Santa Cruz do Sul: uma terra acolhedora

A história de Santa Cruz do Sul é marcada por diferentes capítulos. Desde a chegada dos primeiros imigrantes, passando pela evolução econômica e social, impulsionada pelo desenvolvimento de atividades estratégicas, como a agricultura, o comércio, a indústria e a prestação de serviços, passaram-se 143 anos.

Nesta trajetória, a evolução é visível em diferentes aspectos. Na área pública, investimentos em melhorias e infraestrutura possibilitaram e seguem possibilitando a expansão urbana. Seja por meio de grandes obras ou intervenções menores, as adequações propostas andaram no sentido de atender às necessidades de cada época. Entre os exemplos mais recentes neste sentido estão as obras destinadas a conter os frequentes alagamentos na rótula da Rua Coronel Oscar Jost. Reorganização do trânsito e investimentos em áreas fundamentais, como saúde – na qual se destacam entre outros os novos postos dos bairros – e educação, se refletem diretamente no cotidiano da população.

Para os próximos meses, a expectativa fica por conta das obras do novo calçadão, que promete transformar a paisagem da Rua Marechal Floriano. As intervenções foram retomadas há poucos dias na quadra entre as ruas 28 de Setembro e Borges de Medeiros. Na sequência, os trabalhos devem avançar para o quarteirão entre a Sete de Setembro e Tiradentes.

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Se na área pública as mudanças são visíveis, no meio privado não é diferente. Ainda que nos últimos tempos as restrições impostas pela pandemia tenham representado um desafio para os empreendimentos de um modo geral, novos investimentos têm contribuído para fomentar o desenvolvimento e estimular a geração de mais postos de trabalho.

Em um cenário de transformações, quem chega a Santa Cruz do Sul encontra o ambiente ideal para viver e empreender. Nesta edição comemorativa, os relatos de cidadãos de diferentes gerações, alguns deles inclusive vindos de outros locais, demonstram o encanto e o gosto pela Terra da Oktoberfest, do Túnel Verde e das grandes empresas.

Foto: Inor Assmann

Povoação começa a tomar forma

A povoação da área que daria origem a Santa Cruz do Sul começou a ganhar forma em 25 de novembro de 1852, quando o governo da época determinou a desapropriação de terras para estabelecer as bases da povoação. Contudo, apenas em 4 de novembro de 1854 tiveram início os trabalhos para abertura das primeiras ruas e quadras da povoação. Entre as primeiras providências consta a definição do local onde ficaria a igreja católica (onde hoje fica a Catedral São João Batista), os edifícios públicos, as praças e as chácaras.

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A instalação oficial do município ocorreu em 28 de setembro de 1878, data em que é celebrado o aniversário de Santa Cruz do Sul. Foi quando ocorreu a instalação da Câmara com seus primeiros integrantes: Joaquim José de Brito, Carlos Trein Filho, Jorge Julio Eichenberg, Roberto Jaeger, Germano Hentschke, José Lopes Simões e Pedro Werlang, este último ausente na sessão de instalação.

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Desde os tempos dos colonizadores

O bairro de Linha Santa Cruz é hoje um dos locais que mais crescem em Santa Cruz do Sul. Coincidentemente, é a este ponto, que há alguns anos tinha características essencialmente rurais, que no passado chegaram os primeiros imigrantes alemães.

Mas tudo começou ainda antes. Em 1846, Rio Pardo foi elevada à condição de cidade e tinha como objetivo estabelecer comunicação com os chamados Campos de Cima da Serra, na região de Cruz Alta, por meio de uma estrada ou picada. A intenção era encurtar o caminho a fim de estimular o comércio rio-pardense. Para isso, foi aberta a Picada Santa Cruz, ou Picada Velha, mais tarde denominada Linha Santa Cruz. Em 2 de dezembro de 1849 surge a colônia de Santa Cruz. Nesta época, já estavam no Brasil os primeiros imigrantes de origem alemã.

