Divulgado nessa quinta-feira, 28, o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) aponta que Santa Cruz do Sul é o 13º município mais desenvolvido no Rio Grande do Sul e o 78º no País, com 0,8502 ponto. O resultado, no entanto, é inferior ao de Mato Leitão, também no Vale do Rio Pardo e que possui cerca de 4,2 mil habitantes, que aparece na quarta posição no Estado e na 45ª no Brasil, com 0,8587 ponto; e de Lajeado, município do Vale do Taquari com população estimada em 78,4 mil habitantes, que ocupa o segundo lugar dentre os municípios gaúchos e o sexto a nivel nacional, com 0,8789 ponto.
O índice foi divulgado nessa quinta-feira, 28, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e mede o desenvolvimento dos municípios brasileiros. Em 2016, ele voltou a crescer, depois de dois anos de quedas consecutivas. O indicador fechou em 0,6678, abaixo do 0,6715 registrado em 2013. Esse resultado mostra o impacto da retração econômica que levou a uma queda de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no País, com reflexos nas três vertentes que compõem o estudo: emprego e renda, saúde e educação.
Segundo o levantamento, o Rio Grande do Sul tem 18 municípios entre os 100 melhores colocados no País. Vale Real aparece em primeiro lugar no Estado e na quarta posição a nivel nacional, seguido por Lajeado, na segunda colocação gaúcha e sexta no País; Campo Bom com o terceiro lugar no Rio Grande do Sul e o 36º no País; Mato Leitão quarto no Estado e 45º no Brasil; e Muçum em quinto no RS e 54º no País.
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Entre todos os municípios avaliados, Louveira (SP) é o mais desenvolvido, conquistando 0,9006 ponto, enquanto Florianópolis é a primeira das capitais, com 0,8584. Na cidade paulista estão instaladas sedes de importantes empresas multinacionais e de logística. Em segundo lugar vem a cidade de Olímpia, importante destino turístico, com 0,8820; seguida de Estrela do Norte, com 0,8810 ponto em decorrência da forte geração de empregos em obras de construção. Ambas as cidades também estão localizadas no estado de São Paulo.
O município de Estrela do Norte registrou a maior evolução entre as dez primeiras cidades mais bem colocadas, saltando de 526º lugar em 2015 para terceiro, em 2016. Na quarta posição no ranking das cidades mais bem pontuadas está Vale Real (RS). O município atingiu, em 2016, 08807 ponto, a partir da geração de empregos na construção e produtos metais. A cidade registrou um salto significativo ao sair da 276ª posição em 2015 para ocupar uma das primeiras posições em 2016.
Em quinto lugar aparece Apucarana, no Paraná, com 0,8806 ponto. A cidade é um importante centro industrial. Ainda no Sul do País, o município de Lajeado (RS), polo da indústria alimentícia, ocupa a sexta posição com 0,8789 ponto. Fechando o ranking das dez mais bem posicionadas cidades do país estão Toledo (PR) na 7ª posição com 0,8786 ponto; Concórdia (SC), em 8º, com 0,8781; Itatiba (SP), em 9º, com 0,8779 ponto e Itupeva (SP), em 10º, com 0,8779 ponto.
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Em último lugar do ranking, com 0,3214, está o município de Ipixuna, no Amazonas, que registra baixos índices de atendimento básico de saúde. A cidade ocupava em 2016 a 5471ª posição. O segundo pior IFDM foi verificado na cidade de Sebastião Barros, no Piauí, que apresentou queda nos três índices do estudo, principalmente em educação, com destaque para o aumento das taxas de abandono.
A cidade de Santa Rosa do Purus, no Acre, com 0,3570 ponto, é a terceira pior colocada no ranking. Com desenvolvimento estagnado, o município ocupou a última colocação em três anos da série histórica iniciada em 2006. Estão ainda entre os municípios com os piores índices de desenvolvimento: Lábrea, no Amazonas (5468ª); Nova Canaã, na Bahia (5476ª); Porto Moz, no Pará (5466ª); São Bento, no Maranhão (5465ª); Piritiba, na Bahia (5464ª); Aldeias Altas, no Maranhão (5463ª); e Ribeirão do Largo, na Bahia, com IFDM de 0,3965 ponto.
