O Índice de Potencial de Consumo (IPC) Maps 2020 revela que até 31 de dezembro deste ano deverão circular R$ 3,6 bilhões na economia de Santa Cruz do Sul. O valor é resultado de uma análise de 22 categorias de produtos, associada ao poder de fogo do consumidor santa-cruzense. A fortuna coloca o município na 15ª posição do Estado, mostrando que, mesmo em meio aos efeitos da pandemia do novo coronavírus, a economia santa-cruzense deve manter-se praticamente no mesmo patamar do ano passado.
O índice mostra que o consumo em Santa Cruz terá decréscimo de R$ 200 milhões, na comparação com 2019, quando o volume total de negociações de bens e serviços fechou em R$ 3,8 bilhões, contra os R$ 3,6 bi projetados para 2020.
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Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, Márcio Martins, o levantamento revela que o município deve ir na contramão das previsões mais sombrias para a economia do ano, que, segundo analistas financeiros, deverá fechar com retração na casa dos 8% em todo o país. “Se estes números apresentados na pesquisa se confirmarem, deverão servir de alento para nossa economia, com grande importância para o desenvolvimento local.”
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz (Sindilojas), Mauro Spode, repete o mantra do “vai passar”. Para o empresário, que acredita em uma forte retomada do varejo no fim do ano, a recomendação de alento é lei. “2020 havia começado como um período promissor. Nossa expectativa é chegar ao fim dele com patamar semelhante ao do ano passado, no qual se teve uma melhora na comparação com anos anteriores”, disse Spode.
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Mercado imobiliário segue muito otimista
Apontado como o segmento com maior volume em recursos no rol de consumo dos santacruzenses, o setor de habitação é um dos principais eixos da economia. A estimativa revela que até o fim do ano o setor deverá movimentar R$ 825 milhões em aluguéis e transações de investimento.
O corretor Marcos Maurer, que é sócio da Karnopp Imóveis, explica que no período de pandemia e no cenário após a passagem do novo coronavírus o investimento em imóveis – seja na construção ou na compra – mostra-se uma atraente forma de rentabilizar economias. “O mercado imobiliário olha de forma positiva para o atual cenário econômico. Com linhas de créditos mais atrativas e prazos de carência, no caso de financiamentos, a compra de imóveis segue como um bom negócio”, disse.
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Maurer conta que o segmento virou uma espécie de refúgio para quem empreende; no caso, o investidor que constrói e o comprador – que também se torna um investidor ao adquirir um bem imóvel, que sempre se valoriza. “As negociações e o número de lançamentos programados que seguirão para conclusão mostram que o imóvel é um bom investimento, em alta neste período e no cenário pós-pandemia.”
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Os mais consumidos
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Habitação – R$ 825,2 milhões
Veículo próprio – R$ 415,2 milhões
Alimentação em casa – R$ 291,7 milhões
Alimentação fora de casa – R$ 164 milhões
Material de construção – R$ 122,3 milhões
A certeza da continuidade
O tópico “veículo próprio” é o segundo colocado na lista de bens consumidos em Santa Cruz do Sul. A projeção mostra que durante o ano serão mobilizados R$ 415 milhões na compra e na manutenção de automóveis. Emerson Haas é gerente-geral da Spengler e conta que a empresa criou estratégias para manter ativa a venda. “A compra pode ser feita agora e o pagamento inicia no ano que vem. As taxas de juros também foram reduzidas e foi criada tabela para aceitação do veículo usado”, anunciou. Haas conta que a estratégia alinhada com a montadora europeia faz parte de conjunto de ações para manter o consumo e dar sequência ao trabalho, com lançamentos entre o primeiro e segundo semestre deste ano.
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Resultado do IPC Maps 2020
A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Carina Inês Panke da Silva, revela que o resultado do IPC Maps 2020 orgulha a Prefeitura. “É o resultado de um trabalho que envolve todo o setor econômico do nosso município, como também o poder público. A Prefeitura está sempre atenta aos índices econômicos e prima para que sejam sempre melhorados.”
Outra característica destacada pela secretária diz respeito ao perfil socioeconômico dos consumidores de Santa Cruz. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, as classes A e B somam 51% do total de consumo urbano em Santa Cruz do Sul e representam 32% dos domicílios urbanos. “Neste sentido percebemos que nossa população tem um poder econômico distribuído entre as classes sociais, mas não devemos esquecer que parte da população santa-cruzense está nas classes D e E, e que precisa da atuação contínua de políticas públicas, que vêm sendo desenvolvidas pela nossa Prefeitura”, ressaltou.
A titular do Desenvolvimento Econômico disse que a 15ª posição em potencial de consumo serve como incentivo ao trabalho para manter e melhorar este patamar.
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O consumo das famílias no país
Com a pandemia do novo coronavírus, o consumo das famílias brasileiras ficará comprometido ao longo de 2020, igualando-se aos patamares de 2010 e 2012, desconsiderando a inflação e levando em conta apenas os acréscimos ano a ano. No país, a projeção é de uma movimentação de cerca de R$ 4,4 trilhões na economia – redução de 5,39% em relação a 2019 – e de uma taxa também negativa do Produto Interno Bruto (PIB), de 5,89%.
O levantamento aponta que, a exemplo de 2019, as capitais seguirão perdendo espaço no consumo, respondendo por 28,29% desse mercado. Enquanto isso, o interior avançará, com 54,8%, bem como as regiões metropolitanas, cujo desempenho equivalerá a 16,9% neste ano.
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