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Expectativa de retomada: Santa Cruz do Sul recupera empregos perdidos em 2020

Com um saldo de 472 postos de trabalho com carteira assinada gerados, Santa Cruz do Sul praticamente compensou, no mês de janeiro, a perda de vagas acumulada durante todo o ano passado (482), quando a economia foi fortemente castigada pela crise da Covid-19. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta semana refletem a expectativa de retomada na largada de 2021 – um cenário já distante do atual.

Ao todo, foram 2.056 admissões e 1.584 demissões no primeiro mês do ano no município. Trata-se do terceiro melhor desempenho em um mês de janeiro nos últimos seis anos, inferior apenas ao de 2015 (754) e ao de 2020 (658). O saldo foi positivo, ainda que as contratações de trabalhadores sazonais pelas indústrias de tabaco, um dos principais motores da empregabilidade local, venham ocorrendo em ritmo mais lento até agora. Devido às limitações de operação nas usinas em função da pandemia e ao atraso na finalização da safra nas lavouras em razão da estiagem, a expectativa é que a demanda por safreiros ganhe impulso somente entre abril e maio, e que os contratos sejam mantidos até mais próximo ao fim do ano.

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À exceção da agropecuária, todos os setores registraram mais contratações em janeiro, incluindo comércio e serviços, os mais atingidos pela crise. Segundo o professor de Economia da Unisc, Silvio Arend, esse quadro decorre das perspectivas geradas na virada de ano a partir do crescimento de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no último trimestre de 2020, o que repercutiu em recontratações. “Havia uma perspectiva mais animadora para 2021. Não diria otimista, mas pelo menos não era negativa. Um pouco do reflexo no emprego é decorrente disso”, observou.

Os resultados em Santa Cruz acompanharam a tendência do Rio Grande do Sul, que fechou janeiro com saldo de 27,2 mil vagas, e no País, que gerou 260,4 mil postos de trabalho no período. Os maiores municípios do Vale do Rio Pardo registraram mais contratações do que demissões. Venâncio Aires teve o maior saldo.

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Os resultados

O saldo por setor em janeiro
Indústria: 325
Serviços: 110
Comércio: 73
Construção: 25
Agropecuária: -61

O saldo em meses de janeiro
2021: 472
2020: 658
2019: 15
2018: 359
2017: 46
2016: 88
2015: 754

Ano a ano
2020: -482
2019: 282
2018: 962
2017: 26
2016: -485
2015: -1.674

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O saldo na região em janeiro
Venâncio Aires: 821
Santa Cruz do Sul: 472
Encruzilhada do Sul: 265
Candelária: 158
Vera Cruz: 35
Sinimbu: 14
Vale do Sol; 7
Rio Pardo: 3

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Após restrições, reação já perde fôlego

O cenário alentador do início do ano se alterou completamente com o agravamento da pandemia e a consequente adoção de restrições mais severas de circulação desde fevereiro. Com o fechamento de atividades, sobretudo nos setores de comércio e serviços, a tendência é de desaceleração nas contratações.

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Segundo o professor de Economia da Unisc, Silvio Arend, o quadro é mais preocupante do que o do ano passado porque, apesar da reedição do auxílio emergencial prevista para o mês que vem, o valor médio do benefício, que deve ficar em R$ 250,00, será insuficiente para a manutenção do nível de consumo das famílias. “É o começo de um período muito difícil e que só vai ser superado com a vacinação em massa. Enquanto não tivermos vacina, a economia não voltará a girar normalmente”, comentou.

Na avaliação de Arend, Santa Cruz pode se manter um pouco mais protegida do que outros municípios por possuir um setor industrial fortemente voltado à exportação. Com a desvalorização do real frente ao dólar, as vendas externas estão favorecidas, o que deve garantir bons resultados para setores como o de tabaco. Por outro lado, não há garantias de que esse desempenho será repassado aos produtores e tampouco para os trabalhadores sazonais.

Outro sinal ruim, de acordo com o especialista, envolve a média salarial dos trabalhadores. Ainda que o estoque de empregos tenha crescido no mês de janeiro, a remuneração média caiu. “Se pensar em termos de demanda agregada para a economia, tem um lado bom, porque são mais pessoas que retornam ao mercado. Mas elas estão ganhando menos. E com a inflação dos alimentos, isso representa um empobrecimento da população”, observou.

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