, como Venâncio Aires.
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No entanto, de acordo com o pesquisador do DEE, Martinho Lazzari, a perda da sexta posição no ranking para São Leopoldo se deve também a uma ascendência muito acentuada do município do Vale do Sinos, que avançou quatro posições entre um ano e outro, consequência de investimentos privados na indústria de máquinas e equipamentos, sobretudo da empresa Stihl.
Conforme Lazzari, apesar do crescimento menor, a permanência de Santa Cruz entre os dez maiores PIBs indica que o município possui uma economia “consolidada”. “É uma economia madura, bem desenvolvida em todos os setores, e tem uma população elevada. O dado mais antigo que temos é de 2002 e Santa Cruz já era o sétimo município naquele ano”, observou. Nos últimos anos, as oscilações foram muitas: chegou ao quinto lugar em 2014 e caiu para o décimo em 2017. O levantamento mostra ainda que a indústria de Santa Cruz é a oitava maior do Rio Grande do Sul.
No topo do ranking, Porto Alegre e Caxias do Sul foram os municípios que mais avançaram em participação no PIB em 2019. Os números mostram que municípios com participações mais importantes de produção de soja, indústria de transformação e comércio perderam posições, enquanto localidades onde atividades como construção civil, serviços e produção de energia elétrica são mais relevantes avançaram. Quatro economias gaúchas aparecem entre as cem maiores do País: Porto Alegre (7º), Caxias (37º), Canoas (50º) e Gravataí (89º).
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Colaboraram Maria Regina Eichenberg e Leandro Porto.
Embora seja um termômetro do tamanho da economia local, o PIB não se relaciona diretamente com o nível de qualidade de vida observado em uma localidade. Segundo o pesquisador do DEE, Martinho Lazzari, muitas vezes a renda que é gerada em um município não é apropriada pela população. Um exemplo clássico é Triunfo que, com uma população de 26,6 mil pessoas, tem o maior PIB per capita do Estado, em função do Polo Petroquímico. “Mas isso não quer dizer que as pessoas têm aquela renda, até porque muitas que trabalham no polo moram em outros municípios. Uma parcela importante daquela renda é revertida para os donos das empresas, que estão em outros lugares. Por isso essa relação precisa ser bem ponderada”, explicou.
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Os dados de 2019 refletem um período anterior à pandemia, que se iniciou em março de 2020 e afetou duramente a economia dos países. De acordo com Lazzari, a tendência é que os números referentes aos municípios indiquem situações desiguais. Municípios com atividade agrícola muito forte, por exemplo, devem registrar perdas menores, já que a agricultura esteve menos suscetível às restrições impostas pela necessidade de distanciamento social. Já as localidades com mais peso da indústria e serviços devem revelar prejuízos mais relevantes. “Em uma cidade como Gramado, por exemplo, o impacto deve ser muito grande, devido ao desempenho dos setores de alojamento, alimentação e eventos”, disse.
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