Embora encontre grande resistência entre lideranças políticas de Santa Cruz do Sul, a abertura de leitos de UTI pediátrica no Hospital São Sebastião Mártir vai permitir a qualificação da rede de atendimento materno-infantil na macrorregião dos Vales. Esta é a avaliação da coordenadora da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Mariluci Reis.
“O município de Santa Cruz vai ganhar muito com isso e a região também”, avaliou Mariluci, em entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback, da Rádio Gazeta FM 107.9, na manhã desta terça-feira, 27. Sobre a posição contrária de parte da comunidade santa-cruzense, diante do possível descredenciamento dos dois leitos de UTI pediátrica atualmente em funcionamento no Hospital Santa Cruz, a coordenadora acrescentou: “Eu acho que é aquela sensação de que é uma perda, mas eu entendo diferente, eu entendo como qualificação e organização da rede materno-infantil”.
De acordo com Mariluci Reis, a CRS trabalha atualmente para cumprir a legislação, que impede a manutenção das UTIs mistas, neonatal e pediátrica, como a que existe no Hospital Santa Cruz – são oito leitos de UTI neonatal e dois de pediátrica –, e organizar a rede de atendimento regionalmente. “Nem todos os municípios podem ter todas as referências. Nós temos que ter a sensibilidade de ter tudo mais próximo de casa, como referência regional”.
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A coordenadora da 13ª CRS afirma que, atualmente, o Vale do Rio Pardo não tem uma referência em UTI pediátrica. “O município (Santa Cruz), na verdade, tem esses dois leitos para atendimento do próprio município. O que a gente está tentando, e é meu papel como coordenadora regional, é organizar a rede regionalmente.”
O Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, já tinha, há vários anos, um projeto de instalação de uma UTI neonatal, mas demonstrou interesse na proposta da coordenadoria regional de sediar dez leitos de tratamento intensivo em pediatria. Com isso, segundo a coordenadora, a instituição venâncio-airense se tornaria referência macrorregional nesta área. “E nós vamos ter o privilégio de nossas crianças não precisarem sair da nossa região para ser atendidas em outras regionais, como já aconteceu anteriormente de crianças irem parar em Bagé, Santa Rosa, Cruz Alta, tendo que ter acompanhante familiar”.
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“Entendo muito bem o Município de Santa Cruz, entendo a perda, a preocupação da prefeita Helena, elogio a deputada Kelly Moraes, que trabalhou muito por essa UTI, mas as coisas mudam, vão sendo aperfeiçoadas”, disse Mariluci, que acrescentou que a administração santa-cruzense pode manter os dois leitos de UTI pediátrica, mas precisa cumprir a legislação, formando uma equipe total específica para o atendimento destes leitos.
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Referência regional em gestação de risco
A coordenadora da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Mariluci Reis, acrescentou que está no projeto do órgão, com a reorganização, a criação de uma referência regional em gestação de risco no Hospital Santa Cruz. Atualmente, a instituição é referência em parto de alto risco, mas as grávidas precisam ser atendidas em Porto Alegre.
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Com a mudança, as gestantes com gravidez de risco poderiam ser atendidas, ambulatorialmente, no HSC e o parto poderia ocorrer no mesmo hospital. “Isso é muito importante, temos que reforçar a importância de ter isso na região”, disse Mariluci.
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Leitos no HSSM podem estar prontos até o início de 2022
Na última semana, o prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa (PDT), acompanhado do diretor administrativo do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Luís Fernando Siqueira, teve uma reunião com a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann. No encontro, Arita afirmou que o projeto da UTI pediátrica na Capital do Chimarrão está aprovado, faltando apenas a oficialização por parte do governador Eduardo Leite e a garantia dos recursos.
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O encaminhamento deve acontecer ainda em 2021, até por questões envolvendo o calendário eleitoral em 2022. De acordo com Mariluci Reis, o objetivo das lideranças venâncio-airenses é ter a estrutura do hospital pronta para receber os leitos até o início de 2022.
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