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132.271 habitantes é a população estimada pelo IBGE para Santa Cruz do Sul em 2021. Em relação ao ano anterior, o município ganhou 906 moradores.
171 habitantes ocupavam a picada de Santa Cruz em maio de 1851, um ano e meio após a chegada dos 12 colonizadores. Em julho do mesmo ano, um relatório do então diretor da colônia João Martinho Buff, que passara a ocupar a vaga deixada por Evaristo Alves de Oliveira, indicava que os 64 lotes já estavam ocupados e que a maior parte dos colonos tinha conseguido levantar suas casas e plantar hortas com a ajuda dos primeiros imigrantes que já estavam estabelecidos e em condições de abastecer a colônia com feijão, abóbora, milho e batata.

Aposta certeira

“Santa Cruz do Sul é uma cidade que prospera!” Com esta afirmação, o empresário Eduardo Jacobi Borstmann, 33 anos, ao lado da namorada e sócia, Rafaela Tedesco de Marco, 27 anos, aportou por aqui há pouco mais de um ano. Em julho de 2020, bem no auge da pandemia do coronavírus, o casal instalou uma filial da pizzaria Una Pizza Delivery, no Bairro Country, trevo de Linha João Alves. “A escolha do local foi estudada e muito pensada. É um dos bairros mais novos da cidade e está em franco desenvolvimento, e nós apostamos no seu potencial”, justifica o empresário.

Eduardo conta que sempre teve muita vontade de trabalhar e residir em Santa Cruz, e, com o sucesso da sua pizzaria em Candelária, ficou mais fácil dar o passo seguinte. Ele explica que pesou na escolha o fato de a cidade estar em constante evolução, com novas empresas chegando e muitos investimentos acontecendo.

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“Santa Cruz sempre me fascinou. É uma ótima cidade para morar e investir. É próspera. Tu vê isso nas ruas, nas pessoas. Ela oferece tudo que precisamos, é tranquila e tem o tamanho ideal. E a receptividade não poderia ter sido melhor, fomos muito bem acolhidos. Nós adoramos morar aqui”, frisa.

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O começo de tudo

Eduardo trabalhou por muitos anos com os pais na padaria da família, na vizinha Candelária. Nessa época, ele conta, se identificou, principalmente, com o ramo de vendas e o setor administrativo da empresa.“Foi o empurrão para cursar a faculdade de Administração e levar adiante meus planos de ter o meu próprio negócio”, afirma. Depois disso, em setembro de 2019 abriu a primeira pizzaria delivery da cidade.

Instalada junto à padaria, fez sucesso desde o princípio e viu seu faturamento crescer ainda mais no início da pandemia. “Como as pessoas não podiam frequentar os restaurantes, os serviços de delivery tiveram um crescimento considerável. Percebemos aí que poderíamos expandir nosso negócio. E assim chegamos em Santa Cruz do Sul”, afirma o empresário. Atualmente, a pizzaria está com mais uma filial em Lajeado e com possibilidades de ter outra em Santa Cruz.

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Com visão empreendedora, casal candelariense escolheu Santa Cruz para morar e investir, e já colhe bons frutos

Um lugar acolhedor e especial

Em 1959, Ricardo Bartmann fundava, em Cachoeira do Sul, a Joalheria e Óptica Bartmann. Passados 61 anos, Santa Cruz do Sul foi escolhida para a abertura de mais uma filial do empreendimento.

Gilberto Bartmann, 48 anos, um dos filhos de Ricardo e que, hoje, junto com os irmãos Fabiana e Fabio, administra a rede de lojas, conta que o desejo de vir para o município já vinha de mais tempo. “A filial de Santa Cruz é fruto de uma admiração muito antiga pela cidade em vários aspectos, além de que desejávamos ter uma ligação mais forte com ela. Queríamos que ela fizesse parte da nossa história”, afirma. Segundo ele, o sonho dessa filial não era recente, mas estava em “banho-maria”.

A oportunidade surgiu por acaso quando, em dezembro de 2019, um amigo, que é representante comercial, lhe apresentou uma empresária de Santa Cruz que queria se desfazer de um ponto comercial. “Decidimos que era a hora de encarar mais um desafio, de sairmos da nossa zona de conforto. Mesmo com a chegada da pandemia do coronavírus bem no meio do processo de instalação da loja, quando ainda estávamos no planejamento dos móveis, não desistimos”, ressalta.

