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Santa Cruz do Sul avança na luta em defesa dos direitos da mulher

Esta semana Santa Cruz do Sul deu mais um importante passo na caminhada em defesa dos direitos da mulher. Pela primeira vez o município realizou uma conferência para discutir a efetivação de políticas públicas que contemplem um contingente que perfaz a maioria da população brasileira.

Com o tema “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”, o anfiteatro do bloco 18 da Unisc recebeu, nesta quarta-feira, dia 16, representantes dos conselhos municipal, estadual e nacional dos direitos da mulher, trabalhadores da rede de proteção, estudantes e professores da universidade, entidades sociais, poder público municipal e comunidade em geral para um grande debate em torno das questões de gênero.

Convidada a palestrar na ocasião, a assistente social Letícia Chinini, mestre em Desenvolvimento Regional, docente do curso de Serviço Social da Unisc e militante do Coletivo de Mulheres do MPA, falou durante quase duas horas sobre questões que perpassam o cotidiano das mulheres, provenientes de todas as classes e segmentos sociais.

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Ela apresentou dados assustadores e afirmou que a cada 20 minutos uma mulher sofre agressão física com lesão corporal no Rio Grande do Sul, homens são autores de quase 70% dos assassinatos de mulheres no Estado e estudos apontam que o ciclo da violência é rompido somente após um longo período que leva em média 12 anos. “A violência é a máscara mais feia da desigualdade”, disse.

A construção dos papéis do homem da mulher dentro da família, a definição de espaços na sociedade, a necessidade de emancipação para romper o ciclo da violência, a aplicação da Lei Maria da Penha, a incipiente representação da mulher na política , nas ciências exatas e na área da pesquisa científica, a segregação ocupacional, salarial e a tripla jornada de trabalho foram alguns dos muitas questões abordadas durante o painel na parte da manhã. “Temos inúmeras vitórias na legislação, mas na prática somos vítimas de discriminação. Ainda falta muito para o Brasil chegar a uma justa equidade de gêneros e é na luta que vamos mudar esta realidade porque direitos não são concedidos são conquistados”, disparou.

Durante o encontro as representantes dos conselhos estadual e nacional, Salete Ruskowsky e Silvana Conti, manifestaram-se a favor de uma moção de repúdio pela extinção da Secretaria Estadual de Políticas Pública para a Mulher e também sugeriram a inclusão da Lei Maria da Penha na grade curricular das escolas públicas, desde a educação infantil.

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Já na cerimônia de abertura, a vice-prefeita Helena Hermany afirmou que a luta das mulheres por igualdade ainda encontra pela frente um longo caminho e falou sobre a implantação do Centro Integrado de Segurança Pública e Cidadania da Zona Sul que vai reunir em um único local os serviços voltados ao atendimento da mulher vítima de violência. “Será uma estrutura importante para encurtar caminhos e facilitar a solução de demandas por parte das mulheres”, disse.

Durante a tarde os grupos de trabalho reuniram-se para discutir os eixos abordando a trajetória do movimento das mulheres em Santa Cruz do Sul, perspectivas de desenvolvimento de novos espaços, avaliação da estrutura atual, financiamento de políticas públicas e a representação das mulheres no sistema político. Ao final foram escolhidos delegados para participar da 5ª Conferência Estadual de Políticas das Mulheres que acontece nos dias 7 e 8 de novembro, na capital.

A 1ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres foi uma realização do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), sob a coordenação do Escritório de Defesa dos Direitos da Mulher (EDDM) e apoio da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, através do Gabinete da Vice-Prefeita e Secretaria Municipal de Inclusão, Desenvolvimento Social e Habitação.

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