A reunião entre a equipe da Prefeitura e representantes da Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), realizada na tarde de quarta-feira, trouxe à tona outro tema relacionado à questão da coleta e destinação de resíduos no município. A diretora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gabriela Ottmann, destacou que a atual usina de transbordo não atende a todos os requisitos ambientais.
“Hoje, os resíduos vão diretamente ao solo, provocando certa contaminação. Temos ausência da coleta de chorume, não é feito o controle de pragas no solo e também há mau cheiro”, afirmou a servidora. Respondendo pela secretaria durante o período de férias do titular Jaques Eisenberger, ela adianta que há preocupação em relação a eventual contaminação do solo, mesmo sendo um modelo em que a geração de chorume é baixa.
“Na nossa estação (Bairro Dona Carlota), os resíduos não ficam de forma permanente no solo, apenas são descarregados e carregados em veículos de transporte”, conta. O material que não é direcionado para reciclagem é encaminhado ao aterro sanitário de Minas do Leão.
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Gabriela enfatiza que, de acordo com normatização da Fepam, a investigação sobre as consequências ambientais é feita em três etapas: preliminar, confirmatória e detalhada. A primeira é a inspeção visual da área e contatos com funcionários do empreendimento e moradores vizinhos. Em fevereiro foi elaborado laudo técnico das condições atuais da área de transbordo, com avaliação dos pontos.
“Ainda não foram realizadas análises de solo, por meio de sondagem e coleta de amostras, para a confirmação acerca da contaminação ou não da área”, reforça. Essa etapa somente é possível depois da suspensão das atividades no local, pois envolve a perfuração de poços para a retirada de amostras em vários locais da estrutura.
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A equipe da administração municipal trabalha com a ideia de reforma da atual estação de transbordo, que deve ter investimento público de R$ 5 milhões. Outra ideia, que ainda está em fase embrionária, é a instalação de uma nova usina com gestão e aplicação de recursos privados, que podem somar R$ 20 milhões. A possibilidade é questionada pela Coomcat, que enxerga nessa iniciativa uma restrição de suas atividades.
O presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente, Fábio Azevedo, antecipa que na próxima sexta-feira o órgão terá reunião para tratar sobre as negociações entre a Prefeitura e a cooperativa, além das instalações físicas. “Estão sucateadas porque, ao longo do tempo, não foram prioridade dos gestores municipais. Vivemos um momento em que se chegou ao limite, com cobranças do Ministério Público e deste conselho, que desde a gestão anterior aborda nas reuniões e cobra a execução do Plano Municipal de Gestão de Resíduos Sólidos, que não sai do papel”, critica.
Azevedo acredita que o percentual de material a ser reciclado é muito baixo, o que gera um custo desnecessário aos cofres públicos para envio e depósito em Minas do Leão. “A mobilização da atual gestão, no sentido de promover mudanças, é salutar. Significa que o problema está sendo visto, porém o que nos preocupa é a falta de consulta ao conselho, que representa a sociedade, para construir as melhores alternativas”, aponta.
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A estrutura da usina de transbordo do Bairro Dona Carlota tem área útil de 40 mil metros quadrados, compreendendo o espaço para o desenvolvimento da atividade, com guarita; galpões de triagem, seleção e classificação; segregação por tipo de resíduo; prensagem; enfardamento; armazenagem e transbordo. São, diariamente, 90 toneladas. Após a atuação da equipe da Coomcat, mensalmente cerca de 2,7 mil toneladas são destinadas para Minas do Leão, no aterro sanitário da empresa CRVR.
De acordo com Gabriela Ottmann, todos os resíduos recolhidos pela empresa vencedora de licitação que será aberta pela Prefeitura serão destinados à triagem da cooperativa, que coleta, atualmente, cerca de 50 toneladas ao mês. “Com essa contratação, a Coomcat aumentará a renda com a venda destes resíduos adicionais que irão chegar até ela, uma vez que o volume irá mais do que dobrar em relação ao atual”, garante. Com o projeto, a intenção é alcançar todos os bairros santa-cruzenses a curto e médio prazo.
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