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E, segundo o empresário, a experiência tem sido gratificante, com uma boa aceitação do público santa-cruzense. “Santa Cruz é uma cidade acolhedora, linda, de grandes oportunidades e reconhecida como uma das melhores cidades do Rio Grande do Sul para se morar e investir”, declara. Além disso, ele também evidencia a importância de aspectos relacionados a cultura e tradição do município, com destaque para a Catedral São João Batista, o Autódromo Internacional e a Oktoberfest.

Legado de família

Gilberto conta que o pai, hoje com 86 anos, saiu do interior, fez o curso de relojoeiro por correspondência e, numa pequena sala comercial que dividia com o irmão, munido apenas de uma mesa e cadeira, pinças e chaves de fendas, começou a fazer reparos em relógios. Aos poucos foi ampliando o negócio. Primero um par de alianças para venda, depois um anel, um despertador, e, assim, foi construindo o sólido e tradicional negócio que perdura até hoje, ao lado da esposa, Cerli, sua companheira de vida e de trabalho, que, como ele, também era relojoeira. Hoje, apesar de não trabalhar mais na loja, Ricardo se ocupa de cuidar da manutenção do jardim e do pátio da sua residência. “Nossos pais são nossa fonte de inspiração. Com eles conhecemos os valores do trabalho, dedicação, honestidade, persistência e otimismo”, define Gilberto.

Gilberto conta que por muitos anos a família planejou investir em Santa Cruz do Sul, até concretizar o projeto em 2020

A cidade está em constante evolução

A afinidade com a profissão começou cedo para Lari Ertel. Aos 14 anos, ele fez um curso de desenho arquitetônico no Senai de Santa Cruz do Sul. Era o início da preparação para a carreira, que o tornaria uma das referências em construção civil na cidade. Na sua trajetória estão os anos de trabalho em grandes construtoras locais e a faculdade de Engenharia Civil na PUC, de Porto Alegre, até a abertura de sua própria construtora em 1999.

Natural de Santa Cruz, Lari, 58 anos, que sempre gostou da cidade, não teve dúvidas de que ela seria o local ideal para empreender. Com foco, principalmente, nas casas de alto padrão em estilo inglês, conta que sentiu um pouco de resistência nos primeiros tempos. O uso de materiais diferentes, de telhados mais trabalhados e telhas planas, e as chaminés em destaque eram características que divergiam das habituais. “O início foi difícil, mas, em meio às críticas, teve muita gente que acreditou no meu trabalho, e as obras foram surgindo cada vez mais.”

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Com a experiência adquirida ao longo dos anos, Ertel destaca que Santa Cruz vem sendo escolhida por diversas famílias de todas as partes do Brasil, pois é considerada uma das melhores cidades para se viver, por sua segurança, saúde, organização e povo trabalhador. “Com a pandemia, isso se tornou ainda mais forte, já que muitas empresas internacionais e outros segmentos optaram pelo trabalho em home office. Considerando que temos aqui muitos condomínios fechados, que são muito procurados por esse público, isso ficou mais evidente”, analisa.

Para ele, tal fato traz uma expectativa animadora para o setor. “Obras estão a todo vapor, e isso fomenta também outros setores, como a procura de mão de obra, lojas de materiais de construção e prestadores de serviço de toda ordem”, salienta.

Berço de oportunidades

Além da força da construção civil, Lari Ertel aponta outros aspectos positivos em relação ao município. Entre eles destacam-se as opções de gastronomia e lazer, com importantes investimentos nessa área por grupos de empresários que apostaram na noite de Santa Cruz. “Temos muitas opções que poucas cidades oferecem. Nosso interior tem um potencial turístico imenso, com lugares encantadores. Isso também tem se intensificado com investimentos do município nessa área, o que pode ser um fator primordial para o crescimento e o desenvolvimento econômico da cidade no futuro”, conclui.

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Acreditando no potencial local, engenheiro civil ousou e trouxe novas referências e estilos para a construção civil

A aventura que deu certo

A vontade de trabalhar e ter seu próprio dinheiro despertou cedo em Juarez Fernandes de Oliveira. Desde os sete anos, já fazia “bicos” cortando grama, limpando jardins e vendendo picolés, sorvetes e pastéis. “Trabalhava onde as oportunidades apareciam. Sem deixar de estudar, é claro”, diz. Ele era conhecido no Bairro Avenida, onde morava com os pais e os cinco irmãos, como um guri muito trabalhador.

