Com uma forte reação no comércio e nos prestadores de serviços, Santa Cruz do Sul voltou a gerar empregos com carteira assinada no ano passado, após o tombo causado pela pandemia em 2020. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nessa segunda-feira, 31, foram 1.373 postos de trabalho criados entre janeiro e dezembro.
O saldo, decorrente de 26.766 contratações e 25.393 desligamentos, supera o recuo registrado no ano anterior, quando mais de 700 vagas foram extintas, o que significa que o município já registra patamares de empregabilidade anteriores à eclosão da Covid-19. A maior parte da demanda por mão de obra partiu dos setores de serviço e comércio, que geraram juntos mais de mil postos. Somente as empresas de alimentação, como bares e restaurantes, abriram 1.461 vagas, enquanto os hotéis registraram 169 admissões a mais do que demissões. Os dois segmentos foram os mais afetados pela crise.
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Já a indústria de transformação teve saldo negativo, puxado por segmentos de relevo para a economia local, como metalmecânico, borracha e alimentos, enquanto a indústria fumageira manteve-se estável, apesar de as contratações de safreiros terem ficado abaixo das expectativas. De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Cesar Cechinato, a situação ainda reflete o impacto sobre a indústria nacional da pandemia, que provocou um caos logístico, com falta de contêineres e navios, bem como os efeitos da escalada inflacionária, que corroeu o poder de consumo das famílias, sobretudo das classes C e D, devido ao aumento dos preços de produtos básicos.
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Outra possível explicação para o encolhimento da indústria é a expansão de operações de empresas locais para outras regiões do país, levando consigo parte dos empregos. “Algumas indústrias precisam, para continuar sendo relevantes, instalar filiais em outros estados de forma a melhor atender outras regiões. É algo que tem um lado altamente positivo, pois é a garantia de que as operações em Santa Cruz vão continuar e as empresas vão se tornar mais competitivas”, analisou.
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A tendência de recuperação da empregabilidade se repetiu nos maiores municípios do Vale do Rio Pardo e nos principais PIBs do Estado. O saldo em Santa Cruz, porém, foi inferior ao de localidades de porte semelhante, como Bento Gonçalves (2.155) e Lajeado (1.808). Em todo o Brasil, foram gerados 2,73 milhões de empregos com carteira assinada em 2021. Em 2020, 191.455 empregos haviam sido fechados no País.
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Apesar das projeções pouco animadoras para a economia brasileira em 2022, que apontam para um crescimento ínfimo do PIB, entre 0,3% e 1%, o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI), Cesar Cechinato, acredita que Santa Cruz deve ter um ano “relativamente tranquilo”. Embora a insegurança quanto às eleições presidenciais possa afastar investidores internacionais e até nacionais, o dirigente alega que o perfil da economia local deve proteger o município contra instabilidades. “Temos uma indústria fortemente exportadora. E as exportações industriais do Rio Grande do Sul cresceram 35,1% em 2021”, observou.
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Cechinato também alerta para o que considera “o principal problema da economia nacional”: a chamada desindustrialização. Enquanto em 1986, a indústria de transformação respondia por 27% do PIB, em 2018 esse percentual chegou a somente 11%. “E é muito possível que já tenha baixado, o que é muito ruim porque impacta nos empregos de qualidade, com salários mais altos, e vai redundar também nas empresas de prestação de serviço e comerciais”, completou.
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