Santa Cruz do Sul

Samu completa 15 anos em Santa Cruz com 400 chamados mensais

Ao sair do banho pela manhã há poucos dias, Itanira Aguirre Porciúncula, de 76 anos, não conseguia se mover. Ficou paralisada no meio da sala e chamou pela filha. Ao presenciar a cena, Daniela, que conhece o histórico de problemas de coluna da mãe, não pensou duas vezes. Pegou o telefone e chamou pelo 192. Minutos depois, socorristas do Samu chegaram ao Bairro Avenida, de Santa Cruz do Sul, realizaram o atendimento e levaram a paciente até o Pronto Atendimento do Hospital Santa Cruz.

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“Já conheço o trabalho do Samu e sei da capacidade que esses profissionais têm para auxiliar quando a gente precisa. Eles chegaram muito rápido para atender minha mãe, foram cuidadosos, deixando ela segura, passando confiança, foram muito eficientes”, disse, ao enviar um e-mail de agradecimento para o setor de Ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde.

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Pedidos semelhantes ao de Daniela somam em média 400 por mês no Samu do município. Acidentes de trânsito, situações de afogamentos, choques elétricos, acidente vascular cerebral, hipoglicemias, queda de altura e problemas cardiológicos estão entre os casos atendidos. Em 17 de outubro, o Samu santa-cruzenses completou 15 anos.

Quem presenciou muitos dos chamados é a enfermeira Ivete Kirchhof Preussler. Atuando desde o primeiro dia em que o Samu passou a operar na cidade, ela que tem pós-graduação em urgência e emergência, e diversos cursos de capacitação, relembra alguns dos chamados que já atendeu.

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“Teve uma situação, nunca mais esqueci. Era 24 de dezembro, véspera de Natal, e um menino de 14 anos, que estava cortando grama, teve um choque elétrico e parada cardíaca. A gente chegou, conseguiu reverter e o menino não ficou com sequela nenhuma. Isso é uma coisa que não tem preço para nós, enquanto profissionais de saúde”, conta.

Vasco, Ivete e condutor Clóvis Zilch estão no Samu desde o início das atividades em 2008 | Foto: Jaime Fredrich

Também integrando a equipe desde o início, o agora coordenador médico da unidade, José Undeternack de Vasconcelos, conhecido como doutor Vasco, com experiência de 47 anos e natural de Candelária, escolheu Santa Cruz para trabalhar no Samu. “Na época que iniciamos, tínhamos uma boa estrutura e fomos comprando os equipamentos aos poucos. Aprendemos a trabalhar na prática. Hoje temos uma ótima estrutura de trabalho e uma equipe bem qualificada para atender as mais diferentes situações que se apresentam no dia a dia”, afirmou.

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A coordenadora do Samu, Simone Werlang, explica que a regulação do órgão é feita pelo Estado, mas o Município investe em materiais e equipamentos para oferecer a melhor condição possível aos socorristas.
O vice-prefeito e secretário de Saúde, Elstor Desbessell, salienta que o município busca dar suporte tanto em infraestrutura como na qualificação dos profissionais. “Nossa gestão não mede esforços para termos uma estrutura que ofereça qualidade no atendimento e segurança para os socorristas realizarem um bom trabalho.” De acordo com Elstor, a secretaria trata o assunto com atenção. “Buscamos proporcionar aos profissionais todas as condições necessárias para que nossa população seja bem atendida”, garantiu.

Coordenadora Simone (de blusa preta listrada) com uma das equipes de atendimento | Foto: Jaime Fredrich

A estrutura

O Samu conta com duas ambulâncias, uma com estrutura avançada, e outra básica. Também dispõe de uma motolância, para realizar o primeiro atendimento em caso de necessidade. A equipe é formada por médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e condutores. A média de atendimento é de 400 ao mês.

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Motolância

Com 20 anos de experiência no Samu, tendo atuado cinco em outro município, Anderson Adriano Graebner também integra a equipe de socorristas. Ele é o condutor da motolância. Com formação de técnico em enfermagem, já realizou diversas capacitações oferecidas via Ministério de Saúde e relembra alguns casos em que atuou.

Anderson: veículo garante agilidade no primeiro atendimento | Foto: Jaime Fredrich

“A moto sai na frente para chegar em um tempo menor na cena para fazer o primeiro atendimento. Teve uma situação de afogamento de uma criança. Chegamos no local, e a mãe já não sabia o que fazer, jogava a criança para cima, estava desesperada por tê-la deixado perto da piscina. Fizemos as manobras e conseguimos fazer com que ela voltasse a respirar normalmente. E nos outros dias o pai veio agradecer. Era um fazendeiro, e queria fazer uma festa para nós”, conta.

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