De origem simples, aprendeu que trabalhar e ser recompensado por isso era mutio gratificante. Esse perfil com o tempo lhe rendeu mais reconhecimento e, com 15 anos, foi convidado a trabalhar como estafeta na antiga farmácia Müller, de Santa Cruz. Naquela época, conforme explica, a maioria das medicações eram manipuladas e, curioso e interessado que era, passou a observar e aprender como tudo era feito. Passados três anos, em 1979, foi para o Exército, de onde saiu no final do mesmo ano.

Mas Juarez tinha um sonho desde criança: morar na grande Porto Alegre. E o desejo começou a se realizar logo que saiu do quartel. Ele vendeu uma televisão que havia ganho em uma rifa. Com o dinheiro, comprou a passagem para Canoas e, na bagagem, além das roupas, levava a vontade de trabalhar e progredir.

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Mas o começo não foi fácil. Enquanto procurava trabalho, o dinheiro acabou. Por um mês, dormiu no calçadão e se alimentou como pôde, até conseguir um emprego em uma farmácia no centro da cidade. Cinco anos depois, em 1985, foi convidado para trabalhar como representante de uma grande distribuidora de medicamentos de Porto Alegre, e ali pemaneceu por 10 anos. “Saí de lá para ter meu próprio negócio e, num intervalo de cinco anos, adquiri cinco farmácias em Canoas”, relembra. Alguns anos depois, por questões de segurança, ele vendeu três das cinco lojas, e justifica: “Sofremos mais de 50 assaltos, fui pego de refém, minha família foi ameaçada. Achei melhor diminuir o ritmo.”

De volta pra casa

Hoje, aos 60 anos, Juarez está de volta a Santa Cruz. Se desfez das outras farmácias e agora investe no ramo da gastronomia com o restaurante Guto 350, no Bairro de Linha Santa Cruz, um lugar que tem crescido nos últimos tempos, mas ainda preserva aspectos relacionados às origens locais, como algumas construções dos tempos da colonização. “Voltei para atender um pedido da minha família e também pela minha vontade de estar mais perto deles”, afirma. Além disso, ele conta que o desejo de voltar para a terra natal pesou bastante na decisão. “Sempre achei Santa Cruz muito linda. É uma cidade em constante crescimento, que tem tudo o que tu precisas. Além disso, os bairros estão cada vez mais desenvolvidos, se tornando ótimos lugares para investir”, finaliza.

Depois de deixar o município em busca de oportunidades há 40 anos, empresário decidiu voltar para a terra onde nasceu

Para empreender e chamar de lar

Há 12 anos,Carla Doebber era professora em São Leopoldo, mas precisou se exonerar para acompanhar o marido, funcionário de uma fumageira. “Valeu muito a pena, pois, desde que cheguei, Santa Cruz ganhou minha admiração e meu coração”, conta. Na época, o filho estava com três anos.

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Em pouco tempo, ela passou a trabalhar como coordenadora pedagógica na escola de educação infantil Casa da Criança, mas sempre nutriu a vontade de empreender. E os planos foram tomando forma, até que, em janeiro deste ano, com o apoio do marido, inaugurou a Integra Espaço Cowoking, um negócio que se destina a profissionais que necessitam de um ambiente de trabalho nas mais diferentes áreas. “O espaço nasceu da vontade de empreender nesta cidade inspiradora, que nos acolheu tão bem e merece toda a nossa confiança. Ela é um lugar rico em possibilidades, com uma economia forte e com pessoas dedicadas para melhorá-la ainda mais”, destaca.

Hoje, aos 49 anos, Carla vê inúmeras vantagens de viver e investir em Santa Cruz. Conforme ela, a cidade possui uma boa infraestrutura relacionada a segurança, educação, saúde e bem-estar, e o desenvolvimento econômico evolui juntamente com a qualidade de vida. “O crescimento econômico nestes últimos anos em comércio, indústria, mercado imobiliário e serviços me faz acreditar e confiar em empreender nesta cidade, e a ideia de crescer coletivamente foi bem inspiradora para implantarmos o espaço de coworking.”

