Em um sinal de reaquecimento da atividade econômica local, Santa Cruz do Sul vai ampliar a sua participação na divisão do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços no ano que vem. Uma projeção divulgada ontem pela Secretaria Estadual da Fazenda indica que o município passará da nona para a sétima posição no retorno de ICMS, o que vai representar um ingresso de R$ 7 milhões a mais nos cofres da Prefeitura.
O rateio do ICMS é definido por uma série de critérios, mas o principal é o chamado Valor Adicionado Fiscal (VAF), que é calculado pela diferença entre as saídas (vendas) e as entradas (compras) em todas as empresas localizadas no município. É por isso que o ICMS é um dos principais termômetros da economia de uma cidade.
Pela projeção, o crescimento na arrecadação de ICMS em Santa Cruz será de 6,11%. Em 2017, com uma receita estimada em R$ 115,6 milhões, o tributo responde por um quarto do orçamento municipal – é a principal fonte de arrecadação do município. Para a Prefeitura, que vem sofrendo com a retração econômica nos últimos anos, trata-se de um fôlego importante, já que a maior parte da verba do ICMS entra na cota de recursos livres – ou seja, o governo tem autonomia para aplicá-los.
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De acordo com o secretário municipal da Fazenda, Álvaro Conrad, Santa Cruz foi beneficiada pelo bom desempenho de algumas das principais empresas locais nos últimos anos. Duas delas são a distribuidora de medicamentos Genésio A. Mendes (GAM), que iniciou a operação em Santa Cruz em 2013, e a Universal Leaf Tabacos, que também em 2013 voltou a centralizar o beneficiamento de tabaco no município após oito anos. Outros destaques, conforme Conrad, foram a Souza Cruz, também do setor de tabaco, e a Metalúrgica Mor. “Essas empresas se sobressaíram e contribuíram muito para a elevação do nosso valor adicionado”, disse.
AS MAIORES ECONOMIAS DO RS
MUNICÍPIO PARTICIPAÇÃO EM 2018 PARTICIPAÇÃO EM 2017
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Porto Alegre 8,55% 9,28%
Canoas 7,09% 6,69%
Caxias do Sul 4,29% 4,74%
Gravataí 2,34% 2,62%
Rio Grande 1,97% 1,71%
Triunfo 1,82% 1,84%
Santa Cruz do Sul 1,54% 1,45%
Novo Hamburgo 1,45% 1,46%
Passo Fundo 1,45% 1,51%
Pelotas 1,30% 1,29%NA REGIÃO
MUNICÍPIO PARTICIPAÇÃO EM 2018 PARTICIPAÇÃO EM 2017
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Santa Cruz do Sul 1,54% 1,45%
Venâncio Aires 0,59% 0,55%
Rio Pardo 0,29% 0,27%
Candelária 0,21% 0,20%
Encruzilhada do Sul 0,26% 0,24%
Vera Cruz 0,13% 0,14%
Vale do Sol 0,08% 0,08%
Sinimbu 0,07% 0,07%
Cenário é melhor, mas ainda há receio
Dos dez municípios com maior participação no bolo do ICMS, apenas quatro terão um retorno maior em 2018 na comparação com este ano – além de Santa Cruz, Canoas, Rio Grande e Pelotas. Isso significa que esses municípios estão atravessando melhor a crise econômica.
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Entre janeiro e maio, a Prefeitura de Santa Cruz arrecadou R$ 46,4 milhões com ICMS. Segundo o secretário Álvaro Conrad, os indícios são de que a atividade econômica “conseguiu reencontrar um caminho”. “Está sendo bem melhor do que o ano passado. Nossa dúvida é em relação à instabilidade política e o efeito disso para a macroeconomia e para a microeconomia”, disse.
Já entre os principais municípios da região, apenas um (Vera Cruz) terá uma ligeira queda na participação do ICMS no ano que vem.
OS SINAIS DA RETOMADA
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Embora a retomada da economia nacional ainda esteja ocorrendo a passos lentos, em Santa Cruz diversos sinais nos últimos meses apontam para uma melhoria do cenário. Confira:
O recolhimento de impostos e contribuições federais vem crescendo no município na comparação com o ano passado. Apenas no mês de abril, este crescimento foi de 12,84%. A situação é fortemente influenciada pelo IPI, o que sinaliza para um aquecimento da atividade industrial.
No primeiro quadrimestre do ano, o saldo na geração de postos de trabalho com carteira assinada em Santa Cruz foi o maior desde 2014. Na comparação com o mesmo período do ano passado, foram 865 vagas a mais. O aumento no volume de tabaco produzido na atual safra foi determinante, já que gerou uma demanda maior por trabalhadores temporários nas indústrias.
Levantamento feito pela empresa IPC Marketing apontou que os santa-cruzenses devem gastar R$ 300 milhões a mais este ano do que em 2017. Na prática, isso significa que as famílias estão com mais dinheiro no bolso.
Uma série de projetos de grande porte em andamento ou já anunciados indica que pelo menos R$ 226 milhões vão ser injetados em Santa Cruz nos próximos anos, em diversos setores.
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