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Santa Cruz espera que Estado refaça cálculos para ficar fora da bandeira vermelha

O Município de Santa Cruz do Sul fez um apanhado de todas as condutas adotadas e investimentos para o controle da pandemia a fim de tentar reverter a classificação de bandeira vermelha. Para manter as flexibilizações do indicador laranja, os municípios da região também engrossaram o coro contra a restrição e se uniram aos Vales do Taquari e Centro-Serra, na intenção de modificar o mapa preliminar, divulgado na última sexta-feira. O governador Eduardo Leite (PSDB) vai anunciar o novo mapa ainda nesta segunda-feira, 20.

A procuradora-geral de Santa Cruz, Tricia Schaidhauer, confirma que além do mapeamento completo do controle sobre a pandemia, o recurso encaminhado por ela ao governador destaca os números de atendimentos no Hospital de Campanha, o aumento dos leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), barreiras sanitárias, fortalecimento do setor epidemiológico e da fiscalização. “Arrolamos os números de fiscalizações e outras ações no sentido da manutenção do distanciamento controlado”, reforçou.

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Segundo Tricia, a Prefeitura ressaltou o fato de o Estado computar, no indicador da velocidade de avanço, pacientes internados que são de fora da macrorregião. Segundo ela, esse fator pesou negativamente na pontuação da classificação nas bandeiras. “Na última semana, os hospitais de Santa Cruz tiveram internados cinco pacientes da macrorregião e quatro de fora, das cidades de Estância Velha, Gravataí, Lindolfo Collor e Terra de Areia.”

A perspectiva é de que o governo refaça os cálculos, sem computar as internações de fora da macrorregião, para que Santa Cruz permaneça na bandeira laranja. “Também ressaltamos que a velocidade de contágio, ainda que tenha aumentado, está dentro da normalidade para uma cidade de mais de 130 mil habitantes, além de ainda mantermos a estatística de apenas um óbito, por critério epidemiológico”, defendeu a procuradora-geral. Trícia adverte que se o Estado não considerar essa defesa, Santa Cruz não poderá usar as regras diferenciadas da bandeira laranja, pois não se encaixa na regra do “zero a zero” – quando não são contabilizadas mortes e novos casos na última semana, pois houve novas contaminações no município.

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Três regiões unidas contra bandeira vermelha
Repetindo a ação da semana passada, prefeitos da região do Vale do Rio Pardo (R28) entram com recurso contra o governo do Estado. Na última sexta-feira, com a divulgação da nova classificação de risco de contágio com a Covid-19, o mapa preliminar colocou o Vale do Rio Pardo em bandeira vermelha. Em reunião, no sábado, os prefeitos e secretários municipais de saúde analisaram os indicadores juntamente com a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde e a equipe técnica do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale).

Dentre os dados, um apresentou piora, passando da classificação amarela para a preta em razão dos quatro óbitos registrados na semana, enquanto outros três tiveram melhora. A explicação do Gabinete de Crise do Estado para a bandeira vermelha recai principalmente na situação da macrorregião dos Vales – que engloba ainda Lajeado e Cachoeira do Sul. Essa revisão foi o foco do grupo de trabalho, no último sábado.

O presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), Paulo Butzge (PSB), diz que o alinhamento do posicionamento entre regiões é a estratégia para barrar a classificação vermelha. “Fizemos um movimento e articulação com as regiões de Lajeado e Cachoeira do Sul para um alinhamento no discurso e na produção do recurso.

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Uma bandeira vermelha complicaria ainda mais a já difícil situação econômica das comunidades”, afirmou.

A Região 28 tem ainda em sua área Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, Candelária e Pantano Grande. “O nosso último recurso teve um reconhecimento grande por parte do Estado e de outras prefeituras. A região está preparada e tem enfrentado a pandemia com união e conhecimento técnico, o que nos leva a ter otimismo pela reversão da bandeira vermelha”, afirmou o prefeito de Pantano Grande e presidente do Cisvale, Cássio Nunes Soares (PP).

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Além do recurso conjunto, a Amvarp juntou-se à Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e Associação dos Municípios do Centro-Serra (AMCSerra). As três entidades encaminharam um ofício ao governador, salientando o pedido de reavaliação da classificação vermelha.

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SURTOS EM CLÍNICAS GERIÁTRICAS
Durante a reunião de sábado, além dos prefeitos da Amvarp, a equipe técnica do Cisvale, composta pela enfermeira e diretora-executiva Lea Vargas, médico infectologista Marcelo Carneiro e assessora jurídica Pamela Lima, acompanhou a discussão, feita por meio de videoconferência.

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De acordo com Carneiro, os casos de Covid-19 em instituições de Longa Permanência para Idosos devem ser observados de perto. Segundo ele, a região pode permanecer com bandeira vermelha por um longo período se os surtos e mortes relacionados às casas geriátricas não diminuírem. “É urgente que essas unidades reforcem as suas medidas de prevenção, caso contrário poderemos ter de fechar o comércio até o fim da pandemia. O número de óbitos é um indicador que não tem justificativa para recurso”, destacou o médico.

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