O prefeito em exercício, Elstor Desbessel, assinou, na tarde desta sexta-feira, 7, o decreto que declara situação de emergência em Santa Cruz do Sul, devido aos transtornos causados pela estiagem que assola o Estado desde novembro do ano passado. O ato foi realizado no Palacinho, onde ele detalhou os prejuízos que a falta de chuva vem causando ao município. Conforme levantamento que embasa a decisão, as perdas na agricultura já passam de R$ 25.645.975,00, afetando diretamente as lavouras de tabaco, milho e soja.
Este é o segundo decreto de emergência assinado pela Prefeitura de Santa Cruz nos últimos três anos. Esse mecanismo serve como forma de oportunizar mais recursos e minimizar os danos causados pela escassez de chuva. No documento, são apontados os baixos índices de precipitação pluviométrica, a redução do nível do Rio Pardinho e demasiada evapotranspiração, que retira a umidade do solo, e exigem despesas extraordinárias não previstas, principalmente dos pequenos agricultores.
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O decreto autoriza, entre outras coisas, a convocação de voluntários, do Corpo de Bombeiros e do Exército Brasileiro, para reforçar as ações de combate aos efeitos da estiagem, e a dispensa de licitação para contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre. Também fica autorizado o Poder Público a abrir crédito extraordinário para atender despesas imprevisíveis e urgentes.
Uma das ações que já está em andamento, na tentativa de amenizar a falta de chuvas do interior, é a distribuição de água através de caminhões-pipa. De acordo com Desbessel, dois veículos estavam trabalhando nisso, mas a frota será duplicada, para atender com mais agilidade a demanda. Por enquanto, são levados, diariamente, entre 10 mil e 15 mil litros de água para as comunidades do interior. A partir dos próximos dias, a entrega deve chegar a 20 mil litros diários. Além disso, caixas de água, com capacidade de 20 mil litros, estão sendo instaladas para atender grupos familiares. “São medidas paliativas, mas estamos presentes”, disse.
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O documento assinado pelo prefeito em exercício será encaminhado à Câmara de Vereadores, onde deve ser avaliado na próxima terça-feira, 11. Depois, segue para as instâncias estadual e federal, para que seja reconhecido.
Uso consciente da água
O coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz do Sul, Anderson Matos Teixeira, disse que a estimativa é de que o tempo seco predomine durante todo verão. “A estiagem deve ser persistente, com chuvas irregulares. Isso preocupa porque pode causar temporal e, mesmo assim, não abastecer o lençol freático”, comentou.
O interior é a principal preocupação da Defesa Civil, devido à necessidade de abastecimento das lavouras e das criações. No Centro do município, o alerta é para o uso consciente da água, na tentativa de evitar situações mais críticas, como racionamento, aumento de taxas ou até multas. “Não sabemos como será daqui pra frente”, finalizou.
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O laudo meteorológico emitido pela Unisc mostra que, de outubro de 2021 até 4 de janeiro deste ano, o total de chuva registrado em Santa Cruz do Sul foi de 221,6 milímetros. Entretanto, o esperado para o período era de 383,2 milímetros – uma diferença de 161,6 milímetros.
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*Colaboraram os jornalistas Maria Regina Eichenberg e Márcio Souza
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