A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) aponta acréscimo no nível da safra de tabaco comercializado em 2022 no comparativo com o ano anterior. Na soma de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, foram negociados 43%, ante 35% do ciclo 2020/21. A área de Santa Cruz do Sul mantém os mesmos índices, com 40% do produto vendido.
Enquanto os números mostram evolução, a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) demonstra preocupação com relação aos contratos dos safreiros. Em reunião com sindicatos filiados, entendeu-se que há atraso na projeção de comercialização. A situação poderia prejudicar a geração dos empregos temporários. Levantamento da entidade revela que 30% da mão de obra sazonal foi convocada. “Essa análise mostra que há dificuldade muito grande na comercialização, uma certa estabilidade entre produtores e empresas, o que gera uma apreensão para nós, como sindicato, que afeta justamente os atrasos nas contratações”, avalia o presidente da Fentifumo, Gualter Baptista Júnior.
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De acordo com o dirigente sindical, a entrega tardia do produto pode fazer com que o processo de recrutamento da mão de obra seja mais lento. Recentemente, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul (Stifa), presidido por Baptista, havia previsto a contratação de cerca de 9,5 mil profissionais para o trabalho temporário nas indústrias. “Previa-se que, no mês de março, teríamos de 40% a 50% dos safreiros contratados, mas não estamos nem com 30%”, destaca. A ideia de que em abril o índice chegasse a 80%, portanto, não deve se confirmar.
Uma das explicações para o que consideram negociação tardia seria a retenção do produto por parte dos agricultores, na busca de valores ainda maiores do que aqueles praticados, o que poderia acontecer devido à redução da oferta no mercado. Matéria publicada no início do mês pela Gazeta do Sul apontava que o valor pago, no galpão, registrava 20% de ágio em relação ao que fora acertado nas reuniões entre entidades representativas dos produtores e empresas.
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Em caso de demora na negociação, alerta Baptista, a tendência é de que não se absorva toda a mão de obra esperada. “Quando o produto chega às linhas de processamento, é necessário que se faça uma força-tarefa para dar conta do trabalho”, afirma.
Outra questão apontada durante o encontro da Fentifumo foi o encurtamento da safra. Tradicionalmente, os contratos dos safreiros com as indústrias se estendem até setembro. Gualter Baptista Júnior já havia tratado do assunto, entendendo que a demora na negociação dos valores entre entidades e empresas provocaria mudanças no ritmo das contratações. “Isso implica um risco grande de que a extensão da safra não chegue, na forma como previmos, até o mês de setembro e, consequentemente, tenhamos um menor número de empregados. Toda essa dificuldade na comercialização do tabaco gera um reflexo negativo nas contratações”, complementa.
No início do mês, ele cogitava que abril seria o período mais expressivo de contratação, ante maio, que tinha a capacidade instalada total nos demais anos. O salário médio dos safreiros muda de acordo com o tamanho das fumageiras, variando de R$ 1,2 mil a R$ 1,7 mil.
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