Santa Cruz do Sul

Santa Cruz já registrou 156 notificações de leptospirose

Após as enchentes causadas pelas fortes chuvas desde o fim do mês passado, o número de suspeitas e casos de leptospirose no Rio Grande do Sul aumentou drasticamente. Nesse domingo, 19, foi registrada a primeira morte pela doença durante o período da catástrofe. O óbito ocorreu em Travesseiro, no Vale do Taquari.

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Durante entrevista à Rádio Gazeta 107,9, a coordenadora da Vigilância Sanitária de Santa Cruz do Sul, Francine Braga, conta que já foram registrados na cidade 156 notificações da doença. Ela explica que essas notificações são quando as pessoas estão com os sintomas e suspeita da doença. Destas 156, 22 acabaram positivando, 39 estão em situação de aguardo e as restantes já estão descartadas.

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Ainda de acordo com Francine, são cerca de quase mil notificações por dia a serem analisadas, o que gera muito trabalho por parte do setor de análise. “Mesmo assim, estamos fazendo um esforço sobre humano para que se tenha boletins diários dessa situação. Por isso que às vezes, há um contingente grande na situação de aguardando”.

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Mesmo com o grande número de casos em análise, Francine afirma que a situação está controlada. “É um cenário totalmente normal, que nós já esperávamos enquanto vigilância epidemiológica diante de toda a situação que estamos vivendo. Saímos na frente e deixamos tudo equipado. Todos os protocolos já estão funcionando”.

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Procurar atendimento

Francine cita que a principal orientação é sempre procurar o posto de saúde quando os sintomas aparecerem. “Se os sintomas estão muito fortes, procure as portas de entrada como a UPA, PA e o Hospitalzinho para que se faça esse atendimento de emergência. Caso os sintomas continuem de uma forma mais branda, procure os postes de saúde de Linha Santa Cruz, Rio Pardinho e a UBS Clementina, que atendem até a meia-noite ou qualquer outro posto de saúde, pois temos 34 unidades. Toda a rede está capacitada para receber estes casos.

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A doença

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que resulta da exposição direta ou indireta a urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira; sua penetração ocorre através da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através de mucosas.

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O período de incubação, ou seja, tempo entre a infecção da doença até o momento que a pessoa leva para manifestar os sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. As manifestações clínicas variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados a manifestações fulminantes. São divididas em duas fases: fase precoce e fase tardia.

A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados.

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Quais são os sintomas?

Os principais da fase precoce são:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
  • Falta de apetite
  • Náuseas/vômitos

Como é feito o tratamento?

Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco.

A antibioticoterapia está indicada em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas. Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima. As medidas terapêuticas de suporte devem ser iniciadas precocemente com o objetivo de evitar complicações, principalmente as renais, e óbito.

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Bruno da Silveira Bica

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