Santa Cruz do Sul

Santa Cruz já distribuiu 819 toneladas de doações a municípios da região

Desde o início das ações para recebimento e distribuição de doações aos atingidos pelas enchentes e enxurradas, Santa Cruz do Sul se tornou um centro regional de logística. Conforme o último levantamento da Defesa Civil, já foram recebidas mais de 2,8 mil toneladas de mantimentos, que estão sendo encaminhados a dezenas de municípios do Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari, Centro-Serra e outros da Região Central onde foram registrados estragos e há pessoas em situação de vulnerabilidade.

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o coordenador da Defesa Civil Regional, coronel Claiton Marmitt, disse que já chegaram a Santa Cruz 139 carretas e caminhões carregados com donativos. A primeira base foi o ginásio da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), tendo em vista que o Gabinete de Crise do governo do Estado foi instalado também no campus. O espaço, contudo, tornou-se pequeno para o volume de cargas e houve necessidade de expansão. Atualmente, estão em uso também um pavilhão da empresa ATC, um pavilhão da Mercur e o Parque da Expoagro, em Rio Pardo.

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Entre os produtos estão água, alimentos não perecíveis, agasalhos, cobertores, colchões e medicamentos. Das 2,8 mil toneladas recebidas, 819 já foram enviadas para os municípios que solicitaram. Segundo Marmitt, o trabalho de descarregar os caminhões é feito por militares do Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Exército, além de voluntários. Sobre o tempo necessário para concluir cada veículo, ele detalha que no momento da descarga já é feita a primeira triagem por categorias e também por data de validade.

“Quando montamos uma cesta básica, procuramos despachar aqueles produtos que estão mais perto do prazo de validade, assim minimizamos o risco de termos itens vencidos”, observa. A demora se deve também ao grande número de cargas que chegam todos os dias – foram em torno de cem somente no último fim de semana. As empresas do setor do tabaco, que estão com suas atividades paralisadas ou limitadas, cederam empilhadeiras e operadores para tornar as ações mais rápidas.

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Há ainda cerca de 1,3 mil toneladas de doações estocadas e que estão passando pelos processos de triagem e montagem das cestas básicas. No caso das que chegam já prontas, a distribuição é imediata. O fornecimento ocorre inclusive para municípios que não fazem parte da área de atuação da Defesa Civil Regional. “Nós temos as nossas delimitações geográficas, mas a ajuda humanitária não tem fronteiras”, afirma Marmitt. Lajeado, Estrela e Arroio do Meio também possuem bases logísticas.

Marmitt coordena a Defesa Civil Regional | Foto: Ronaldo Falkenback

Aprendizado

Ao comentar os aprendizados que essa tragédia deixa, o coronel Claiton Marmitt entende que é preciso trabalhar com a população o conceito de autoproteção. Isto é, quando o alerta da Defesa Civil for emitido, que as pessoas comecem imediatamente as ações para preservar suas vidas e pertences, sem esperar a água chegar.

Nessas condições, enfatiza, o perigo se torna muito maior e o resgate fica mais complicado. “Quando receber o alerta, tome a iniciativa, faça a sua proteção, salve a sua família e o que for possível dos bens.”

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As quatro etapas da atuação da Defesa Civil em desastres

Ao explicar como funciona a atuação da Defesa Civil em situações de calamidade como as registradas no Estado, o coronel Marmitt cita quatro etapas. A primeira delas é o salvamento das pessoas atingidas, um trabalho que exigiu muito das forças de segurança e também dos voluntários, tendo em vista a necessidade de resgatar moradores ilhados, presos em telhados, árvores e também a chegada a localidades isoladas. Ele cita a noite de 2 de maio, quando as equipes atuaram durante o dia no Vale do Rio Pardo e durante a madrugada no Vale do Taquari. Com o auxílio dos helicópteros, mais de 200 pessoas foram salvas.

A segunda fase é a que decorre neste momento, com o envio de ajuda humanitária para os municípios e comunidades afetados. Nesse ponto, o coordenador agradece o apoio dos empresários que cederam suas aeronaves e também aos cidadãos que cederam embarcações ou contribuíram de alguma maneira. A terceira etapa é o restabelecimento dos serviços básicos nos municípios e, por fim, o último estágio é a reconstrução das áreas atingidas.

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Nesse último ponto, Marmitt cita que a situação no Vale do Taquari será muito mais complexa se comparado ao Vale do Rio Pardo. Isso porque lá, além das inundações, as enxurradas destruíram bairros inteiros em Cruzeiro do Sul, Arroio do Meio, Muçum, Roca Sales e outros municípios. “Aquelas pessoas vão precisar de ajuda humanitária por um longo período.” Acerca dos mantimentos, informou que todas as categorias estão abastecidas, mas as doações de colchões são sempre bem-vindas.

Colaborou Ronaldo Falkenback

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Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

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