Depois de apresentar piora nos indicadores e passar a última semana na bandeira laranja, a região R28, que compreende Santa Cruz do Sul, voltou a ser classificada como bandeira amarela (risco baixo) pelo governo do Estado, na atualização divulgada nesse sábado. Já o Rio Grande do Sul, no geral, apresentou aumento nos casos registrados e de ocupação de leitos, e quatro regiões foram classificadas como bandeira vermelha (risco alto), na qual permanecerão por, pelo menos, 14 dias.
Com a melhora, a região do Vale do Rio Pardo volta a ter as menores restrições impostas pelo modelo de distanciamento controlado. A indústria poderá operar com capacidade total, enquanto o comércio terá limitação de 75% dos funcionários por turno, assim como os restaurantes e lancherias. Para o transporte coletivo, a lotação máxima é de 60% para os ônibus urbanos e 75% para os intermunicipais. As poltronas só podem ser divididas por pessoas que moram na mesma residência.
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A melhora é, sim, motivo de comemoração – mas também de preocupação. Apesar da classificação de risco ser considerada baixa, um dos indicadores que apresentou piora foi o de internações. Isso mostra que a população precisa continuar se protegendo e respeitando o isolamento social. A responsável pela 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Mariluce Reis, diz que o coronavírus ainda está longe de ser superado. “Precisamos ter cuidados redobrados, fazendo uso da máscara, do álcool gel e lavando as mãos com frequência. Respeitar as orientações é fundamental para que a região contenha o avanço da doença e continue na bandeira amarela”, ressalta.
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A região R28, de Santa Cruz do Sul, dispõe de nove hospitais, sendo quatro deles com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), totalizando 41 leitos, dos quais 28 estão ocupados atualmente. O município aguarda a liberação de mais 10 leitos junto ao governo federal, que serão disponibilizados no Hospital Santa Cruz. Mesmo com a bandeira amarela, o aumento nas internações gera apreensão. A semana anterior iniciou com uma taxa de ocupação de 53%, que aumentou para 67%. O dado mostra que, mesmo com a redução na classificação de risco, a população não deve relaxar nos cuidados contra o novo coronavírus.
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OS DADOS DA SEMANA NO RS
Hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceram 32,8%
Leitos de UTI ocupados por pacientes com SRAG cresceram 30,4%
Leitos de UTI ocupados por pacientes com Covid-19 cresceram 35,7%
Leitos comuns (quartos) ocupados por pacientes com Covid-19 cresceram 13,8%
Número de leitos livres de UTI para atender especificamente Covid-19 aumentou 8,3%
Óbitos confirmados para Covid-19 reduziram 10,7%
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Caxias do Sul e Santa Maria na vermelha
Em entrevista na última sexta-feita, 12, o governador Eduardo Leite (PSDB) já havia adiantado a possibilidade de algumas regiões do Estado serem classificadas com a bandeira vermelha (risco alto) na atualização semanal, o que acabou se confirmando. As regiões de Caxias do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana receberam a classificação. Com as mudanças, essas regiões terão de apresentar melhora nos indicadores por, pelo menos, duas semanas consecutivas para retornar à bandeira laranja.
Leite disse ainda que as alterações não devem gerar desespero na população, mas servem de aviso. “Não é motivo para pânico, mas é um alerta de que precisamos reduzir a velocidade de contágio, para evitar que lá na frente haja um colapso na saúde e não consigamos atender à população”, observou. Dentre as quatro regiões colocadas na bandeira vermelha, a que mais preocupa é Caxias do Sul, que está com 75% dos leitos de UTI ocupados na rede de 27 hospitais. O pior cenário está no Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves, que está com 81% de lotação na UTI adulto.
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Conforme os novos critérios adotados, o que pesou para essa piora na classificação foram as internações em UTI (que tiveram um aumento de 173% na região de Caxias) e o número de casos de Covid-19 registrados, que na região de Santo Ângelo chegou a aumentar 100%, mostrando o rápido avanço da doença e a queda na capacidade de atendimento da rede hospitalar. O Vale do Rio Pardo foi a única área a apresentar recuperação na última semana, retornando à bandeira amarela junto com as regiões de Cachoeira do Sul, Pelotas e Taquara.
Na macrorregião Metropolitana, que inclui Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Capão da Canoa, as bandeiras amarela e laranja permanecem. Entretanto, o aumento no número de pacientes internados com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e confirmados para Covid-19 acendeu o alerta. A bandeira preta (risco altíssimo) chegou a ser registrada para alguns indicadores e a classificação geral só foi puxada para baixo devido à elevada capacidade do sistema de saúde nessas regiões. Dos 1.014 leitos de UTI adulto disponíveis, 715 estão ocupados.
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O QUE MUDA NAS REGIÕES EM VERMELHO
A classificação de risco alta impõe restrições ainda mais rígidas à indústria, comércio, transporte e serviços. Nas regiões com a bandeira vermelha, as novas regras começam a valer hoje.
Apenas serviços essenciais, como supermercados, farmácias e serviços de saúde podem funcionar, com 50% da capacidade de atendimento. O comércio varejista de itens não essenciais deverá permanecer fechado.
Restaurantes e lancherias só podem funcionar com tele-entrega, drivethru e pegue e leve. Fica proibido o atendimento presencial.
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Todas as modalidades de educação ficam restritas ao ensino à distância (EAD).
Academias, missas e cultos religiosos, clubes sociais e esportivos ficam proibidos de operar, mesmo que com atendimento individualizado. O mesmo vale para serviços de estética, cabeleireiros e barbeiros.
Ônibus urbanos ficam limitados a 50% da lotação máxima. Nos intermunicipais, somente os assentos das janelas podem ser usados.
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