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O IFDM 2018 confirma uma realidade que outros estudos sobre o tema já vinham revelando ao longo dos últimos anos: o País contínua desigual e com enormes disparidades regionais. Enquanto o Sul é a região mais desenvolvida, tendo 98,8% de cidades com desenvolvimento alto ou moderado, perfil semelhante ao apresentado pelo Sudeste e Centro-Oeste, as regiões Norte e Nordeste têm, respectivamente, 60,2% e 50,1% dos seus municípios com desenvolvimento regular e baixo. O estudo trouxe destaques positivos, como a melhoria da região Centro-Oeste, que alcançou o padrão Sul-Sudeste, com 92,4% dos municípios com desenvolvimento moderado ou alto e nenhum município com baixo desenvolvimento.
O IFDM 2018 monitora os indicadores sociais em 5.471 municípios, onde vivem 99,5% da população brasileira. O estudo adota uma escala de avaliação que vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento do município. As cidades são divididas em quatro categorias: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,5), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1). O índice vem sendo aferido há uma década. No resultado geral, incluída a média das notas dos três indicadores (emprego e renda, saúde e educação), foram observados apenas 431 municípios com alto rendimento, o equivalente a 7,9% do total.
As três vertentes que compõem o IFDM apresentaram crescimento em 2016. O índice de emprego e renda atingiu 0,4664 ponto, voltando a crescer após duas quedas consecutivas, quando acumulou retração superior a 20%. Essa foi a área de desenvolvimento que mais sofreu com a recessão dos últimos anos. Tanto o IFDM educação como o IFDM saúde apresentaram discreta elevação, mantendo a trajetória observada desde o início da publicação do índice. No entanto, a evolução apresentada pelos dois indicadores foi a menor em 10 anos, indicando que a crise também teve impactos sociais, e não só econômicos. O IFDM educação subiu de 0,7644 (2015) para 0,7689 (2016). Já o IFDM saúde saiu de 0,7534 para 0,7655, no mesmo período.
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O estudo sustenta que é preciso acelerar o crescimento econômico – acima de 1,5% ao ano – para garantir o cumprimento de metas assumidas pelo Brasil, interna e externamente, em educação e saúde.Os principais problemas apontados foram deficiências no ensino infantil, com menos de 30% das crianças matriculadas em creches, e no acesso à pré-escola. Na área de saúde, o atendimento às gestantes, bem como a cobertura de atenção básica, estão longe do desejável.
Segundo o diagnóstico, não houve diminuição de transferência de recursos financeiros para os municípios, mas sim falta de gestão eficiente. “Acelerar o desenvolvimento no interior do país passa por uma política ampla de capacitação e aprimoramento dos gestores públicos, sobretudo nas regiões menos desenvolvidas”, defendem os autores do IFDM. “Quando a gente olha o impacto da crise econômica sobre os dados, percebe-se que grande parte dos municípios foi fortemente impactada. Quando se traça o horizonte à nossa frente, vemos que o desenvolvimento dos municípios na vertente emprego e renda, por exemplo, só voltará a um desenvolvimento próximo ao de 2013, que foi o do patamar pré-crise, em 2027”, avalia Jonathas Goulart, da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan.
De acordo com o estudo, de 2015 para 2016, foram fechados 3 milhões de postos de trabalho formais no País. Em 2016, a recuperação se deu em 2.254 cidades que geraram empregos, mas 60% dos municípios fecharam postos de trabalho, incluindo capitais e grandes centros econômicos. O indicador emprego e renda registrou pequena recuperação ao atingir 0,4664 ponto, contra 0,4336 de 2015. “O movimento é explicado pelo aumento do rendimento real do trabalhador formal, em parte por conta da política de reajuste do salário mínimo”, explica o economista da Firjan.
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Ainda assim, o resultado continua em nível historicamente baixo e foi o pior da série histórica. Apenas cinco cidades alcançaram o alto desenvolvimento neste indicador: São Bento do Norte (RN), Capanema (PR), Telêmaco Borba (PR), Selvíria (MS) e Cristalina (GO).
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