Lugares especiais

A família de Carla costuma receber muito amigos e familiares vindos de outras cidades. Quando isso acontece, um “tour” por Santa Cruz torna-se obrigatório. E alguns dos locais mais visitados são o Morro da Cruz, o Parque da Oktoberfest, o Parque da Gruta e o Lago Dourado. Ela também conta que, via de regra, todos querem experimentar a gastronomia local. “Santa Cruz tem muito a oferecer para quem a visita. Mas quando nós vamos visitar algúem de outra cidade, o pedido para que levemos as cucas daqui é certo”, refere.

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Infraestrutura urbana, qualidade de vida e oportunidades são alguns dos aspectos valorizados por Carla

Onde sempre é possível prosperar

Murilo Damé da Silva, 34 anos, é natural de Encruzilhada do Sul, mas veio para Santa Cruz ainda bebê. Seus pais mudaram-se em busca de melhores condições de trabalho e estudo. “Foi aqui que eles encontraram um ambiente acolhedor para que pudessem constituir família (hoje somos quatro filhos) e crescer profissionalmente”, afirma.

Ele não tem dúvidas de que os pais fizeram a escolha certa. “Santa Cruz é uma cidade incrível, amigável e acolhedora, superbem cuidada e organizada, além de ser cheia de oportunidades para quem busca crescer profissional e pessoalmente.” Murilo é formado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), mas acabou se tornando empresário. De início, trabalhando com a família, quando, há 14 anos, assumiram o Restaurante Vinte e Dois, no Centro de Convivência da Unisc, até chegar ao ramo da construção civil, em 2019. Naquele ano, segundo ele, o pai, Neimar Santos da Silva, que é advogado na cidade, em parceria com Lucas Silveira, após uma pesquisa de mercado, identificou uma carência neste setor, mais especificamente na área de ferros de construção e metalmecânico. “Então fundamos a Construaço Ferros, uma empresa especializada na modalidade de corte e dobra e vigas aramadas para a construção civil, da qual sou sócio, juntamente com o Lucas”, diz Murilo.

E quando o assunto é a expansão dessa área, o empresário atesta que Santa Cruz é uma cidade em pleno desenvolvimento, com muitas empresas e empresários sérios nesse ramo, inúmeros loteamentos sendo inaugurados, todos com padrão de excelência. “Nós só temos a construção civil tão forte porque junto com ela temos indústrias fortes, um comércio consolidado e um poder público que faz um trabalho muito sério e que tem ajudado as empresas a se desenvolver. Vejo ainda muitos anos de crescimento para o setor da construção civil por aqui”, atesta.

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Trocando experiências

Murilo sempre gostou de viajar e já fez intercâmbio e estudou fora do país. Além disso, gosta de aprender novos idiomas e de se conectar com novas culturas. Essas são as razões que o levaram a abrir a casa para receber intercambistas de outros países. Ele, que já hospedou mais de 10 estrangeiros vindos de Alemanha, Portugal, Colômbia, Peru, Canadá, Argentina e Espanha, conta que tudo começou há mais de 10 anos, na casa dos pais, e que depois passou a recebê-los na própria casa. Segundo ele, a experiência tem sido ótima e, por isso, pretende seguir recebendo. E entre os visitantes, ele recorda com carinho de três alemães que estiveram por Santa Cruz. “Foi muito bom tê-los em minha casa. Eles amaram Santa Cruz, e ficaram muito curiosos ao saber da nossa origem alemã. Percebi que gostaram desta mistura do Brasil com o que ainda ficou de traços da colonização. Todos ficaram encantados com a cidade e com o acolhimento que tiveram por aqui”, conclui.

Família de Murilo encontrou em Santa Cruz do Sul um bom lugar para viver, estudar, empreender e fazer amigos

Trajetória recompensadora

C com apenas oito anos, Marli Linden aprendeu os primeiros pontos em crochê e tricô. Desde então, estas artes passaram a fazer parte da sua vida e a ajudaram muito quando chegou em Santa Cruz do Sul, com 24 anos, em 1982. Ela, que é natural de Derrubadas, uma pequena cidade no noroeste do Rio Grande do Sul, onde fica o Salto Yucumã, uma das maiores belezas naturais reconhecida mundialmente, passou por diversos lugares até vir para Santa Cruz, acompanhando o marido, que trabalhava na Emater.

