Uma pesquisa divulgada pela Fecomércio-RS na última segunda-feira apontou os prejuízos da pandemia aos salões de beleza. Os dados mostram que, no Estado, o setor enfrenta perdas de 50% por causa do distanciamento social. Já em Santa Cruz do Sul, os estabelecimentos ouvidos pela Gazeta do Sul relatam perdas que variam de 40% a 80% no período.
“Todas as sondagens que fizemos desde o início da pandemia traduzem em números uma percepção que já é consenso: a economia foi fortemente impactada pelas medidas de distanciamento social e, dado o tamanho das perdas, a recuperação vai ser um processo longo e desafiador”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
No Mabelle Salão de Beleza, que existe há mais de dez anos e oferece serviços de manicure e pedicure, cortes de cabelo unissex, colorações, mechas, escovas, penteados, alisamentos de cabelo, maquiagem, estética facial, depilação e cursos de maquiagem, o fechamento durou 20 dias. Segundo o sócio-proprietário e gerente administrativo, Silvio Dias Papa, a queda na receita chega a 40% em comparação com um ano normal.
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“Tivemos uma redução bem significativa. Tínhamos agenda praticamente lotada todos os meses em função de casamentos, aniversários e formaturas, que foram cancelados.” Para minimizar os prejuízos, o salão criou um aplicativo para vendas online, novos pacotes de serviço e formas de pagamento. Suspensões e redução de jornada foram necessárias. O estabelecimento funciona seguindo um protocolo rígido de prevenção para clientes e colaboradores.
O FRN Estúdio de Beleza também ficou 20 dias de portas fechadas. O espaço oferece serviços de cabeleireira, manicure e pedicure, design de sobrancelhas, depilação e massagem. “Está bem difícil de se manter aberto com pouco fluxo de clientes. As pessoas preferem quebrar a quarentena para ir em lugares que oferecem mais riscos que os salões de beleza, e que têm um fluxo muito maior de pessoas, podendo facilmente causar contaminação”, afirma a proprietária Fernanda Rodrigues Nunes.
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O local teve uma redução de 80% no movimento. Para driblar os danos, o salão investiu em parcerias com outros empreendimentos do ramo, fidelizando clientes por meio do cartão fidelidade e investindo na página do Instagram. Por ser uma empresa familiar, não houve demissões. O FRN funciona com horário reduzido e atendimentos marcados.
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Segundo a proprietária do Aflora Beleza Consciente, Márcia Krug Limberger, que atua há 20 anos como cabelereira e há dois também como terapeuta capilar, foram 18 dias fechados entre março e abril. Não houve necessidade de fazer nenhuma demissão, pois no local trabalham apenas as duas proprietárias. No entanto, a redução de receitas foi de cerca de 70%.
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“O retorno das clientes ainda é lento e abaixo do normal. Como já atendemos de forma individualizada e personalizada, buscamos manter contato para que as clientes continuem seguras a vir no salão. Também passamos a dar dicas de como elas podem cuidar de si em casa”, conta Márcia.
De acordo com a proprietária do Vânia Cappellari Studio Hair, a cabeleireira Vânia Cappellari, que possui o estabelecimento há 28 anos, o espaço ficou fechado na segunda quinzena de março. Mesmo com a reabertura, a estimativa é de que a redução nos atendimentos de cortes, colorações, penteados e manicure esteja entre 30% e 40%.
O salão ofereceu promoções e prazos maiores de pagamento aos clientes. “O nosso horário é de acordo com as regras do Município. Trabalhamos com uso de máscaras, distanciamento, higiene e horários pré-agendados”, explica. Até agora não foi preciso demitir nenhum funcionário, mas um acordo foi realizado.
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Procedimentos caseiros podem trazer riscos
Segundo os proprietários de salões ouvidos pela Gazeta do Sul, durante o período de distanciamento social muitos clientes decidiram realizar procedimentos em casa. Mas se os cortes caseiros podem dar errado, técnicas como descoloração e tintura trazem riscos, se não forem executadas por um profissional experiente.
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“Procedimentos feitos em casa podem causar danos físicos e psíquicos, sim. Além de danos físicos, a pessoa poderá baixar sua própria autoestima”, explica Sílvio Dias, do Mabelle Salão. Além de danificar o cabelo, em casos mais graves não é possível reverter a situação, ou o custo do reparo pode ser mais elevado.
Para Márcia Limberger, do Aflora Beleza Consciente, vários clientes tiveram de recorrer ao salão após tentar realizar corte e tintura em casa, que não deram certo. “Há sérios riscos, principalmente com os procedimentos químicos de coloração e descoloração e alisamentos. Eles podem trazer intoxicação, além de danos para a estrutura do fio.” Ela reforça que só um profissional capacitado sabe as medidas corretas, tempo de preparo e aplicação dos produtos, e que há diversas consequências do mau uso caseiro.
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