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TRABALHO

Santa Cruz é o maior gerador de vagas de emprego do Estado

Foto: Bruno Pedry/Banco de Imagens

Os dados referentes a fevereiro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram um ano positivo para Santa Cruz do Sul. O município teve o melhor segundo mês desde que foi adotado o novo mecanismo de apuração, em 2020. Além disso, em números absolutos, é o maior saldo de vagas abertas no mês no Estado, entre os que contabilizam o maior Produto Interno Bruto (PIB). Para se ter uma ideia do que isso representa, Santa Cruz gerou mais do que o dobro de vagas que Caxias do Sul.

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Esse dado positivo reflete uma tradição nos números de início de ano, quando ocorre a contratação dos safreiros para atuarem na indústria da transformação do tabaco. Em fevereiro, porém, o resultado foi mais expressivo. De acordo com o Caged, foram abertas 5.805 oportunidades de trabalho, sendo fechadas 2.076, com saldo positivo geral de 3.729 e de 3.695 somente na indústria. Se esse setor puxa para cima, a agropecuária e o comércio vão no sentido contrário, perdendo 100 e 43 vagas, respectivamente.

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Apesar das informações positiva, a economista Cíntia Agostini alerta que ainda é difícil servir como parâmetro, porque vem de uma sequência de anos muito ruins, em decorrência dos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia. “Nesse período tivemos queda, contenção de produção e aumento de custo.

Assim, são reduzidos os investimentos”, explica. É possível, no entanto, dizer que é um ano de recuperação. “Quando falamos em assuntos vinculados ao agora, por exemplo, temos que ressaltar a seca. Neste ano tivemos também, mas no ano passado foi pior”, frisa.

Esse retorno aos índices que podem ser considerados positivos deve ser percebido aos poucos. “As pessoas estão retomando as suas vidas pessoais e profissionais, mas ainda muito impactadas pelo custo internacional gerado por aspectos como a política Covid-zero na China e a guerra na Ucrânia”, explica.

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Lei serve como incentivo

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Santa Cruz do Sul, Marcio Martins (foto), avalia como muito positivos os números apontados pelo Caged. “Principalmente se comparados com os do mesmo mês no ano passado”, acrescenta.

Secretário Márcio Martins | Foto: Ronaldo Falkenback

Martins acredita que o crescimento da indústria, apesar de ser característico nesse período do ano, está além dos índices tradicionais. Entende que o resultado expressivo seja reflexo das atrações e expansões de empresas que foram beneficiadas pelos incentivos que o governo concedeu ao fazer alteração na legislação de incentivos do Município, no início de 2021. “Quanto ao comércio, talvez seja ainda reflexo das contratações de fim de ano. E, mesmo assim, o número negativo é pequeno, não chegando a preocupar”, ameniza Martins.

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Foco em somente um setor deve ser olhado com atenção

A indústria de transformação do tabaco apresentou expressiva participação na geração das vagas em fevereiro. A situação, destaca a economista Cintia Agostini, requer atenção. “Quando uma cidade ou região depende de uma única cadeia produtiva, ou quando ela é muito relevante, ter bons resultados dependerá dela ir bem ou mal”, ressalta.

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A economista não entende isso como bom ou ruim, mas como um motivo de atenção. “Tem como vantagens a produtividade, a competitividade e a especialidade. A região torna-se muito competente, com qualificação de mão de obra, equipamentos e ampliação de elos. Todos os outros negócios acabam se voltando para o setor e criam um contexto de especialização, que leva a maior produtividade”, explica.

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O risco, porém, é quando a economia local não constrói alternativas robustas. Assim, se o setor preponderante tiver problemas, pode não ser possível suprir o prejuízo. “Isso deve ser acompanhado com atenção pelo próprio negócio e, principalmente, pelos elos da cadeia, como fornecedores de matéria-prima, as pessoas que qualificam a mão de obra e o serviço público”, indica.

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Quanto aos números de 2023, Cintia entende como um princípio de recuperação da economia, mas que a retomada deve ser lenta. Cita o PIB do Brasil, que deve fechar o ano com 1% de crescimento, sendo mais expressivo em alguns setores.

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Economista e professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Silvio Arend vê os dados do Caged, referentes a fevereiro, como uma espécie de “engrenagem da safra”. “Normalmente, o mês tem um volume de contratações de safreiros ligeiramente superior, resultado do início a pleno das empresas, começo do terceiro turno e ampliação das compras”, justifica.

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Dados da região em Fevereiro

O maior processamento do tabaco nas empresas faz com que sejam necessários mais profissionais. “O comércio, por sua vez, retoma as contratações só a partir de março e abril. Leva um pouco mais de tempo para recomeçar”, ressalta. A sazonalidade também é entendida por Arend como motivo para o recuo na agropecuária.

Crescimento deve ser maior em março

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa), Gualter Baptista Júnior (foto), diz que fevereiro compensou o atraso de janeiro. A lentidão nas contratações deve-se a indefinições em razão da seca e da demora na negociação. “Os números devem ser mais expressivos em março”, informa. A expectativa é de que o setor apresente um crescimento de 8% em contratos no comparativo com 2022, chegando a 13 mil profissionais, entre efetivos e sazonais.

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