“Logo me identifiquei com o local e senti que era aqui que queria ficar.” Na época, o marido, por conta do trabalho, viajava bastante e costumava passar a semana fora. Marli, que ficava em casa cuidando das duas filhas pequenas, sentia necessidade de fazer algo mais. Foi o momento ideal para aprimorar as técnicas com as linhas e as agulhas, fazendo alguns cursos no Sesi e no Sesc.

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Em pouco tempo, já estava aceitando encomendas e fazia em torno de seis peças em tricô por mês, além de panos de prato com crochê e pintura. Com as vendas, comprava mais material para ampliar a produção. Começava, assim, o seu futuro empreendimento: a loja Stamping. “Em 1988, montei um ateliê numa sala de minha casa e recebi muito incentivo da família, de vizinhas e amigas. Quando me dei por conta, já estava ocupando três peças. Percebi que estava no limite”, comenta. Foi então que, em 1995, ela alugou uma sala comercial na Avenida Euclydes Kliemann, até surgir, anos depois, a oportunidade de comprar um espaço maior, onde está até hoje.

Marli já expôs seus trabalhos em 11 edições da Oktoberfest e fez muitos clientes. Numa certa ocasião, recebeu em seu estande a visita da proprietária de uma editora, que a convidou para criar desenhos para cartões. “Para cada desenho que fosse aprovado, eu recebia um salário mínimo. Isso ajudou para que, aos poucos, eu investisse mais no meu negócio.” A artesã também conta que adora inovar e se atualizar. Quando pode, participa de feiras e congressos para se atualizar.

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Amor à primeira vista

Marli, hoje aos 63 anos, se diz uma apaixonada por Santa Cruz. Para ela, a cidade oferece tudo, tem muitas oportunidades de trabalho e vários locais de rara beleza para se visitar. Entre eles, a Gruta dos Índios e o Santuário de Schoenstatt, os lugares de que ela mais gosta, por considerar que têm uma “energia muito boa”. “Só tenho a agradecer à cidade pela acolhida que tivemos. Aqui fizemos amizades sólidas; minhas filhas cresceram, estudaram e se formaram, e eu me tornei a profissional realizada que sou hoje.”

Depois de passar por diferentes municípios, artesã encontrou o lugar ideal para prosperar e viver com a família

Inovação aliada ao trabalho em família

O administrador Moacyr Rocha, de 64 anos, teve algumas experiências profissionais, inclusive em outro município, que o prepararam para se tornar o empreendedor que é hoje. O conhecimento em vendas ele adquiriu durante cinco anos como representante comercial. Já como empreendedor, teve uma distribuidora de balas e doces. “Foi quando comecei a aprender a ter uma empresa. E, de fato, aprendi, pois ela, pela pouca experiência que eu tinha, quebrou”, relembra.

Contudo, durante essa época ele soube, por meio de um amigo, que a empresa Johnson & Johnson estava procurando representantes em cidades-polo do Estado. Uma oportunidade, segundo Moacyr, imperdível. Assim, ele foi do ramo alimentício para o químico. Percebendo que era uma área promissora, em pouco mais de um ano tornou-se distribuidor, voltando a ter seu próprio negócio. Era 1996, e nascia, assim, a MR Centro de Limpeza.

Desde o início, sem estoque e trabalhando em casa, até abrir a primeira loja física no centro da cidade, passaram-se alguns anos. Recentemente, a família ampliou os negócios e criou a Santapel, uma empresa que, por meio de uma máquina, transforma bobinas grandes de papel em papel-toalha interfolha e de rolo e em papel higiênico rolão. Uma forma, segundo Rocha, de oferecer um produto mais acessível para os clientes.

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Pai e filhos

Os quatro filhos de Moacyr são seus parceiros nos negócios. Débora, 38 anos, formada em Administração, e que mora em Santa Catarina, é responsável por toda a parte de marketing. Jaqueline, 35 anos, é química industrial e gerencia a empresa. Francisco, 34 anos, engenheiro de produção, é o responsável pela Santapel; e o caçula Otávio, 25 anos, também formado em Administração, é encarregado da área comercial.

