No dia do goleiro, o FC Santa Cruz se despediu de Walter Renner Precht, o Maninho, que defendeu o clube entre 1952 e 1962. Ele faria 89 anos em maio e era considerado um excelente pegador de pênaltis. O velório ocorrerá nesta quarta-feira, 27, das 9 às 15 horas, na Funerária Caminho da Paz (Rua Marechal Deodoro, 812).
Maninho atuava pelo Guarani de Mariante no futebol amador e chamou a atenção de Geraldo, então atleta do FC Santa Cruz, durante um amistoso contra o Grêmio Esportivo, em Sinimbu. O detalhe é que Maninho era ponta esquerda e precisou substituir o goleiro, que não conseguir ir para o jogo. A boa atuação rendeu a indicação de Geraldo para o Galo. Maninho foi contratado e logo assumiu a titularidade, já que o antigo goleiro estava de saída.
Natural de Taquari, Maninho estava por ingressar no Exército. Os jovens de Taquari eram incorporados em Qauraí, na Fronteira Oeste. Por intermédio do coronel Newton Machado Vieira, ligado ao FC Santa Cruz, Maninho foi para o 18º Regimento de Infantaria, em Porto Alegre. Em dois meses, foi transferido para o 8º RI, em Santa Cruz do Sul. Com isso, não precisou deixar o futebol. Além de goleiro, Maninho trabalhou nos frigorífico Excelsior, Baumhardt, Werlang Irmãos e Prefeitura. Após o fim do expediente, às 17 horas, ia para os Plátanos treinar. O valor mensal era um salário mínimo.
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Maninho, Alceu e Darci; Marioca, Alfredo e Nuque; Mário, Inácio, Perereca, Sadi e Amaro formaram o esquadrão heptacampeão do campeonato citadino em 1953. No mesmo ano, chegou a ser vice-campeão do interior na segunda divisão estadual.
Os deslocamentos para os jogos ocorriam em ônibus com maior frequência, mas para alguns pontos mais distantes, a delegação tomava o trem na Estação Ferroviária em Santa Cruz, ia para Ramiz Galvão (Rio Pardo), onde ingressava em outro, que vinha de Porto Alegre, para chegar à próxima cidade, como, por exemplo, Santa Maria. Em um jogo contra o Inter-SM, Maninho levou o ex-presidente Paulo Almeida, então com cinco anos, escondido do pai.
Maninho chegou a ficar dois meses no Rio de Janeiro, mas o Flamengo não o contratou pelo fato da diretoria do Santa Cruz pedir uma valor muito alto. No Internacional, a sua chance aconteceu nos anos de 1954/55 e 1957/58, por intermédio do presidente Efraim Pinheiro Cabral, que trabalhava com seguros e tinha negócios em Santa Cruz do Sul. Foram dois jogos pelo Colorado: contra o Fluminense e Estudiantes, da Argentina.
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