Mas houve um momento em que todos estavam fora de Santa Cruz, estudando, viajando e ampliando seus conhecimentos. Para o empresário, o crescimento de uma empresa não depende apenas do mercado, mas também de ter as pessoas certas nos lugares certos: “A MR está sempre evoluindo, e isso aconteceu porque meus filhos, profissionais competentes que são, vieram trabalhar comigo.”

Jaqueline conta que chegou a trabalhar com o pai por cinco anos antes de decidir, em 2010, mudar-se para Porto Alegre a fim de fazer um mestrado e buscar novas experiências profissionais. Contudo, a busca pela qualidade de vida a trouxe de volta para Santa Cruz e, consequentemente, à empresa. “Não existe lugar melhor para viver. Quero essa qualidade para mim e para minha família”, afirma.

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Já seu irmão Francisco, que teve oportunidade de viajar pelo mundo, quis voltar a Santa Cruz para colocar em prática o que tinha aprendido na faculdade, e também pelas andanças fora do País. Chegou no momento certo para a implementação da Santapel, em 2019. E Otávio, que cresceu vendo a empresa acontecer, também estudou em outra cidade. Durante as férias, quando vinha para Santa Cruz, trabalhava fazendo as entregas da loja e ia se familiarizando com sua rotina. Depois de formado, foi natural o seu retorno. Hoje, ele cuida das vendas externas, faz visitas técnicas e testes de produtos para os clientes.

Em 25 anos, empresário acompanhou diferentes momentos do desenvolvimento do município

Uma história de crescimento

Aos 15 anos, quando andava pelas ruas de Santa Cruz do Sul fazendo panfletagem, Matheus Bulegon não imaginava que a cidade seria o berço dos seus empreendimentos. Hoje, 19 anos depois, ele emprega aproximadamente cem pessoas nas áreas de educação, alimentação e comunicação e marketing.

Desde o momento em que chegou na região, Matheus sentiu-se extremamente acolhido e rodeado de oportunidades que o inspiraram a crescer e investir. “Santa Cruz sempre foi e cada vez mais será destaque no âmbito regional, estadual e, por muitas vezes, no cenário nacional. Na minha opinião, isso é resultado de uma soma de diversos fatores, entre eles a economia forte e a geração de emprego e renda. Além de um capital intelectual altíssimo, fruto de uma excelente oferta educacional no município e também de uma cultura forte, que valoriza sua história e princípios e, ao mesmo tempo, sempre está de braços abertos para receber novas pessoas e ideias”, elogia.

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Mas ele não deixa de destacar que o município também oferece muito em lazer e cultura para seus moradores e visitantes, citando seus pontos preferidos. “Eu gosto muito da Praça Getúlio Vargas. Por si só já a acho muito bonita, mas, além disso, ainda fica em frente a uma das catedrais mais lindas do Brasil. Também existem ótimos locais para a prática de esportes, sem deixar de mencionar a grande variedade de bares e bons restaurantes.”

Jornada empreendedora

Natural de Segredo, ele chegou à região há 21 anos, quando tinha apenas 13 anos. Na época, a família morava em Soledade e se transferiu para Vera Cruz. Dois anos depois, Matheus já entregava panfletos do Centro Educacional Dom Alberto pelas ruas de Santa Cruz. Em seguida, veio o convite para um estágio; depois houve a efetivação no setor comercial da entidade, onde chegou a assumir a sua coordenação. “Foi onde tive meu interesse pela área comercial despertado. Trabalhei três anos lá”, lembra.

Depois dessa época, Matheus, que fez a faculdade de Administração e um MBA em gestão empresarial na faculdade Dom Alberto, foi aprovado no processo seletivo da empresa Philip Morris. Lá permaneceu por quase dez anos e passou por posições de crescente responsabilidade, chegando ao cargo de gerente nacional de Recursos Humanos. “Foi um período muito importante e gratificante para mim, mas eu sentia necessidade de me dedicar aos meus próprios negócios. Por isso, deixei a empresa em 2018. Minha vida como empreendedor teve seu início quando abri a escola de inglês Quick English, o primeiro dos meus empreendimentos.”

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A boa acolhida marcou o início da trajetória profissional de um jovem empreendedor natural de Segredo

Mais informações sobre a programação podem ser encontradas no site da Prefeitura.

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